o segredo

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___Daisy____

Caminhei pela casa antes de ir ao quarto. Vai que acho algo que possa ser uma pista? Fora que, se eu achar, tenho que esconder. Não pensei muito bem. Será que é algo tão grave? Mesmo sendo, não posso deixar o homem que me criou ser preso, né?

- Ok, bora achar o que essa casa me esconde.

Procurei em toda a cozinha, mas não achei nada.

- Aff, nada aqui! - Bufei, mas não iria desistir.

Fui à sala, procurei em tudo. Apenas achei papelada da escola que guardava ali de lembrança; alguns outros papéis, precisamente de quando ele, meu "pai", me ajudava a estudar ou fazia comigo quando eu era apenas uma criancinha levada. Enfim, continuei procurando e, novamente, não encontrei...

- Espera! Por que tem uma gaveta trancada? Será que tem alguma chave escondida? Preciso achar a chave dessa gaveta. Quais cômodos posso procurar?

Procurei no resto da sala e, quando estava saindo, Lucky latiu. Fui dar carinho nele e vi um tapete pequeno, da cor mais ou menos do chão.

- Será que tem algo embaixo? - Caminhei e me ajoelhei diante do sofá. Que esconderijo é esse, gente?

Olhei embaixo e encontrei uma chave! Vermelha. Não me lembro da chave do quarto ser assim. Então, fui direto para a gaveta.

- Será que vai? Deixa eu ver aqui. - Coloquei a chave e destranquei. - Conseguir!!!

- O que é isso? - Vi um monte de cartas cheias de fotos de uma mulher. Será que ela é minha mãe? Que estranho! Por que ele nunca me falou nada?

- Ok, tem mais coisas: uma placa com pontos vermelhos, parecendo ligar algo, e um diário!?

Vi o diário; tinha uma letra linda. Percebi que podia ser da suposta mãe e li cautelosamente.

A carta:

João, meu homem, obrigada por tudo que você já fez por mim e por nós. Quero que cuide de Daisy e dê tudo a ela que eu não vou poder dar. Queria passar mais tempo com vocês. Deixe-a descobrir quando ela estiver com 18 anos. Conte a ela tudo, não esconda que eu fui embora. Não a abandonei, mas sim a protegi do mundo perigoso em que me meti novamente. Se cuidem, amo vocês de todo o meu coração. Não chorem, me lembrem com uma boa lembrança. Adeus, amor e filha.

Comecei a chorar com a carta que tinha lido. Estava confusa com tudo aquilo. Tinha mais um, com o destinatário para mim.

- Tenho que ler. Cheguei até aqui. Como sinto sua falta, mãe.

Carta para Daisy:

Minha bonequinha, espero que tenha seguido um rumo melhor que o meu. Não se sinta péssima pelo acontecido, mas quando disse "mundo perigoso", foi que eu estava sendo procurada por outras máfias. Eu cuidava de uma; era a chefe de lá. Mas depois que engravidei de você, outro homem que trabalhava para mim - acho aquilo ridículo - disse que eu teria que ficar com ele, não com um trabalhador de padaria, alguém mais rico. Achei aquilo um absurdo e mandei-o ficar de férias por um tempo, para ter as ideias no lugar, pois ele estava trabalhando muito. Ele se declarou para mim. Falei que não podia aceitar, pois estava completamente apaixonada pelo seu pai e por você, que estava dentro do meu útero. Não podia abandonar vocês. Então, eu saí da máfia, mas deixei que, quando fizesse 18 anos - ou mais, a idade que tivesse mais certa do que quer fazer - você pudesse ocupar meu lugar. E se não assinasse os papéis, passando para meu braço direito, apenas me desculpe, minha filha, mas não a abandonei. Eu fugi dos chefes, e eles estão à minha procura para me matar, pois sei de mais, e só eu sei os segredos deles. Todos estão escondidos com meu braço direito, que prometeu guardar os papéis em outro país, para ninguém descobrir. Fale com ele; seu pai sabe onde ele está, mas os documentos foram trocados, tanto o seu como o dele, para ninguém saber. Guarde o segredo, não deixe ninguém saber de nada.

Fiquei muito chocada. Como assim? Minha mãe era chefe de uma máfia? Ela tinha respeito de todos, mas fez algo de que não teria saída jamais nessa vida. Não acredito nisso! Ela fez para me proteger, e meu pai, então... Agora está explicado o porquê do documento dele estar diferente do meu. Tenho que achar o outro documento meu, mencionado na carta, mas onde estará?

- Ok, Lucky, preciso de você para me ajudar. Vamos.

- Au... au...

Vou verificando cada carta e tinha fotos também. Viro elas e, quando viro a última, tinha um número: 98765.

- Uau, tô me sentindo uma detetive! Que isso, kkkkk. Ok, onde pode estar? - Penso bastante e lembro que no quarto do meu pai, da última vez, tinha um cofre, mas a chave que precisava ainda não tinha encontrado.

- Onde pode estar a chave do quarto dele? Pensa, Daisy, pensa... penso... Lembro vagamente dele andando do lado de fora da casa, sempre com algo na mão, mas não deve ser a chave. Vou ver em cima das prateleiras... e nada. Vejo no banheiro... e nada também.

- Que saber!! Minha última tentativa deve estar na casinha do jardim lá fora.

Saio andando até a casinha. Vejo alguém na rua, então disfarço.

- Boa noite - diz o vizinho.

- Boa noite, vizinho - dou um sorriso falso.

Ele sai, mas antes ele diz:

- Aqui fora é perigoso para uma garotinha.

Eu me arrepio. Deve ser o frio, afinal, hoje estava bem assim: uma ventania forte demais.

- Ah... - As palavras me faltam por eu estar querendo ir ver o que encontraria no jardim.

- Tchau - diz o vizinho.

Apenas aceno: - Tchau.

Corro para o jardim. Tento entrar, mas estava trancada. A essa altura, já estava estressada e não raciocinei direito. Dei um chute com toda a minha força na porta, e ela se arrebentou. Abro-a, entro na casinha. Era pequena, mas tinha espaço, até que acessível. Vejo várias ferramentas, adubo e um pote vazio. Pego aquele pote e tinha um papel escrito:

- Isabella? Quem é?

Pego o papel e vejo o chão. Tinha um tapete de flores lindo, mas brega. Tiro-o; a essa altura, não deixaria nada passar despercebido. Vejo um alçapão. Abro-o e tinha uma escada.

- Tá todo escuro, como vou enxergar?

Pego meu celular dentro de casa e volto com a lanterna ligada. Vou para a jardinagem, vou na casinha novamente e desço. Foi meio que difícil, pois estava com medo, mas a minha vontade de saber que porra estava acontecendo era maior.

- Nossa, isso é bem escuro! - Acaba dando eco, e vejo que é melhor manter silêncio.

Vou andando com a lanterna na mão e vejo algo branco na parede. Chego perto e encosto; ele acende as luzes todas de onde estava.

- Ok, essa eu não estava esperando.

Olho ao meu redor e tinha muitas capas, ferramentas, armas e um manequim?

Caminho até o manequim e o verifico; não tinha nada de suspeito. Então começo a tocar e acende algo azul nele.

- Olá, bem-vindo ao The Secret.

- Como é a história, Jesus amado! Não acredito que tudo isso estava debaixo do meu teto todo esse tempo.

- Senha incorreta.

- Como isso teria senha, mano? Isso é impossível de ser feito, não é tanto, mas mesmo assim é...

- Senha incorreta.

Ok, pensa... Pelo visto, se eu falar mais uma vez, isso é bloqueado, e não sei o que poderá acontecer, e não quero testar de forma alguma. Pensa... pensa... Já sei!

- 98765

- ...

Ué, não foi?

- ...

- Senha correta. Bem-vindo ao The Secret.

Oiii meus fanfiqueiros(a)! Gostaram das descobertas, dos suspenses e mistérios? Estou adorando fazer essa fanfic, mas obviamente tem muito mais a ser descoberto. O que acontecerá no próximo capítulo de O Segredo?

O SecredoOnde histórias criam vida. Descubra agora