Capítulo 17

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Pov Marília.

Falar com a Maraisa, está se tornando uma missão impossível, meus pais não da um tempo, não saem mais, não me deixam sozinha, sempre tem um no meu pé.

- Marília - minha mãe grita da cozinha - vem comer.

- Eu não to com fome.

"- Por mim, promete que vai comer direitinho, mesmo sem vontade, vai se cuidar como se tu tivesse comigo."

Me lembro da promessa que fiz a Maraisa, eu preciso ficar bem por ela.

- To indo.

Me levanto da cama e vou em direção a porta, eu estava fraca, não queria comer, não queria sair da minha cama, não queria viver longe dela. Ouvir a voz da Maraisa naquela ligação me fez ver que eu não estou tão sozinha como pensei, mas mesmo sabendo que ela não vai desistir de mim me sinto mal pela distância.

Após chegar na cozinha, me segurando nas coisas pra não cair, notei minha mãe de costas na pia e meu pai na sala assistindo. Olhei na mesa e vi algumas panelas, permaneci parada na porta e minha mãe me grita novamente por não perceber que eu estava ali.

- Marília, vem comer antes que esfrie.

- Eu já estou aqui, não precisa gritar.

Ela olha pra trás e me vê parada na porta, volta sua atenção pro que estava fazendo.

- Senta e come, tu não come nada desde ontem.

Claro, fiquei no hospital sozinha, a senhora nem se deu o trabalho de ficar comigo durante a noite.

Me sentei em silêncio na mesa e destampei uma das panelas sobre a mesa, meu estômago embrulhou ao ver que minha mãe fez fígado de boi.

- Só tem isso pra comer?

- Tu tá achando que vou bancar seus luxos Marília? Tu vai comer o que tem.

- Eu não vou comer isso.

- Então fique com fome.

Me perdoa Maraisa por não cumprir a minha promessa.

Me levanto da mesa e volto pro meu quarto, eu estava com tontura, estava fraca e além disso, tinha marcas no meu braço pela forma que minha mãe me arrastou da casa da Maraisa.

Não achei nenhuma evidência de como ela me encontrou lá, eu não saía, não deixei rastros, não criei rede social ou nada que desse pra eles me encontrarem. Pensar nisso está me atormentando, pensar que vou ter que ficar presa por não sei quanto tempo está me deixando cada dia pior.

Eu preciso sair daqui, mas como? Eu não conheço a cidade, não conheço nada e nem ninguém aqui, meus pais conseguiram me levar pra um lugar onde eu não tenho escolha a não ser ficar e aguentar tudo calada.

Tranco a porta do quarto e ligo o celular, coloco no silencioso pra não ter nenhum som e mando mensagem pra Maraisa.

"Oi amor, consegui pegar o celular um pouquinho pra falar contigo."

Sem resposta. O que ela deve estar fazendo? Ela não costuma demorar pra responder, exceto quando está na faculdade, mas não é horário da faculdade dela agora.

Espero que ela não demore pra responder pois já já tenho que guardar o celular de novo, saio do chat e entro na minha galeria, eu tinha muitas fotos com a Maraisa, fotos que tiramos na piscina, na cama, na sala, fazendo bolo, pintando com a Maiara e eu passei tinta nela, fotos que estávamos felizes.

Como sinto falta da minha morena, ver aquelas fotos me deu vontade de chorar, segurei até onde deu, mas as lágrimas insistiram em descer pelo meu rosto, a Maraisa tem se tornado minha base de apoio quando estou mal, mas agora estou sozinha, sem ela, sem seu abraço que me conforta, sem seus beijos que me excita, sem sua presença que não deixa eu me sentir sozinha, sem seu cheiro que me deixa mais apaixonada, sem nada.

Até meu último dia (MALILA)Onde histórias criam vida. Descubra agora