Laços de Areia

A Escolha de Iberê

Iberê desceu as escadas, decidido, com o coração pulsando com uma clareza que ele nunca havia sentido antes. Parou entre Rudá e Mavi, encarando o irmão com uma frieza incomum, quase como se não o reconhecesse mais.

Iberê (olhando fixamente para Rudá):
"Eu sei que você quer me proteger, Rudá, mas... não preciso da sua proteção agora.

Rudá abriu a boca para protestar, mas Iberê não lhe deu a chance.

Iberê (tomando uma decisão firme):
"Eu escolho o Mavi. Não importa o que você pense dele. Ele é a única pessoa que realmente me permite explorar quem eu sou e o que quero."

A expressão de Rudá se desfez em uma dor silenciosa. Ele percebeu que, pelo menos por agora, havia perdido o irmão para alguém que ele desprezava.

Iberê virou-se para Mavi, seus olhos carregados de confiança e um toque de desafio. Ele estava decidido a mergulhar nessa escolha, a assumir os riscos e as consequências que viessem.

Iberê (para Mavi, com um sorriso determinado):
"Vamos em frente, Mavi. Eu estou com você, e ninguém vai me fazer mudar de ideia."

Ele subiu as escadas, deixando Rudá em choque, enquanto Mavi sorria vitorioso.

Iberê subiu as escadas, sentindo-se mais leve, como se tivesse cortado uma corrente invisível que o prendia. Ele parou no alto, olhando para Mavi, que sorria com um orgulho silencioso, e depois para Rudá, cuja expressão era um misto de tristeza e decepção. Rudá tentou falar, mas parecia incapaz de formar palavras.

Rudá (com voz trêmula, lutando para conter a emoção):
"Iberê... você realmente acredita que ele é o melhor para você?"

Rudá tinha um olhar intenso e único, com um tom verde que falava mais do que palavras. Seus olhos revelavam uma dor profunda, fazendo você sentir a angústia dele, mesmo sem ter passado pela mesma situação. Era uma conexão poderosa, uma história contada apenas pelo olhar.

Iberê (sem hesitar, encarando o irmão com firmeza):
"Eu sei que ele é."

Rudá balançou a cabeça lentamente, e, sem dizer mais nada, se virou e saiu, a sombra de sua dor evidente. Para ele, cada passo era um adeus ao irmão que ele acreditava estar perdendo.

Mavi (aproximando-se de Iberê, com um sorriso vitorioso):
"Agora, é só nós dois, príncipe."

Iberê assentiu, sentindo a força daquela escolha, consciente de que agora ele navegava em um território desconhecido e perigoso — mas estava disposto a explorar cada risco ao lado de Mavi.

Depois de assistir Rudá se afastar, Iberê sentiu uma onda de emoções contraditórias. A presença de Mavi ao seu lado, com aquele sorriso satisfeito, despertava um misto de segurança e incerteza.

Mavi (colocando uma mão no ombro de Iberê, em um tom baixo e acolhedor):
"Fez a escolha certa, príncipe. A liberdade tem seu preço, mas vale cada centavo."

Iberê (olhando para o horizonte, como se buscasse respostas):
"Eu quero acreditar nisso, Mavi... Só espero que o que estamos construindo aqui não seja apenas... ilusão."

Mavi (aproximando-se ainda mais, com um olhar firme e confiante):
"Você verá, Iberê. Eu te mostro um mundo que ninguém mais ousou mostrar. Seu irmão tem medo do seu potencial, mas eu não."

Essas palavras despertaram algo em Iberê, uma faísca de desafio, de liberdade.

Iberê observou Mavi, que permanecia ao seu lado como se fosse um porto seguro em meio à tempestade de dúvidas. O peso da decisão ainda estava presente, mas, com o calor da presença de Mavi, uma confiança inédita emergia em Iberê.

Mavi (com um toque firme no ombro de Iberê):
"Você não tem ideia do que é capaz, Iberê. Eu posso te mostrar. Eu vejo além do que seu irmão enxerga, e sei que você também sente isso."

Iberê (com um olhar intenso, mas incerto):
"Meu irmão sempre quis o melhor para mim, mas nunca entendeu quem eu realmente sou... ou o que eu preciso para me sentir completo."

Mavi se aproximou mais, e o silêncio que se estabeleceu entre eles carregava um tipo de entendimento tácito, algo que dispensava palavras. Iberê não apenas se sentia visto, mas desafiado por Mavi, como se estivesse abrindo os olhos para uma parte desconhecida de si mesmo.

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