Capítulo 16

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— E como é que surgiu essa amizade de chefe e funcionário? — a minha mãe pergunta para o Thales. — Na minha época , duvido que eu teria amizade com um dos meus chefe. Eles sempre foram ranzinzas e insuportáveis — ela é toda risos.

E não sei o que pensar ou a que conclusão chegar. Todos os convidados parecem familiarizados com Thales Wade em, mais ou menos, um total de duas horas. Quer dizer, a maioria. Os outros dois homens presentes na mesa, Adam e Evan, não estão com a mesma simpatia e sim sem expressão.

— A Lia... — Thales responde, sorrindo para mim, abalando o meu universo mental, então desvia de novo para a minha mãe. — A sua filha é muito conquistadora. Ela tem esse jeitinho que me fez querer ser mais que um chefe. Parece bem bobo, mas é a verdade.

Quase dou risada, mas me lembro que Thales só está fazendo isso para tirar de Adam qualquer esperança errada que ele possa ter.

Mas mesmo assim é impossível que eu não fique querendo sorrir direto. Essas palavras de elogios estão saindo da boca do mesmo homem por quem tenho uma fascinação imensa e inexplicável. Por quem fiquei por tantos dias torcendo para esbarrar nos corredores. O mesmo homem que, hoje, me disse que as portas de sua casa estão abertas, caso eu não queira finalizar a noite com trabalho.

Espera. Como assim?

Eu o olho de perfil, o rosto sorridente enquanto conversa, então devo estar com o peso de uma interrogação na cara porque seu olhar voa para mim.

— Quer me dizer alguma coisa? — ele se inclina um pouco para falar perto do meu rosto e prendo o ar, seus olhos tão perto dos meus e essa boca de lábios carnudos unidos enquanto é emoldurada por uma barba desenhada naturalmente.

Eu suspiro pesadamente.

— Você me convidou para a sua casa?

— Sim, isso — seu olhar desvia do meu um instante para o outro lado da mesa e sei que Adam está ali. — Por causa do trabalho.

— Ah, claro... — disfarço minha tristeza e não sei porquê. Não é como se eu achasse que Thales iria me ver com esses olhos, porque ele está apenas colhendo conhecimento comigo.

— Quer dizer sim? — ele tem os olhos sorridentes me encarando de novo, e todo o meu rosto, esbarrando em minha boca.

Sim, claro, com certeza, certamente, sem sombra de dúvidas, efetivamente... Mas então penso com que cara eu ficaria depois de chegar na casa de um Wade.

Não, não. De Thales Wade. O filho mais novo da Sra. Wade, a minha chefe forçada e que suporto por obrigação.

É a mãe dele. Ela me demitiria.

Respiro fundo, piscando algumas vezes para recobrar as ideias.

Mas chego a conclusão, no embalo de pensamentos, que talvez não. Talvez a Sra. Wade não me demita. Ela não demite a Karina. E olha que aquela oferecida falta subir nas costas de Thales para expressar o quanto acha que ele lhe pertence.

— Pode ser — respondo para Thales. — Eu aceito. Só por causa do trabalho.

O sorriso que recebo é largo e faz seus olhos brilharem num castanho claríssimo. Tenho certeza de que sou só uma pessoa respirando depois disso.

— É claro — Thales pisca para mim. — Só por causa do trabalho.

°°°

Foi difícil entrar no carro do Wade. Meus convidados, principalmente Sheila, não queriam me largar. Estavam falando um monte, e a minha amiga de trabalho estava mais para quem queria saber alguma fofoca.

Entendo que me ver com Thales deve ter causado algum espanto nela. Muito mais tê-lo comigo para o meu aniversário. Me causou espanto, imagina para quem olha de longe.

— Meu Deus, finalmente! — Thales exclama depois de tomar o seu lugar no carro por trás do volante. Ele realmente parece aliviado porque solta uma respiração profunda e tudo o mais.

— Era muito papo para pôr em dia — tento sorrir, mas estou com um tremendo frio na barriga e arrepio no corpo. Estou indo para a casa de Thales, afinal.

— Puts, quanto papo — ele solta a respiração de novo, sua tensão ficando muito visível. — Vamos para a minha casa, vamos. Lá tem a chave de ouro.

Eu suspiro, abobalhada.

— Pensei que você fosse a chave de ouro — admito e isso o faz me olhar já com a mão na chave de ignição.

— Que safada.

— Eu não... — imediatamente balanço a cabeça em negativa. — Não quis dizer isso. Nesse sentido.

Ele ri e nos coloca em movimento.

— Relaxa, estou brincando — sua mão sem ser a que está no volante bagunça os próprios fios de seu cabelo. Ele realmente esbanja esgotação e saco cheio. — Mas você não acha que estamos indo para a minha casa brincar de noite das meninas e fazer as unhas, não é?

Agora eu rio, mas paro depressa porque... Bem, porque Thales está dando a entender que...

— Pensei em beijos — gesticulo depressa, pensando numa coisa não tão pesada. Não que fazer sexo com Thales deve ser uma coisa pesada, mas assim, de primeira...

— Beijos, só beijos? — vejo um canto da sua boca se mexer em um sorriso.

Respiro fundo e coço a testa, momentaneamente aflita.

— É, é... — confirmo. — Não está bom para você?

— Está ótimo. O que você quiser, eu estou topando. O dia é seu — o sorriso que se abre na sua boca é mais largo agora. — Mas eu posso manter a esperança?

Dou risada.

— Você pode — minha resposta é imediata, afinal, Thales Wade é Thales Wade, o dono dos meus pensamentos diurnos e noturnos.

— Essa é a minha garota — ele pisca para mim, me abalando por completo.



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Lia tão bobinha apaixonada sem saber 🥹

Só te desejo que o encanto por este homem não acabe 👀

Boa tarde, meus amores! Q abafado meu Deusss 🥵

Minha Tentação tem Nome - Os Wade 1Onde histórias criam vida. Descubra agora