Fatos

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No dia seguinte, Penélope acordou com o som insistente do seu celular. Ela rolou para o lado, ainda meio sonolenta, e pegou o aparelho na mesa de cabeceira. Assim que desbloqueou a tela, uma onda de desespero a atingiu. A timeline estava repleta de notificações, mas o que realmente chamava sua atenção eram as manchetes nos sites de notícias.

“Penélope Featherington: A Vítima Que Quer Tudo!”
“Penélope Expulsou Damon Para Ficar Com a Casa e o Dinheiro!”
“A Nova Drama Queen de Londres: Penélope ou o Que É Que Há?”

As palavras a perfuraram como facas. O que era isso? Como puderam transformar sua luta por liberdade e dignidade em um espetáculo ridículo? As reportagens distorciam os fatos, retratando-a como uma mulher gananciosa que usava a história de abuso como uma estratégia para conseguir o que queria.

Ela se sentou na cama, o coração acelerando. A imagem que a mídia estava criando dela era oposta ao que realmente acontecia. Ela não estava se fazendo de vítima; estava tentando sobreviver. “Essas pessoas não têm ideia do que realmente acontece,” murmurou para si mesma, sentindo a raiva borbulhar dentro dela.

Após alguns minutos, decidiu que precisava agir. Em um impulso, vestiu-se rapidamente e foi até a cozinha. Enquanto preparava um café, seu telefone não parava de tocar, mensagens de amigos e conhecidos chegando a todo momento. Muitos queriam saber se ela estava bem, outros a apoiavam, mas havia também aqueles que pareciam ter se alinhado com a narrativa da mídia, perguntando se ela estava apenas tentando “se promover”.

A xícara de café estava quase pronta quando a campainha tocou. Penélope hesitou, mas depois decidiu atender

Penélope ainda estava processando tudo quando a campainha soou novamente. Dessa vez, sua intuição a alertou que não seria algo bom. Ao abrir a porta, encontrou Maya, uma mulher morena e elegante, com um sorriso que não alcançava os olhos.

- Olá, Penélope - disse Maya, com um tom que tentava soar amigável, mas que claramente tinha um subtexto afiado. - Precisamos conversar.

Penélope a observou por um instante antes de dar espaço para que entrasse.

- Sobre o que você gostaria de conversar?

Maya caminhou para a sala, segurando-se com firmeza na bolsa de designer que carregava.

- Eu soube do que aconteceu entre você e Colin. E acho que você precisa saber que ele está se machucando com tudo isso.

- É mesmo? -  Penélope respondeu, cruzando os braços e mantendo uma expressão impassível. - E o que você tem a ver com isso?

- Eu me preocupo com ele. Ele está vulnerável, e você— -  Maya fez uma pausa, buscando as palavras certas. —você está apenas o destruindo, como está fazendo com o seu marido.

Penélope não podia acreditar no que ouvia.

- Destruindo?  Não sei se você percebeu isso nas suas pesquisas, mas sou eu quem está tentando me reerguer depois de um relacionamento abusivo.

Maya se aproximou, a frieza em seu olhar contrastando com a força que Penélope estava começando a sentir.

- E você realmente acha que se envolver com Colin vai ajudá-la? Você só está repetindo o mesmo padrão de sempre.

- Você não sabe nada sobre mim ou sobre o que passei -  Penélope retrucou, seu tom agora cortante. - E não vou permitir que você me julgue ou me coloque em uma caixa baseada na sua percepção distorcida.

- Colin não é o tipo de homem que pode lidar com drama e caos - Maya disse, tentando manter a calma. -ele precisa de estabilidade, e você não pode oferecer isso a ele.

o preço da Fama (Oneshot Polin) Onde histórias criam vida. Descubra agora