Não Revisado
O cheiro familiar de pães recém assados invade as narinas de Emily assim que ela passa pelas portas de vidro da pequena padaria, localizada a três quarteirões da casa dos Princhek. Ela sente a nostalgia a atingir forte, seus primeiros anos escolares se resumiam em comprar o café da manhã em uma pequena loja a caminho da escola, não muito diferente desta, talvez com menos opções, mas igualmente reconfortante. Prestes a dar o primeiro passo é empurrada por uma criança eufórica, Elijah insistiu, não, implorou para que pudesse lhes acompanhar no pequeno passeio pelo bairro. Não o culpa, se sente um tanto deslocado em meio aos irmãos e primas são mais velhos, em seus próprios mundos e o excluindo sem nem perceber. O menino rapidamente pede desculpas, se sentindo envergonhado por não conseguir se controlar e quase derrubá-la, mas mal consegue esconder a excitação por poder sair com elas, é claro que ela nem consegue ao menos parecer brava quando aqueles olhinhos esverdeados a encaram com expectativa e um pouco de temor, achando que estragou tudo por um tropeção estabanado, e por fim apenas sorri para ele.
Atrás deles, Esther fecha a sombrinha florida e limpa os pés no tapete de entrada, tomando cuidado para não sufocar a bebê com os seios ao se inclinar para colocar o acessório na porta guarda-chuvas, colocando a mão protetoramente em sua cabecinha, enquanto o corpo está preso pelo canguru, tão confortável que a fez dormir antes que pudessem dobrar a primeira esquina. Lera, alguns anos antes, como os bebês não podem ser expostos diretamente ao sol antes dos seis meses e, sendo tão precavida quanto sua irmã mais velha, preparou-se para o passeio como a mesma faria. Na bolsa há mamadeiras preparadas, fraldas o suficiente, duas mudas de roupa, manta fina para proteger a pequena, manta grossa para caso esfrie, ocorrência comum mesmo em dia ensolarados, e tudo o que o que pode ser usado para uma possível emergência.
- Vocês se machucaram? – ela pergunta, genuinamente preocupada, ao vê-los colidir logo no hall, ambos negam e ela pode soltar uma pequena risada – Mais cuidado, Eli.
- Tá bem, titia.
O menino se ajeita de forma nervosa sua nova camiseta do Bob Esponja, escolhida pelo mesmo para exibir seu personagem favorito, não desviando o olhar da assistente, até ela estender a mão, qual ele pega rapidamente.
- O que você vai querer hoje, querido? – Esther pergunta ao sobrinho, os alcançando para que fiquem lado a lado – Aqui tem aquela torta de limão que você adora.
- Mas eu prefiro a sua, titia. É bem azedinha.
- Ah, é?! – a citação chama a atenção de Em, salivando com o simples pensamento da sobremesa, sabendo muito bem como a mulher tem mãos de fada – Sua tia costuma assar para você?
- Sim, muito, mamãe nem sabe como eu não estou gordinho. – e esfrega a própria barriguinha, arrancando risos das mulheres – Eu amo os bolinhos de chocolate.
- Eu amo bolo de chocolate também. – confessa ela, com o gosto do café da manhã ainda permanente na língua, mesmo após escovar os dentes, estava um manjar dos deuses.
- Dá de perceber. – a resposta sincera infantil a faz corar, mas ao invés de se sentir envergonhada apenas concorda.
- Não tenho culpa que sua tia faça um maravilhoso.
- Isso é verdade!
- Vocês dois vão me deixar envergonhada com tantos elogios. – a mais velha brinca, apesar de seu rosto pálido estar ruborizado, no fundo feliz de que ela tenha gostado da receita de bolo, a arma que usou para poder tirá-la debaixo das cobertas – E Sra. Shaw com ciúmes, achei que você adorasse a torta de mirtilo dela.
- Mas eu adoro, titia, de montão.
- Então diga isso a ela, quando chegarmos ao balcão, Sra. Shaw irá amar saber disso. – ela pisca para o sobrinho e agarra sua outra mãozinha – Quer pedir isso hoje?
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Loving and Protecting - Mirandy
FanfictionAndrea Sachs se apaixonou por Miranda Priestly e tomou a difícil decisão de abandona-la antes que saísse machucada, meses depois ela se encontra numa situação inusitada com a editora mais que contente em ajuda-la e disposta a fazer parte de sua vida...