Minho acordou com a cabeça latejando, o gosto amargo do álcool ainda presente em sua boca. Ele havia bebido demais na noite anterior, tentando afogar a dor e a saudade que sentia de Jaewon. Ao abrir os olhos, viu o ambiente deprimente de sua casa, com a luz fraca do amanhecer entrando pelas frestas das cortinas pesadas. O silêncio era opressor, trazendo à tona todas as lembranças que ele tentava desesperadamente esquecer.
Levantou-se do sofá com dificuldade, os músculos protestando a cada movimento. A garrafa vazia de soju tombou, rolando pelo chão até bater na parede com um som oco. Minho sabia que precisava sair dali, precisava respirar um ar diferente, qualquer coisa que pudesse afastar os pensamentos sombrios que o envolviam.
Vestiu-se rapidamente, jogando uma jaqueta preta por cima da camiseta amassada e ajeitando minimamente os cabelos. Ele saiu, fechando a porta atrás de si com um suspiro pesado. O ar fresco da manhã o envolveu, trazendo um breve alívio. Sem rumo definido, começou a caminhar pelas ruas ainda adormecidas da cidade.
Sem que tivesse caminhado muito, avistou a igreja. Não era um lugar que costumava frequentar, mas naquele momento parecia um ambiente silencioso e limpo, quase que um refúgio para Minho, visto que sua casa só apontava o quão mal ele estava. A fachada simples, pintada de branco, contrastava com o céu azul claro. Minho parou por um momento, hesitando, mas acabou entrando. O interior da igreja era acolhedor. Ele escolheu um banco no fundo, sentando-se com um suspiro e apoiando os cotovelos nos joelhos enquanto suas palmas cobriam o rosto.
Jisung estava na sala do padre Ye-jun, ajudando com alguns preparativos da arrecadação de doações que a igreja estava planejando fazer. Ele sempre ajudava com a organização, o que às vezes consistia em ele ter que acordar assim que o sol surgia no céu e ir até a igreja.
— Jisung, tem algumas caixas lá no altar, pode trazer aqui por favor? — delegou o padre, com seu tom calmo de sempre.
— Claro, um minuto e eu já venho.
Jisung saiu da sala e foi em direção ao altar, apanhou uma caixa e deu uma breve olhada pelo salão, logo se assustando com o que via.
Ali estava Minho, no fundo do salão, ele olhava para baixo e os cabelos cobriam seu rosto. Jisung colocou a caixa de volta no chão e foi caminhando até Minho, que não percebeu a presença do outro até que o chamasse.
— Minho? — Jisung chamou, sua voz ecoando levemente pelo espaço vazio.
Minho abriu os olhos, olhando de forma catatônica. Ficou em silêncio por alguns segundos. Quando recobrou um pouco da consciência que lhe restava, ajeitou-se no banco e tentou forçar um sorriso.
— Jisung... Oi — disse calmo, a voz quase falhando.
Jisung sentou-se ao seu lado no banco, observando-o com atenção, percebeu suas olheiras profundas e sua expressão abatida, ele estava pálido e Han conseguia sentir ligeiramente o cheiro de álcool.
— Você não é de aparecer por aqui, e está muito cedo. Está tudo bem com você? — Perguntou preocupado.
— Estou bem, só... tive uma noite difícil — Minho desviou o olhar, fixando-o no altar à frente.
— Minho... — murmurou. Ele sabia que Minho estava mentindo e que provavelmente estava guardando algo para si. Delicadamente Jisung levou sua mão até a de Minho segurando-a de leve. — Desculpe te dizer isso, mas, você não parece bem.
— Eu sei — Os olhos de Minho marejaram e a vista começou a embaçar, ele respirou fundo e apertou a mão de Jisung com um pouco mais de força e o outro fez um pequeno carinho com o polegar.
— Quer conversar sobre isso? — Han tentava olhá-lo nos olhos, mas Minho evitava a todo custo.
Minho sentiu uma onda de emoções conflitantes. Parte dele queria afastar Jisung, manter sua dor privada, e a outra parte apenas queria chorar. Independente de qual parte venceria, ele não se sentia pronto para se abrir completamente.
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Take Me To Church | Minsung
RomanceJisung é um jovem devoto que se vê preso entre sua fé e sentimentos conflitantes. Vivendo sob os princípios rígidos da igreja e de sua família, ele tenta manter sua vida sob controle, mesmo quando seu coração o leva em uma direção "proibida". Minho...