Capítulo 6

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— Acho que você aprenderia depressa se fosse mais "curioso" — digo quando Thales esquece novamente como unir as camadas no Photoshop. — Eu mesma comecei a aprender lá com meus oito, nove anos. O filho da amiga da minha mãe mexia muito nesse programa no computador dele e eu ficava olhando e aprendendo. Perguntava muito também. Ele sempre respondia com paciência — rio, mas é puro nervosismo por ter Thales Wade cheirando a homem gostoso tão perto de mim.

Ele trouxe a cadeira para o lado da minha e está tentando pegar o jeito com o básico do Photoshop. Não quero falar, mas Thales não leva o menor tato e nem demonstra a menor vontade. Acho que a Sra. Wade se enganou totalmente quando pensou que ele se encaixaria na área criativa de sua empresa.

— Tem uma parte mais chata pra você ensinar? — ele reclama e solta o mouse como se estivesse quente. Observo-o relaxar na cadeira, apoiando as costas na parte de trás e levando as mãos unidas para cima da cabeça, seus olhos se atentando ao seu trabalho malfeito na tela do notebook.

Thales sibila em descontentamento e me olha. Assim, do nada e de repente, ele me encara e me pega em flagrante admirando-o calada.

Preciso dar um sorriso amarelo e engatar sua pergunta.

— Creio que essa parte é a mais básica — tento me distrair pegando o mouse para manusear. — Você não pode avançar etapas, entende? Não pode começar do nível três, por exemplo.

Um silêncio de pouco tempo, mas suficiente para me causar um vácuo na barriga, se instala.

— Quem disse que não?

Eu o olho ante a pergunta.

— O quê?

— Quem disse que não posso começar do nível três? — seus lindos olhos verdes passeiam pelo meu rosto antes de se atentarem à minha boca, permanecendo ali tempo suficiente para me fazer engolir em seco. Então finalmente seu olhar volta ao meu quando Thales completa: — Há quem prefira começar de níveis mais altos e depois ir diminuindo.

Estreito os olhos, um tanto confusa.

Ele está falando de trabalho ou... Não posso deixar meu querer por Thales imperar no trabalho. Principalmente quando estou sendo a sua chefe no momento.

A vida e suas palhaçadas...

— Bem, sim — pigarreio. — Há quem prefira, sim, mas é bom iniciar do básico, pois lá frente você vai precisar. Sei do que estou falando. Acredite.

— Eu acredito — ele imediatamente diz e se endireita, voltando a apoiar os cotovelos na mesa e seu rosto vindo até estar próximo ao meu. Seu ombro toca o meu braço e ali fica, me deixando sentir todo calor que emana do corpo de Thales Wade. — Você não costuma ir às festas de confraternização da empresa, né?

É uma pergunta que foge totalmente da zona de conforto Thales-trabalho, mas eu não vou cortá-lo ou deixar de responder, até porque me sinto muito surpreendida por ele saber disso.

— Não — concordo, depois de me recuperar do primeiro impacto da recente informação.

— Por quê? — seus olhos se estreitam, curiosos. — Tem um namorado ciumento que tem medo de chifre?

Meu riso é tão instantâneo que me vejo pedindo desculpas.

— Eu não tenho namorado e não venho porque não quero — explico. Sem falar que sua mãe bêbada é uma vergonha. Já testemunhei uma vez, ela só não saiu beijando todo mundo porque o marido a levou logo embora.

Mas eu não digo a última parte para Thales, só penso mesmo.

— Você não é de festas? — ele pergunta e depressa acrescenta um comentário: — Muito me admira, porque você é amiga da Sheila e ela sempre se faz presente.

Minha Tentação tem Nome - Os Wade 1Onde histórias criam vida. Descubra agora