Casamento ou Nada

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Capítulo 16 — Especial

Cena — Quarto de Mavi 2° Piso

Na manhã seguinte, a luz suave do amanhecer começou a invadir o quarto, preenchendo-o com uma tranquilidade quase etérea. Iberê, o primeiro a despertar, afastou-se devagar do corpo ainda adormecido de Mavi, que dormia com a expressão serena e, ao mesmo tempo, imponente. Iberê levantou-se em silêncio, atravessando o quarto de forma cuidadosa, e desceu as escadas sem fazer barulho, como se aquele momento de quietude fosse algo a ser preservado.

Cena — Cozinha 1° Piso

Chegando à cozinha, ele preparou um café simples, saboreando cada gole enquanto olhava pela janela. O sol mal começava a se erguer, e a luz dourada do amanhecer iluminava a mansão, projetando sombras suaves nas paredes, quase como uma lembrança silenciosa de todas as decisões que ele havia feito para estar ali. Terminado o café, ele colocou a xícara na pia e saiu, respirando o ar fresco da manhã, ansioso por um momento de paz para organizar os próprios pensamentos.

Cena — Praia 🏖️

Iberê caminhou até a praia próxima, onde as ondas quebravam suavemente na areia. Aquele lugar estava vazio, o mar se estendia até onde a vista alcançava, enquanto o sol despontava no horizonte, tingindo o céu com tons de rosa e laranja. Ele tirou os sapatos e afundou os pés na areia fria, apreciando a textura contra a pele, sentindo a solidão e a liberdade daquele instante.

Por alguns minutos, ele permaneceu ali, imóvel, apenas observando a vastidão do oceano e deixando que as ondas leves trouxessem uma espécie de calma silenciosa. Pegou uma pequena pedrinha que encontrou na areia e a lançou no mar. O som da água, mesmo discreto, soou como um eco no vazio ao redor, trazendo à tona todos os pensamentos que ele havia tentado deixar de lado.

Seus sentimentos por Mavi eram intensos, complexos, e, de certa forma, assustadores. O que eles tinham ia além de rótulos, e mesmo assim, ele sentia uma vontade imensa de algo mais... algo que pudesse dar sentido e forma ao que viviam. Casamento? Ele quase riu ao pensar nisso, mas a ideia não parecia tão absurda naquele momento solitário e introspectivo. Um futuro juntos? Alguém ao seu lado para sempre?

Iberê fechou os olhos, respirando fundo, sentindo o aroma salgado do mar e o toque da brisa fria que bagunçava seus cabelos. Aquela sensação de liberdade e o peso de suas dúvidas se misturavam, formando uma melancolia bonita e dolorosa. Era como se, em cada nova onda que se quebrava, ele sentisse uma resposta e, ao mesmo tempo, uma nova pergunta.

Naquele momento, enquanto o sol subia no horizonte, Iberê compreendeu algo profundo. Ele sabia que estava pronto para abrir mão da própria segurança, de certa liberdade, para viver aquela relação até as últimas consequências. A imensidão do mar à sua frente lhe dava coragem para seguir em frente e, mesmo sem saber ao certo o que o futuro guardava, sentia-se mais leve, quase em paz.

Com o coração mais calmo, ele jogou mais uma pedrinha na água e observou as ondas engolirem-na, como se seus medos e esperanças também estivessem sendo levados.

Enquanto observava as ondulações no mar após lançar a última pedrinha, Iberê sentiu uma onda de emoções reprimidas se erguerem em seu peito, trazendo à tona sentimentos que ele nem sabia que estavam ali. A vastidão do oceano parecia refletir a complexidade de tudo o que sentia, todas as dúvidas, os medos e, especialmente, a intensidade de seu amor por Mavi.

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