O Barco da Verdade

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O barco balançava suavemente com o movimento das ondas, carregando Mavi e Iberê para longe da costa. O som do mar era hipnotizante, um constante vaivém que se misturava com o vento que acariciava os dois.

Iberê estava sentado na borda, com os pés descalços quase tocando a água. Ele observava o horizonte, onde o céu azul se fundia com o mar. A quietude daquele momento parecia irreal, como se o mundo tivesse parado para dar-lhes esse instante.

Mavi, por sua vez, estava deitado mais ao centro do barco, com os braços atrás da cabeça e os olhos semicerrados. Ele parecia tranquilo, mas seu olhar se desviava constantemente para Iberê, analisando cada movimento, cada suspiro.

Mavi: "Você parece perdido aí, príncipe."

Iberê nem se virou.

Iberê: "Estou pensando."

Mavi (com um sorriso): "Pensando se fez a escolha certa ao dizer 'sim'?"

Iberê finalmente olhou para ele, o brilho no olhar denunciando sua impaciência.

Iberê: "Se eu tivesse dúvidas, não estaria aqui."

Mavi levantou lentamente e caminhou até ele, o balanço do barco tornando seus passos quase dançantes. Ele se abaixou ao lado de Iberê, com os olhos fixos no rosto dele.

Mavi (num tom baixo, mas firme): "Então, o que está pesando na sua cabeça, Iberê?"

O som do nome completo saiu como um feitiço. Iberê desviou o olhar para o mar, buscando uma resposta.

Iberê: "Eu só... tenho medo de como vai ser daqui para frente. A gente viveu tanta coisa em tão pouco tempo. Parece que o universo tá testando a gente."

Mavi: "O universo pode testar o quanto quiser. O que importa é que estamos aqui, juntos."

Ele estendeu a mão, segurando o rosto de Iberê e forçando-o a encará-lo.

Mavi: "E, enquanto eu estiver ao seu lado, ninguém, nada, vai nos separar. Você entende isso?"

O tom de voz era sério, quase possessivo. Iberê sentiu um arrepio percorrer sua espinha, mas não conseguiu desviar os olhos.

Iberê (quase sussurrando): "Às vezes você fala como se o mundo fosse um inimigo."

Mavi (com um sorriso enigmático): "Talvez seja. Ou talvez eu só saiba proteger o que é meu."

O silêncio voltou a reinar entre eles por alguns minutos, mas Mavi não parecia disposto a deixar a conversa morrer. Ele se sentou ao lado de Iberê, seus joelhos quase tocando, e pegou a mão dele.

Mavi: "Sabe, quando eu era mais novo, sonhava com esse tipo de momento. Não o casamento em si, mas encontrar alguém que me fizesse sentir... humano."

Iberê ergueu uma sobrancelha, curioso.

Iberê: "Humano?"

Mavi: "Sim. Eu sempre fui visto como o 'filho do meio-termo'. Nem bom, nem mau, apenas... Mavi. Mas com você, é diferente. Você me faz querer ser melhor, mesmo que eu não saiba como."

A vulnerabilidade na voz de Mavi pegou Iberê de surpresa. Ele apertou a mão dele, sentindo a sinceridade nas palavras.

Iberê: "Você não precisa ser perfeito, Mavi. Só precisa ser verdadeiro."

Mavi (com um sorriso divertido): "E quem disse que eu não sou?"

Iberê riu, balançando a cabeça. Ele sabia que havia mais por trás daquela resposta, mas decidiu deixar passar.

Mar Aberto, Corações Abertos

Enquanto o sol começava a descer no horizonte, tingindo o céu com tons de laranja e rosa, Mavi levantou-se de repente.

Mavi: "Vem cá, quero te mostrar uma coisa."

Iberê o observou com desconfiança, mas aceitou a mão estendida. Mavi o guiou até o centro do barco, onde uma pequena cesta estava coberta com um pano branco.

Iberê: "O que é isso?"

Mavi (abrindo a cesta): "Um presente para o meu marido."

Dentro, havia uma garrafa de champanhe, duas taças e um pequeno embrulho. Mavi tirou o embrulho e entregou a Iberê, que o abriu com cuidado.

Era uma bússola dourada, com uma inscrição na tampa: "Onde quer que o vento nos leve."

Iberê ficou em silêncio, encarando o presente.

Mavi: "Quero que você saiba que, não importa onde estivermos, você sempre será meu norte."

As palavras foram ditas com tanta sinceridade que Iberê sentiu os olhos se encherem de lágrimas. Ele olhou para Mavi, o coração apertado, mas cheio de gratidão.

Iberê: "Você sempre sabe o que dizer, não é?"

Mavi (com um sorriso travesso):
"Faz parte do pacote."

Eles se abraçaram, o barco balançando levemente sob seus pés. A sensação de estarem no meio do nada, apenas os dois e o mar, era libertadora.

Iberê: "Espero que você saiba que eu também vou lutar por nós, Mavi. Sempre."

Mavi acariciou o rosto dele, o olhar cheio de algo que só ele entendia.

Mavi: "Eu nunca duvidei disso, príncipe."

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Enquanto o sol desaparecia no horizonte, eles brindaram à nova vida que começavam juntos. O barco, o mar e o amor que compartilhavam eram testemunhas de um momento que nenhum dos dois jamais esqueceria.

Notas: Aiii que lindos!! Já tenho ideias para estragar esse momento. 😍😍😍 Desculpa gente KAKAKAKA

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⏰ Última atualização: Nov 23 ⏰

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