Eu sei!

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Para não perder a linha de raciocínio, o cap de hj~

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— Entendeu que o Paraná não gosta de você né? — Rio de Janeiro perguntava uma última vez para o paulista enquanto desciam do carro indo para o trabalho.

— Sim! Cê repetiu isso o caminho inteiro!

— É que tu disse que ele é seu melhor amigo no seu mundo! Eu não quero que você não esteja preparado!

— Tá! Que seja. — Murmurou contrariado, era horrível "perder" o amigo daquela forma.

— Lembrou de trazer o cigarro da Bahia? Senão ela não vai te perdoar.

— Tá aqui. — Bateu no bolso do terno.

— É pra ela! Não pra tu.

— Eu sei!

— Se precisar distrair eu tô aqui.

O paulista o encarou indignado e constrangido respondendo mais ríspido.

— Nem é a marca que eu gosto meo! Desencana.

Rio o olhou com carinho.

— É que eu me preocupo contigo. — Lhe tocou suavemente na bochecha fazendo-o virar um pimentão.

São Paulo afastou sua mão constrangido desviando o olhar.

— Eu sei. — Murmurou baixinho, gerando um riso satisfeito do outro.


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— UMA SEMANA! — São Paulo gritava indignado para Rio de Janeiro. Estavam em sua casa no fim do expediente. — Uma semana e eu ainda estou aqui! Nem uma pista de como voltar! Nada!

Andava de um lado para o outro puxando o próprio cabelo. Não tinha muito o que o carioca pudesse falar ou fazer, portanto foi até a adega do amigo e tirou um vinho para os dois já enfiando o saca rolhas no lugar.

— Pelo menos hoje é sexta irmão. — Fez força para tirar a tal da rolha, mas não estava conseguindo. — Dá pra relaxar.

O paulista viu e estendeu a mão indicando que faria aquilo.

— Mas é complicado isso meo! Meu universo não é esse porra! — Dentro de sua indignação abriu a garrafa num único movimento, impressionando o outro.

— Mas você tá indo bem aqui. — Tentava consolá-lo. Alcançou taças e as depositou no balcão para que ele os servisse.

— Mas esse não é o ponto! — SP gesticulava enquanto servia a bebida. — Eu preciso voltar pro meu mundo! Minhas coisas de verdade! Meus amigos! — Encarou o vidro em sua mão por um momento e ignorou a segunda taça virando o vinho no gargalo. — Eu quero voltar! — Choramingou. — Eu não aguento mais ver a Santinha daquele jeito! Parece que tá de TPM todos os dias! E o Minas cara?! Sempre ruim! Se fala três sílabas no dia é muito! — Se debruçou no balcão com um choro teatral, fazendo drama. — O pão de queijo! Ele não faz mais o pão de queijo!!!! Cê sabe o que é isso?! É claro que não sabe, tu nunca comeu um pão de queijo do Minas! — Engoliu mais um longo gole do vinho. Encarou o moreno já um pouco alterado pelo álcool. — As nossas brigas. — Murmurou saudoso quando de repente se levantou e avançou no carioca. — Briga comigo! Vai! Me chama de boneca ou, sei lá, princesa! Até de babaca serve! — Gesticulou com ambas as mãos. — Só vem!

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