Caminho em passos curtos e lentos,
pela avenida bordada de flores,
a qual, em segredo, chamei de
Avenida das Camélias.
Não que seja um lugar seguro, pois ali,
as flores sussurram o que nunca deveria ser dito.
Cada pétala guarda um segredo esquecido,
e o vento leva consigo
o que fui, o que deixei, o que nunca ouso lembrar.
Segredos desfeitos, perfumes dispersos,
em passos calados, destino incerto;
como se, ao fim, o peso desses passos
fosse a despedida que o peito aperta.
Na curva, encerram-se os versos,
tudo o que finda, se esvai e se cala,
em uma despedida de flores incertas,
onde meus segredos não repousam mais.E então, me despeço da Avenida,
deixo ali, entre as camélias desertas,
o rastro do que fui, o silêncio do que restará.
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