Tensão nas Ruínas

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Os dias seguintes foram intensos. As negociações entre os caiçaras e Mavi continuavam, e Iberê se via cada vez mais envolvido nos planos ambiciosos de Mavi. Ele sabia que a comunidade estava dividida, e sua própria família, especialmente Moema, nunca aceitaria completamente o projeto. Mas algo em Mavi o cativava, algo além dos negócios.

Uma noite, após uma longa reunião no resort, Iberê ficou para trás. Ele caminhava lentamente pelas ruínas de uma antiga casa caiçara que logo seria demolida. Os ventos noturnos traziam consigo um peso, como se a própria terra soubesse o que estava por vir.

Mavi (aparecendo repentinamente ao lado de Iberê, com um sorriso):
"Pensando no futuro, príncipe?"

Iberê deu um passo para trás, surpreso com a aproximação de Mavi.

Iberê (tentando disfarçar o nervosismo):
"Eu... só estava refletindo. Essas terras têm história, têm vida."

Mavi (rindo suavemente, caminhando ao redor de Iberê):
"História não constrói resorts de luxo, meu caro. E a vida... bom, a vida sempre encontra uma maneira de se adaptar."

Ele parou em frente a Iberê, seus olhos fixos no jovem. O silêncio entre eles era denso, como se cada palavra não dita carregasse mais peso do que qualquer outra coisa.

Iberê (olhando para baixo):
"Você faz tudo parecer tão simples."

Mavi (aproximando-se, sua voz baixa):
"Porque é. Você tem uma escolha, príncipe. Pode ficar com o passado ou pode vir comigo e construir algo que vai durar. Eu sei que você sente isso... sente o que nós dois podemos alcançar juntos."

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