Entre o Medo e o Perdão

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Iberê, com um olhar mais brando, senta-se no sofá e faz um gesto para que Mavi se aproxime.

Iberê (apontando para o sofá): "Vem aqui, Mavi. Senta comigo."

Mavi hesita, mas então se senta ao lado dele. Iberê o observa por um momento antes de dar outro passo em direção à reconciliação.

Iberê (calmo, mas decidido): "Encosta a cabeça aqui, vai." (apontando para seu colo)

Mavi obedece, apoiando a cabeça no colo de Iberê. Com dedos delicados, Iberê começa a passar levemente a mão pelos fios longos e castanhos de Mavi, o mesmo solta um leve e baixo gemido, um carinho que vai aos poucos desarmando a tensão no ambiente.

Iberê (baixinho, enquanto acaricia o cabelo de Mavi): "Eu só queria entender, Mavi... entender por que você tem feito isso. Eu sempre achei que podíamos confiar um no outro."

Mavi (suspirando, com um olhar de falsa tristeza): "Eu sei, príncipe. Eu... eu só tenho medo de perder você. Talvez eu tenha exagerado."

Iberê (respirando fundo): "Medo de perder? Mavi, eu não vou a lugar nenhum, mas isso que você fez… precisa parar. Essa obsessão, esse controle."

Mavi (fechando os olhos por um momento, deixando uma lágrima solitária escorrer): "Eu tô arrependido. De verdade."

Mas enquanto dizia essas palavras, o arrependimento era apenas uma máscara. Internamente, ele mantinha aquele desejo incontrolável de ter Iberê sob seu domínio, de garantir que ele não escapasse de sua influência.

Iberê, vendo a lágrima de Mavi, sente o coração amolecer. Ele acreditava nas palavras de Mavi, sem perceber a profundidade das intenções por trás daquele olhar.

Iberê (em um tom reconfortante): "Eu sei que isso vai passar, Mavi. Eu acredito em você."

Acariciando o cabelo de Mavi, Iberê sente um alívio momentâneo, achando que finalmente estavam se entendendo. Para ele, aquele era o início de um entendimento mais profundo entre os dois. Contudo, mal sabia ele que o arrependimento de Mavi era apenas parte de um jogo intenso, disfarçado de uma mentira bem arquitetada.

Iberê, enquanto ainda acaricia o cabelo de Mavi, suspira e observa o rosto dele com um misto de cautela e ternura. Ele hesita por um instante, mas se decide.

Iberê (com um tom brando): "Vou te dar uma chance, Mavi. Mas preciso que você realmente mude."

Ao ouvir isso, Mavi deixa escapar um sorriso que, para Iberê, parecia de alívio e gratidão. No entanto, por dentro, Mavi sentia a vitória. O sorriso que ele dá esconde uma satisfação escura, quase triunfante, como se cada palavra de arrependimento tivesse sido cuidadosamente calculada para alcançar esse momento. Seus olhos refletem a certeza de que seu plano deu certo, de que, mais uma vez, ele conseguiu manipular a situação.

Mavi (suavizando o tom, com uma expressão cuidadosamente contida): "Obrigado, príncipe. Eu vou fazer de tudo para te provar que mereço essa chance."

Iberê (dando um leve sorriso, confiando na promessa): "Espero que sim, Mavi. Porque eu ainda acredito em nós."

Enquanto Iberê mantém essa crença, Mavi já sabia que a proximidade que conquistou era uma vantagem poderosa. E, com seu olhar satisfeito e confiante, ele se recosta, aproveitando o momento de rendição de Iberê, como um mestre que acaba de consolidar o controle sobre seu jogo.

Depois de alguns minutos de silêncio, com Mavi deitado no colo de Iberê, o ambiente parecia finalmente calmo. Iberê continuava a acariciar o cabelo de Mavi, tentando se convencer de que talvez houvesse um lado mais vulnerável e sincero ali, um lado que ele ainda não conhecia completamente.

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