DURANTE a final da Copa América, Aurora Giay, uma torcedora argentina, em um momento de frustração, ela arremessa uma garrafa de água na cabeça de um jogador colombiano, Richard Ríos, o que ela não esperava é que ele era o melhor amigo do seu irmão...
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Hard Rock Stadium, Miami 01:30AM
Aurora Giay Eu e meu irmão conseguimos entrar no vestiário através de alguns contatos do Giay, quando entramos me deparei com o colombiano ainda no chão aos prantos. Meu irmão agachou do lado dele e eu fiquei com vergonha encostada na parede.
- relaxa cara, você fez sua parte.
Logo ele percebe minha presença.
- Que que essa maluca tá fazendo aqui? - ele fala, erguendo as sobrancelhas e se levantando do chão.
- Maluca é sua mãe, seu filho da... - meu irmão coloca a mão na minha boca.
- Ela é minha irmã, Aurora. Lembra que eu falei dela pra você?
- Bem que você disse que ela tinha uns neurônios a menos.
Nessa hora, eu mordo a mão do Giay, e todos na sala explodem em risadas.
- Só vim pedir desculpas numa boa, tá? - eu falo, séria.
- Relaxa, irmã do Giay, Irmã minha também.
- Mas você mereceu a garrafada.
- Cala a boca! - meu irmão interrompe, tentando controlar a situação.
- Olha, eu entendo que o jogo foi intenso e a pressão era alta, - Richard diz. - Mas acho que não precisava daquilo.
- Pelo menos eu não acertei a bola, né? - eu brinco, tentando aliviar a tensão.
Ele ri, e meu irmão revirou os olhos.
- Só você mesmo, Aurora. - Giay fala, balançando a cabeça.
- Agora deixa eu tirar uma foto de vocês juntinhos pra que depois os comentaristas não xinguem vocês, e que você não seja processada Aurora - meu irmão diz, olhando entre mim e Richard com um sorriso tirando o celular do bolso.
- Idiota - eu respondo, revirando os olhos, tentando manter a seriedade da situação.
- Vai, pô! - ele insiste, pegando o celular novamente. - Tem que escrever um pedido de desculpas na legenda.
- Eu só fiz o que qualquer torcedor faria, - eu respondo, cruzando os braços. - Se você não consegue lidar com a pressão, talvez seja hora de repensar sua carreira.
- O que você tá insinuando? - ele diz, levantando uma sobrancelha.
- Nada, apenas constatando. - eu falo, mantendo o olhar firme. - Agora, vamos tirar essa foto antes que eu mude de ideia.
Meu irmão conta até três e captura o momento, o Colombiano se posiona ao meu lado e coloca a mão na minha cintura, me fazendo arrepiar.
- Só espero que isso não vire meme.
- Eu não vou postar isso nem ferrando - eu digo.
- Então vai aturar os torcedores te xingando. - meu irmão fala e eu reviro os olhos.
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RICHARD RÍOS
Após os dois saírem da sala, parecia que algo tinha mudado em mim. Antes, eu estava mal pra caralho, mas agora parecia que tinha melhorado um pouco.
- Te deu uma garrafa e você se apaixonou, - comentou Luis Díaz, rindo, enquanto me olhava com um sorriso maroto.
- Ah mano, se liga, - respondi, rindo junto com ele.
Logo me troquei e comecei a caminhar em direção ao hotel. Íamos embora só mais tarde; já eram três da manhã. O jogo tinha sido intenso, e a adrenalina ainda pulsava nas minhas veias.
Quando cheguei no quarto, a primeira coisa que pensei foi em me jogar na cama. Mas, para minha surpresa, dei de cara com meu sobrinho e minha prima, que estavam lá pra me apoiar após a derrota.
- Rios, você foi incrível, - disse Juvena, com um sorriso no rosto, enquanto se aproximava para me dar um abraço.
- Valeu, Juvena. Só fiz o meu melhor, - respondi, tentando esconder a frustração com a derrota.
- Mas cê viu? A torcida te ama! - completou Thian, meu sobrinho, animado. Ele sempre foi o mais fã e sempre me incentivava, mesmo nos momentos difíceis.
- É, eu vi, mas isso não muda o resultado, - falei, soltando um suspiro.
Juvena olhou para mim com um olhar compreensivo.
- Acho que a gente ainda tem que celebrar a jornada, Rios. Você é um grande jogador, e isso não muda.
- É, e na próxima vamos conseguir, - eu disse, com uma leve esperança surgindo dentro de mim.
Fiquei ali conversando com eles por um tempo, a energia da família me ajudando a esquecer a derrota. A presença deles trouxe um pouco de conforto e alegria, e percebi que, apesar do resultado, eu ainda tinha pessoas que se importavam comigo.
Com a energia renovada, me joguei na cama, pensando em como o futebol é imprevisível.
