Jisung é um jovem devoto que se vê preso entre sua fé e sentimentos conflitantes. Vivendo sob os princípios rígidos da igreja e de sua família, ele tenta manter sua vida sob controle, mesmo quando seu coração o leva em uma direção "proibida". Minho...
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Minho chegou ao café para mais um dia de trabalho. Não havia dormido muito bem já que os acontecimentos recentes ainda pesavam em sua mente. Desde que pensou ter sentimentos por Han Jisung ele não conseguiu sentir paz, era como se uma parte de si lutasse contra esses sentimentos, tentando convencê-lo de que era algo passageiro, mas quanto mais ele tentava ignorar, mais persistentes eles se tornavam.
Muitas dúvidas rondavam sua mente, podia ser só uma fase, mas e se não fosse? Jisung era um garoto religioso, que morava com os pais e que seguia as regras da igreja. Tudo o que Minho conseguia imaginar era que ele o rejeitaria imediatamente e se afastaria, sem nem pensar duas vezes, se soubesse o que se passava em sua mente. Ele não apenas arriscaria perder um amigo, mas também estaria expondo Jisung a um conflito que não merecia carregar.
Minho refletia, sentindo o peso dessas diferenças. Ele se via como alguém quebrado, com uma bagagem emocional que Jisung jamais entenderia. Pior ainda, ele sabia que seus problemas e inseguranças poderiam acabar ferindo Jisung. Como poderia colocá-lo nessa situação? Não seria justo com ele, nem consigo mesmo.
Enquanto organizava as xícaras na bancada e preparava a máquina de café, notou Chris se aproximando com seu habitual sorriso contagiante.
Minho acenou com a cabeça em afirmativa mas sua expressão preocupada não passou despercebida por Chris.
— O que foi? Tem algo te incomodando? — Chris perguntou, enquanto passava um pano de limpeza por toda a bancada.
— Não, estou bem... — Minho respirou fundo, e então olhou para Chris pensativo. — Na verdade, posso te fazer uma pergunta?
— Duas né — brincou, logo parando o serviço para lhe dar mais atenção.
— Como você acha que um garoto que é bem religioso, vai sempre a igreja, reagiria se soubesse que...— ele hesitou, procurando as palavras. — Que outro garoto gosta dele?
— Ta gostando de alguém da igreja? — Chris perguntou, a voz carregada de curiosidade.
— NÃO! Claro que não... — Minho corou, desviando o olhar. — é só uma curiosidade que eu tive, como essas pessoas da igreja lidam com a homossexualidade? Nada em específico — perguntou casualmente, tentando não levantar suspeitas.
— Ah... — Chris estalou a língua, se encostando no balcão. — Bom, você sabe como são as coisas nesses lugares tradicionais, né? Muitas pessoas na igreja podem ter opiniões conservadoras, pode ser complicado.
— Sim, deve ser complicado mesmo... — Minho assentiu, sentindo um peso no peito.
Chris notou a seriedade no olhar de Minho e se aproximou dele.
— Mas as coisas estão mudando, não é? Devagar mas estão, acredito que nem todos na igreja pensam da mesma forma. Existem pessoas que são mais abertas e aceitam todo mundo do jeito que é, sem julgamentos — comentou delicadamente.
