Mas quando estou olhando para você, não consigo ser corajoso, por que você faz meu coração disparar.
One Thing – One Direction
Os primeiros raios de sol entraram pelo vidro da janela do quarto. Amelia puxou as cobertas pra cima na tentativa de reprimi-los, mas não teve o efeito esperado, ao invés disso ela sentiu um cheiro familiar, mas que não era o de seus lençóis. Assustou-se ao ouvir o bater de uma porta e se sentou rapidamente na cama. De outro cômodo, o qual ela podia jurar que era um banheiro devido ao cheiro de sabonete e loção pós-barba, saiu um Theo sem camisa de abdômen definido envolto por uma toalha na cintura. De cabeça baixa ele não percebeu o olhar dela, e assim que fez menção de tirar o pedaço de pano que o cobria, Amelia escorregou na cama cobrindo os olhos com o edredom, ouvindo uma risadinha baixa.
- Bom dia pra você, também.
A voz rouca ecoou pelo lugar fazendo um eco quase agradável na mente dela.
- O que eu estou fazendo aqui?
- Já pode tirar a cara daí, eu tô vestido. – ele achava isso engraçado e era claramente perceptível – Bom, você dormiu no meu ombro ontem à noite, foi difícil te carregar sonolenta na moto, mas você fica mais obediente quando não está consciente, então dei o meu jeito.
- Porque não me levou pra casa?
Amelia tinha a voz embargada e falava pausadamente graças ao efeito das longas horas de sono.
- Não respondeu a minha pergunta. – disse a garota.
- Vejamos, o que a sua amiguinha iria dizer quando visse você chegando em casa comigo?
- Qual a necessidade de tantos diminutivos?
Theo apenas riu da pergunta, ignorando a atenção exagerada que recebia da garota por conta da falta de uma camiseta. Andou até o guarda-roupa, tirou de lá uma camiseta azul marinho e uma boxer preta, jogando ambos no colo da moça.
- A toalha fica na última gaveta.
E antes mesmo que Amelia pudesse protestar ele voltou a falar.
- Estou te esperando na cozinha.
E saiu.
Relutante, mas medrosa, Amy levantou-se da cama, pegou as roupas jogadas para si e foi até o banheiro. Assim como dito as toalhas estavam na última gaveta, todas brancas e perfeitamente arrumadas, surpreendendo-a. Depois de despir-se ela entrou no chuveiro. A água caía fria e ela não gostou nada disso, mas não quis alarmar a situação, tomou banho frio, e ao sair precisou abraçar os braços ao corpo. Com os cabelos, que agora tinham o mesmo cheiro que os dele, saiu do quarto e o encontrou na cozinha.
Não era nada muito grande ou chique, todavia havia uma mesa repleta de coisas. Ela duvidou que ele tomasse café da manhã assim todos os dias, mas ficou feliz por tê-lo feito fazer tudo aquilo. Sentou-se em uma das cadeiras sem um mínimo aviso antecedente. Ainda em pé, Theo estudava a aparência de Amelia envolta em suas roupas.
- Sirva-se do que quiser.
Sem levantar o olhar ela fez seu prato, pôs seu café e começou a comer. Theo sentou-se a sua frente logo em seguida, disfarçadamente ele observava cada movimento dela. Sem querer começou a gargalhar, ganhando sua atenção.
- Que foi? – Amelia estava assustada.
- Você...
E outra vez ela era o motivo das risadas escandalosas dele.
-... Você levanta o dedo mínimo quando toma café...
- E daí?
- E daí que ninguém faz isso, a não ser, é claro, você.
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O Assassinato de Charlotte Miller
Mystery / ThrillerCharlotte Miller era uma mulher bastante interessante. Seu jeito despreocupado conquistava pessoas por onde quer que passasse, principalmente homens. E ela gostava muito disso. Mas um dia, descobriu que um deles não era exatamente o que ela imaginav...