𝘈 𝘗𝘳𝘪𝘮𝘦𝘪𝘳𝘢 𝘕𝘰𝘪𝘵𝘦

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19.02.24

"Guarde suas garras, e aprenda a apontar uma espada, menina."

A porta pesada do presídio feminino Cruz do Norte rangia enquanto Enid Sinclair atravessava o corredor escuro e úmido. O cheiro de mofo e desinfetante invadia suas narinas, e o eco de passos apressados e vozes distantes criava uma atmosfera opressora. Ela sentia o coração disparar, um misto de ansiedade e raiva borbulhando dentro dela. Por mais que tentasse manter a postura firme, a realidade de estar ali, naquela prisão, era esmagadora.

A policial que a conduzia, uma mulher robusta com um olhar de aço, segurava firme o braço de Enid.

- Anda logo, Sinclair. Não temos o dia todo. - Disse, arrastando-a pelo corredor. Cada passo parecia pesar mais que o anterior, e Enid lutava contra a vontade de se debater.

- Por que estou aqui? Eu não fiz nada! - Ela tentou protestar, mas sua voz soava fraca, quase perdida entre os gritos e risadas das detentas que se aglomeravam nas celas.

- Não cabe a mim decidir isso, mas você vai se acostumar logo com o lugar. - Respondeu a policial, com um sorriso irônico que só aumentou a frustração de Enid. Ao passar por uma das celas, ela viu um grupo de mulheres jogadas em colchões surrados, algumas rindo, outras chorando. O quadro era desolador, e a sensação de claustrofobia aumentava a cada passo.

Finalmente, chegaram à cela 217. A policial abriu a porta com um controle remoto, e disse alguma coisa no Walkie-Talkie que estava preso em seu uniforme próximo ao peito, fazendo com que o som ecoasse como um trovão pelos corredores.

- Entre. - Ordenou, e Enid hesitou apenas por um momento. O que a aguardava do outro lado? O medo era palpável, mas a indignação a impulsionou adiante.

Ela entrou na cela, e a policial a empurrou com força, fazendo-a tropeçar e cair em um canto.

- Seja bem-vinda à sua nova casa. - Disse a policial, com um tom sarcástico, antes de fechar a porta com um estrondo que reverberou em sua mente.

Enid se levantou, esfregando o braço onde a policial a segurou. O espaço era pequeno e claustrofóbico, com três beliches de metal com colchões surrados, pelo menos os lençóis e cobertores brancos estavam limpos. Também havia um banheiro improvisado no canto da cela, um vaso sanitário preto e sem tampa, e uma pia da mesma cor com papéis higiênicos um pouco respingados com água em cima dela. As paredes eram de um cinza chumbo descascado, e o ar estava impregnado de uma mistura de suor e odor cloro de limpeza.

Ela não tinha ideia do que esperar, mas sabia que precisava permanecer forte.

Nesse momento, uma mulher alta de corpo redondo e pouco acima do peso, com cabelos ondulados escuros e um olhar penetrante, aproximou-se de Enid. Também havia uma cicatriz atravessando seu rosto em diagonal, Sinclair reparou quando ela se teve por mais perto.

Força Obstruída - Wenclair AUOnde histórias criam vida. Descubra agora