Capítulo 5: O Plano de NT

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Capítulo 5: O Plano de NT

Deitado na cama do hospital, o peso do que tinha acontecido ainda pairava sobre mim. As palavras da minha mãe ecoavam na minha cabeça: ela não queria me perder. E, para ser sincero, eu também não queria ver o sofrimento dela mais. Eu sabia que estava destruindo meus velhos aos poucos, e isso me corroía por dentro.

Passei a mão pelo rosto, tentando afastar os pensamentos confusos. Não podia continuar assim, vivendo com um pé no crime e outro na família. Alguma coisa precisava mudar. E foi nesse momento que uma ideia surgiu na minha mente.

Eu: "Vou voltar a estudar."

A ideia veio como uma lâmina cortante, clara e precisa. Eu tinha um bom dinheiro guardado no banco, dinheiro sujo, claro, mas que podia ser usado para algo bom. Não precisaria largar o crime de uma vez, ainda não. Poderia continuar na vida para pagar meus estudos e me formar. Meu sonho sempre foi ser arquiteto, e agora eu via uma oportunidade real de alcançar isso.

Eu: "Quando eu me formar, eu saio."

Sim, esse seria meu plano. Terminar o ensino médio, entrar na faculdade de arquitetura, e, quando estivesse formado, sair da vida do crime de vez. Essa seria minha saída. Eu poderia dar um futuro digno para a minha mãe e meu pai, e talvez até redimir os erros que cometi.

Quando minha mãe entrou no quarto, já com o rosto mais calmo, eu sabia que precisava contar para ela.

Eu: "Mãe, eu pensei no que você falou."

Ela se aproximou devagar, sentando ao meu lado, segurando minha mão como sempre fazia quando queria me dar força.

Mayara: "E o que você decidiu, meu filho?"

Eu: "Eu vou sair dessa vida, mãe. Mas não agora. Eu quero voltar a estudar, terminar o ensino médio e fazer faculdade de arquitetura. Esse sempre foi o meu sonho, e com o dinheiro que tenho guardado, vou conseguir pagar meus estudos. Quando eu me formar, saio da vida do crime de vez."

Os olhos dela se encheram de lágrimas, mas dessa vez, eram lágrimas de alívio e felicidade. Eu podia ver o orgulho em seu rosto, como se finalmente tivesse uma esperança real de me ver longe do mundo perigoso em que eu estava envolvido.

Mayara: "NT, você não faz ideia de como isso me deixa feliz. Se é isso que você quer, eu vou te apoiar em tudo. Mas promete que vai tomar cuidado, filho. Até se formar, eu vou rezar todos os dias para que Deus te proteja."

Ela me puxou para um abraço apertado, e eu senti o peso de sua preocupação se dissipar, pelo menos um pouco. Eu sabia que ainda tinha um longo caminho pela frente, mas agora eu tinha um plano, um objetivo. Eu iria me formar em arquitetura e sair dessa vida, garantindo um futuro digno para mim e para a minha família.

Eu: "Eu prometo, mãe. Eu vou sair. E quando eu sair, a gente nunca mais vai passar por isso."

Ela sorriu, me dando um beijo na testa, o único gesto de carinho que eu permitia a ela e ao meu pai. Naquele momento, senti que, pela primeira vez em muito tempo, estava fazendo algo certo.

E assim, com a decisão tomada, uma nova esperança se acendeu dentro de mim. Eu ainda teria que enfrentar os desafios do crime, mas agora, cada passo seria em direção a um futuro melhor. Eu seria arquiteto, e minha vida no crime seria apenas uma lembrança do passado

Coração BandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora