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Na manhã seguinte, Louise acordou tarde e não viu Brahms na cama. Ela olhou para o lado e, antes que pudesse chamar por ele, a porta do quarto se abriu. Brahms entrou com um prato em mãos, onde repousava um sanduíche, e um copo de suco na outra. Louise sorriu, aliviada e admirada pelo gesto.

Brahms se aproximou e entregou o café da manhã a ela, se sentando ao seu lado na cama. -Me desculpe por ontem,- disse ele, sua voz parecia cheia de arrependimento.
- Eu não queria te assustar.

Louise baixou os olhos, um pouco desconfortável por se lembrar do momento pelo qual Brahms se desculpava -Está tudo bem,- respondeu, a sinceridade em sua voz.
- Não importa mais.

Brahms assentiu, como se aquela fosse a única resposta que ele esperava. Ele então a olhou uma faísca de malícia nos olhos, seus pensamentos ainda na noite que tiveram.
-Você gostou? perguntou ele, a voz suave.

Louise sorriu, um sorriso ainda mais malicioso que o olhar de Brahms. -Eu adorei...-ela falou - Você me deixou muito surpresa, sabia?

- Eu fui um bom garoto?-ele perguntou-

Louise riu da pergunta, a forma infantil com que ele havia falado, sobre algo que não tinha nada de inocente.
- Como assim?- sorriu,

- Me desculpe. É que eu...

- Está tudo bem, Brahms. Não precisa pedir desculpas. E se quer saber, apesar do susto que me deu, você foi um bom garoto.-falou,- Um ótimo garoto.- ela terminou falando em tom malicioso, seguido de um sorriso -

Brahms sorriu de volta, um sorriso que iluminou seu rosto. - Obrigado. Agora tome seu café da manhã,- disse ele, indicando o prato.

Louise começou a comer, sentindo o olhar de Brahms sobre ela. Ele a observava com uma mistura de curiosidade e carinho, como se cada movimento dela fosse uma obra de arte a ser apreciada. Após algum tempo, Brahms quebrou o silêncio.

-E o Dylan? Você falou com ele?

Ela parou por um momento, pensando na mensagem que havia enviado e na falta de resposta. -Enviei uma mensagem agradecendo por não ter contado nada, mas ele não respondeu.

Brahms franziu a testa, intrigado.
- Não precisava fazer isso.- disse ele, a voz baixa.

Louise parou de comer e olhou para ele. - Eu só queria agradecer, pelo que ele fez,-respondeu, tentando manter a calma.

- Por quê? -Brahms insistiu, a tensão crescendo em sua voz.
- Ele quer tirar você de mim...

Ela colocou o prato de lado e respirou fundo. -Brahms, por favor, não comece,- disse ela, tentando evitar uma discussão. -Eu entendo que você tenha ciúmes, mas Dylan é só um amigo, então...pare de falar como se eu fosse sua propriedade.

Louise não queria brigar com Brahms, mas precisava respondê-lo de maneira mais assertiva, confrontar a atitude possessiva de Brahms. Por mais que ela compreendesse a possível dependência de Brahms, sabia que precisava estabelecer limites claros.

Brahms olhou para Louise com um olhar sério, seus lábios torcendo em uma expressão de frustração. Ele cerrou os punhos, e sua respiração ficou mais pesada. Louise, por um momento, se afastou dele na cama, como se esperasse uma reação negativa.

Porém, Brahms se recompôs logo. Ele se levantou lentamente e, com uma voz controlada, perguntou: -Você quer mais alguma coisa?

Louise, ainda apreensiva sobre a reação dele, balançou a cabeça. -Não, não quero mais nada.

Brahms assentiu e começou a caminhar em direção à porta. Quando estava prestes a sair, Louise o chamou.
- Brahms , espera.

Ele parou e olhou para ela, esperando. Ela hesitou, as palavras presas na garganta. -Não é nada, pode ir.- disse finalmente, desviando o olhar.

Uma Vez Com BrahmsOnde histórias criam vida. Descubra agora