Nós três ( 1 livro da série Nós três )

01

ZEKE

—Esses não são os gêmeos Audley? Por que estão aqui no dormitório das garotas?

—Alguém está namorando um deles?

—De jeito nenhum.

—Eles são bons demais para qualquer uma aqui.

—Eu acho que eles são idiotas. No último semestre, Hope Decker ofereceu-lhes brownies caseiros e eles os deixaram no alpendre onde os animais os comeram.

—Hope Decker cozinha? Como? Ela não mora na casa do Delta?

—Ela os comprou da padaria de Sanchez e eles são caseiros lá.

Eu pego meu irmão revirando os olhos com essa conversa. Nós fomos gentis com Hope. Ela queria ficar com nós dois e nós a recusamos, dizendo a ela que não estávamos disponíveis, mas ela não podia aceitar um não como resposta. Deixar os brownies de Sanchez para fora para os guaxinins comerem doeu um pouco porque os assados de Sanchez são espetaculares, mas nós não poderíamos encorajar a garota Decker. Não seria justo com ela. Ela não é tão interessante assim. Espero que este ano ela fique
obcecada por alguém que não seja meu irmão e eu. Não que isso importasse muito. Olivia finalmente está aqui.

Olivia e todas as caixas dela.

Meu irmão e eu subimos os três andares, pulando
a movimenta linha do elevador e passando pelo corredor. Claro, Olivia está no final. Um bando de garotas conversa enquanto passamos, mas presto pouca atenção ao que elas estão dizendo. É a mesma coisa sobre como Levi e eu somos.

Elas esfaqueariam suas mães para montar nossos paus. Não estou realmente interessado nisso.

Só tem uma garota que montará meu pau e essa é a Olivia.

Quando chegamos ao seu quarto de dormitório, há uma multidão de garotas e se afastam como o mar.

—Quem é ela? — Alguém pergunta.

—Garota nova.

—Eu aposto que é a irmã deles.

Olivia aparece na porta com os braços estendidos.

—Estas são as últimas caixas?

Eu sacudo minha cabeça por cima do meu ombro.

—Levi está bem atrás de mim com as últimas. E eu tenho estas, então por que você não move sua bunda sexy para a direita, para que eu posso colocá-las no chão.

Atrás de mim há um coro de suspiros enquanto absorvem a informação de que Olivia não é minha porra de irmã. Eu deixo cair minha carga no chão e examino a pequena sala.

—Por que não levamos um monte de coisas para o nosso apartamento? Nós podemos guardar lá, — eu digo a minha garota.

Ela balança a cabeça bonita, seu cabelo loiro de seda se movendo como uma cortina.

—E se eu precisar de alguma coisa de manhã? Eu não quero ir para o seu apartamento antes da aula.

—Você deveria morar com a gente, — diz Levi, chutando a porta e deixando cair as duas caixas ao lado da minha.

—As regras dizem que todos os calouros precisam morar no campus, — ela nos informa.

Meu gêmeo e eu trocamos um olhar conhecedor. Essa é a nossa Olivia,uma seguidora de regras até
o fim. Ela abre uma pequena mochila e tira uma tesoura.

—Vou desfazer as malas e depois podemos almoçar— - ela olha para o relógio—duas horas?

Levi puxa uma cadeira vazia e cai nela.

—Você acabou de chegar e eu não via você em três semanas. Eu não vou de qualquer maneira.— Ele sempre chega cedo ao campus por causa do treino de futebol. —Zeke pode sair com a caminhonete e nos trazer o almoço. Vou ajudar com as caixas e você pode compartilhar todos os detalhes da viagem de carro até aqui.—Ele ergue as sobrancelhas.

Olivia bufa.

—Nada, como de costume. Tenho quase dezoito
anos agora, mas seu irmão ainda me trata como se eu tivesse doze anos.

—Eu não te conhecia quando você tinha doze anos. Você se mudou para o nosso lado quando tinha quinze anos, — eu lembro a ela.

—É tudo a mesma coisa. Eu vou morrer virgem, — ela exclama dramaticamente e se joga na cama, a tesoura ainda na mão.

Levi se aproxima dela e segura seu braço antes que a tesoura possa arrancar um órgão importante. Nossa querida é...desajeitada, para dizer gentilmente.

—Eu vou abrir as caixas, — diz ele.

Eu dou a ele um olhar grato antes de puxar as chaves do meu bolso.

—O que você quer para o almoço?

—Mmmmm, que tal vocês dois? — Ela deita de costas e faz um pequeno gesto de anjo da neve com os braços e as pernas.

Eu limpo minha garganta subitamente seca. Levi deixa cair à tesoura no chão.

—Nada disso, — eu repreendo. —Você conhece as
regras.

Ela se senta e a enorme camiseta cinza fina que era do colégio do meu irmão se estende por seu pescoço para expor um delicioso ombro.

—As regras eram que não havia contato até os dezoito anos, mas meu aniversário é daqui a cinco dias. O que isso importa?

Eu forço meus olhos para longe da pele dourada.

—É importante, — eu respondo rudemente.

Levi não se mexe.

—São cinco dias, pessoal! — Ela se ajoelha, prendendo a camiseta por baixo das pernas e fazendo toda a situação mil vezes pior.

O som desolador preenche o tranquilo dormitório. Levi geme e cobre o rosto com a mão. Abro buracos através da porta e me recordo de que esperei três anos, outros cinco dias não irão me matar.

Meu pau latejante diz o contrário. São apenas cinco dias.

Uma visão da mãe da Olívia passa na minha
frente. Aceito essa relação incomum, mas, por
favor, espere até que Olívia seja maior,até que ela
vá para a faculdade e descubra o que ela vai fazer com o resto de sua vida. É fácil para ela se sentir lisonjeada pela atenção de vocês dois, mas o arranjo que vocês dois querem será muito difícil para ela. Tantas pessoas acharão errado. Eu me preocupo com a minha garota. Se vocês a amam como vocês dizem, então me prometam que não vão tocá-la até os dezoito anos.

Grosseiramente, eu agarro o ombro do meu gêmeo.

—Vamos. Vamos buscar o almoço juntos.

Ele deixa cair à mão e acena com a cabeça.

—Sim, é melhor se nós dois formos juntos.

—Ugh. Vocês dois são impossíveis! —Olivia grita.

Joga algo em sua porta depois que a fechamos, possivelmente a tesoura. Talvez um par de tênis.

—Nós estamos fazendo a coisa certa, — eu digo, para
tranquilizar tanto a ele quanto a mim mesmo.

Ele aperta a mandíbula.

—Talvez sim, mas eu ainda me sinto uma merda.— Com esse anúncio, ele varre os olhares surpreendidos com um olhar furioso no corredor.