𝐏𝐑𝐎𝐋𝐎𝐆𝐎

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17.02.24

"Se você quer evitar o ataque de um escorpião, não se aproxime dele."

O brilho ofuscante da manhã atravessava as cortinas de seda do quarto, lançando padrões florais sobre o piso de madeira polido. Enid Sinclair estava sentada na beirada da cama, ainda vestida com o elegante robe de seda que costumava fazer dela a imagem da perfeição, mas naquele instante, sentia-se como um espelho quebrado, refletindo mil fragmentos de pavor. Seu coração pulsava desordenado, uma tempestade de ansiedade que subia pela garganta como um grito silencioso.

Aquela manhã, tudo indicava que seria como qualquer outra. Mas então o telefone tocou. A voz do advogado do banco, cheia de uma gravidade que ela nunca quisera ouvir, desferiu um golpe direto em seu estômago ao informar que uma investigação sobre fraudes estava em andamento e que seu marido, o magnata Ajax Petrupolus, era o principal suspeito. Os ecos dessa revelação reverberavam em sua mente; ela estava assombrada pela certeza de que a vida que conhecera, tão perfeitamente estruturada, estava prestes a desmoronar.

Enid garrou os braços da poltrona ao lado da cama, tentando reunir forças. O que fazer? Como lidar com essa pandemia de desespero que a consumia? Rapidamente, decidiu que precisava agir antes que as consequências chegassem à porta dela. Com um olhar furtivo pela casa espaçosa, ela saltou em pé, o robe escorregando levemente, e correu até o escritório de Ajax.

A porta do escritório rangeu ao ser aberta, revelando uma sala repleta de livros encadernados em couro, prêmios e recortes de jornais que celebravam o sucesso do marido. No entanto, no fundo desse mundo de sucesso, havia algo mais obscuro: um cofre embutido na parede, um símbolo do que ele armazenava como seu verdadeiro poder. Com dedos trêmulos, Enid digitou a combinação que conhecia de cor, cada número ecoando como uma sentença de morte. O cofre revelou-se, as notas amontoadas em centenas de milhar reluzindo sob a luz.

Ela sentiu um nó se formar em seu estômago enquanto as peças do quebra-cabeça começavam a se encaixar. Que traidor era aquele homem que prometera protegê-la de tudo? Não havia tempo a perder. Um som distante, como um trovão soturno, ecoou do lado de fora. O barulho de sirenes cortando o manto da manhã fez seu coração hesitar. Com um impulso desesperado, Enid começou a pegar os montes de dinheiro e a jogar no vaso sanitário, a água girando e os rostos de sua vida anterior submergindo em um turbilhão de notas. Cada nota que ia para baixo parecia carregada com a traição, como se estivesse selando um pacto de silêncio eterno sobre o que realmente acontecia.

A porta da frente se abriu com um estrondo, e vozes autoritárias começaram a encher o ar. "Polícia! Ajoelhe-se e mão na cabeça!" O grito irrompeu em seu espaço sagrado, como uma violação total de sua privacidade. O medo a invadiu, mas a urgência dominou. Sussurrando uma prece silenciosa, ela golpeou a alavanca do vaso sanitário. O ruído do fluxo se misturou ao chamado da autoridade, e ela se sentiu perdida em um labirinto sem saída, uma rainha derrubada por uma traição que mal poderia compreender.

Força Obstruída - Wenclair AUOnde histórias criam vida. Descubra agora