Uma Vez Com Brahms

‡‡26‡‡

Dylan passou quase a manhã toda na vídeo chamada, ouvindo atentamente e fazendo perguntas. Ele estava determinado a entender melhor a situação em que estava se envolvendo e a pessoa com quem falava, narrava detalhes importantes para isso. A conversa foi intensa e cheia de revelações, deixando Dylan com muito em que pensar.

Enquanto isso, na mansão, Brahms estava mais silencioso do que o normal. Louise, após fazer suas compras, voltou para casa com pães, frutas e outras coisas para Brahms, na esperança de agradá-lo. Ela tentou de tudo para chamar sua atenção e animá-lo, mas ele estava distante naquele dia. Passou a maior parte do tempo trancado em seu quarto, e mesmo quando Louise tentou falar com ele, decidiu não incomodá-lo ao perceber que ele não queria companhia.

Determinada a melhorar o clima, Louise ligou uma música clássica alta, do tipo que Brahms gostava, na expectativa de que ele descesse para se juntar a ela. A melodia preenchia a casa, criando uma atmosfera ao mesmo tempo reconfortante e melancólica. Louise esperava que a música pudesse alcançar Brahms de alguma forma, trazendo-o de volta ao presente e, talvez, ao seu lado.

Brahms não desceu, mesmo com a música clássica preenchendo a casa. Preocupada, Louise decidiu ir até o quarto dele novamente. Ela bateu algumas vezes na porta, chamando seu nome suavemente. Após alguns momentos de silêncio, ouviu o som da porta sendo destrancada. Com um leve empurrão, abriu a porta e entrou.

Ao entrar, viu Brahms abaixado perto da cama, parecendo estar colocando algo debaixo dela. O movimento foi rápido demais para que Louise pudesse ver o que era. Decidiu ignorar o que viu, acreditando que ele estava cuidando de suas próprias coisas.

Ela se aproximou lentamente, tentando não assustá-lo. Brahms permaneceu abaixado, seus ombros tensos e a respiração pesada. Louise se ajoelhou ao lado dele, colocando uma mão gentilmente em seu ombro.

- Brahms, você passou o dia trancado... - disse ela, - O que estava fazendo?

Brahms levantou a cabeça lentamente, seus olhos encontrando os dela. Havia uma mistura de emoções em seu olhar, mas ele não disse nada. Louise sorriu, tentando transmitir calma e compreensão.
- Ainda está com ciúmes?

Ele não respondeu, ao invés disso, olhou para Louise de maneira fixa e penetrante, seus olhos parecendo buscar algo nas profundezas dela. Louise, sentindo o peso daquele olhar, perguntou suavemente:

- O que foi, por que tá me olhando desse jeito?

Ele não respondeu de imediato. Em vez disso, levou lentamente uma mão até o pescoço dela. Louise sentiu um arrepio bom percorrer sua espinha, uma mistura de surpresa e prazer. Brahms então levou a outra mão ao pescoço dela, segurando-a com delicadeza, mas firmeza.

Nesse momento, Louise sentiu um arrepio diferente, um que a fez se afastar automaticamente. No entanto, Brahms ainda a segurava, e antes que ela pudesse reagir mais, ele colocou mais força em suas mãos, pressionando os dedos no pescoço de Louise, a intensidade da força aumentando rapidamente.
- Brahms?!- ela falou com a voz sufocada,- Para!

Foi então que ele soltou o pescoço dela e rapidamente segurou em seus cabelos, puxando-os de maneira primitiva, fazendo com que o rosto dela se aproximasse mais do dele e assim
a beijou. Foi um beijo tão cheio de intensidade como o momento anterior.

Louise tentou se livrar do beijo, um instinto de autopreservação gritando dentro dela. Porém Brahms a segurava com força enquanto a beijava de forma predadora, seus lábios devorando os dela com violência até descer pelo pescoço, chupando e mordendo.

- Brahms, para!- gritou -
- Para com isso!

Em um impulso de defesa, começou a dar tapas nos ombros de Brahms, tentando fazê-lo parar. Sentindo a resistência dela, Brahms a soltou abruptamente, afastando-a com força. Nesse exato momento, Louise, movida por uma mistura de medo e raiva, deu um tapa forte no rosto dele.