o preço da Fama (Oneshot Polin)

Damon Blackwood

Penélope Featherington deslizou pelo tapete vermelho com um sorriso impecável, abraçada ao marido, Damon Blackwood. Ela era a visão perfeita de uma estrela glamorosa: vestido de seda vermelho vibrante, jóias brilhantes e o cabelo impecavelmente penteado. As câmeras disparavam incessantemente enquanto o casal posava junto, e Damon murmurava elogios ao seu ouvido, mantendo o braço possessivamente ao redor de sua cintura.

Penélope sorriu para as lentes, mas por dentro, o peso daquela noite a esmagava. Há meses, a relação com Damon tinha se tornado uma corda bamba onde qualquer palavra, qualquer olhar mal interpretado, poderia desencadear um novo ataque de raiva. Ele era charmoso em público, o marido ideal, mas em privado, a segurança que ela sentira no início havia desaparecido, substituída por controle e críticas constantes. Mas ninguém jamais imaginaria isso ao vê-los juntos.

No evento, jornalistas rodeavam o casal, e Penélope, com o sorriso profissional no rosto, respondia educadamente a cada pergunta. Damon, sempre o centro das atenções, segurava o microfone com firmeza, dominando a conversa e deixando Penélope apenas como uma bela moldura ao seu lado. Em determinado momento, uma jornalista perguntou como o casal conseguia manter um relacionamento tão perfeito, apesar das agendas ocupadas.

Damon riu e apertou a mão de Penélope, puxando-a para perto.

- É simples - ele respondeu, olhando para Penélope com uma intensidade que para os outros parecia apaixonada, mas que ela sentia como uma advertência. - Com uma mulher como a Penélope, o amor é fácil.

Ela forçou um riso suave, tentando não transparecer o desconforto, e acenou para os fotógrafos.

- Acho que é uma questão de equilíbrio e respeito - respondeu, mantendo o tom neutro, cuidadosa com cada palavra para não desencadear uma discussão mais tarde.

Quando as entrevistas terminaram e Damon foi ao encontro de outros músicos no salão, Penélope teve um raro momento de alívio. Aproveitou para se afastar um pouco, circulando pelo evento e observando as outras pessoas. Ela sentia-se como uma estranha, uma peça isolada em meio ao brilho e ao glamour que um dia haviam a fascinado. Era difícil acreditar que aquela era sua vida agora — uma ilusão brilhante, onde seu sorriso era apenas um escudo.

Enquanto isso, Damon, do outro lado do salão, lançou-lhe um olhar de longe, e ela soube que seu momento de tranquilidade logo acabaria. Aproximou-se novamente do marido, ajeitando o vestido, mantendo a expressão de admiração que os outros esperavam. Aquela noite seria apenas mais uma em sua rotina de aparências, mas Penélope sentia que algo dentro dela estava prestes a desmoronar.

Ao final do evento, quando entraram na limusine que os levaria de volta para casa, Damon lhe lançou um olhar frio.

- Penélope, quantas vezes tenho que te lembrar de não se afastar sem mim? Você quer que pensem que estamos distantes? - As palavras dele eram frias, cortantes, como pequenas lâminas.

Ela baixou o olhar, os dedos nervosos sobre o vestido.

- Desculpe. Eu só precisava de um momento para respirar.

Ele apertou os lábios e olhou para a janela, ignorando-a pelo resto do caminho. Penélope voltou a encarar o vidro, o coração pesado, o rosto emoldurado pela luz da cidade. Ela sabia que teria que encontrar forças para sair daquela situação, mas ainda não sabia como.

Ao chegarem em casa, Penélope se adiantou, ansiosa por se afastar de Damon, mesmo que por alguns minutos. Ela caminhou até a cozinha em silêncio, sentindo a tensão ainda presente no ar. Ao abrir a geladeira, seus olhos pousaram em um pedaço de bolo de chocolate que a cozinheira havia preparado mais cedo. Penélope hesitou, mas a vontade de saborear algo doce e reconfortante era mais forte que seu receio. Pegou um prato e uma faca, preparando-se para cortar uma fatia, quando ouviu os passos de Damon se aproximando.