Submissa

268 14 4
                                    

Na manhã seguinte, Colin desceu as escadas da casa de Penélope com um sorriso no rosto, ainda revivendo cada momento da noite anterior. Assim que ele chegou ao andar de baixo, viu a porta da frente se abrindo e Portia Featherington entrando, acompanhada de Felicity e com a pequena Petúnia no colo.

Ao avistar Colin, Petúnia abriu um sorriso de orelha a orelha e, sem hesitar, pulou do colo da mãe para os braços dele.

— Colin! — exclamou a garotinha, segurando-se nele com firmeza, como se fosse seu novo melhor amigo. — Você cuidou do meu braço tão bem, e agora ele nem dói mais! Acho que posso até brincar de dinossauro de novo.

Colin riu e segurou-a com carinho, ajeitando-a nos braços.

— Isso é ótimo, Petúnia! Mas lembre-se de ter cuidado com as escadas, hein? Não queremos mais machucados.

Enquanto os dois conversavam animadamente, Portia observava a cena com uma expressão confusa e uma leve desconfiança. Ela trocou um olhar rápido com Felicity, que também parecia curiosa e um pouco surpresa ao ver Colin ali tão à vontade.

— Colin Bridgerton, não é? — disse Portia, finalmente, com um tom que misturava surpresa e ligeira formalidade. — Que prazer vê-lo… aqui.

Ela olhou ao redor, como se buscasse alguma explicação que fizesse sentido para sua presença ali tão cedo. Colin se recompôs, sorrindo educadamente enquanto ainda segurava Petúnia.

— Bom dia, senhora Featherington. — Ele lançou um breve olhar para Felicity e a cumprimentou com um aceno antes de voltar-se para Portia. — Eu estava por aqui e pensei em… fazer uma visita para ver como Petúnia estava se sentindo depois do acidente de ontem.

Portia arqueou uma sobrancelha, claramente suspeitando que havia algo mais naquela história.

— Uma visita tão cedo, imagine só… — murmurou ela, antes de voltar seu olhar calculista para Colin. — Não posso negar que é gentil da sua parte. Só espero que minha filha Penélope não esteja dando trabalho.

Colin sorriu de forma serena, tentando esconder qualquer constrangimento.

— De forma alguma, senhora Featherington. Penélope é uma ótima anfitriã.

Petúnia, sem perceber a tensão no ar, deu uma risadinha e cutucou o rosto de Colin.

— Colin, você vai voltar para nos visitar, né? E para brincar comigo também!

Colin a apertou carinhosamente e sorriu, desviando o olhar para Portia, que ainda o analisava com uma expressão curiosa.

— Claro que vou, Petúnia. Quando você precisar, é só chamar.

Sentado à mesa do café da manhã, Colin tentava disfarçar o desconforto enquanto tomava um gole de café, sentindo o olhar fulminante de Portia cravado em si. Ele sentia que estava sendo meticulosamente analisado, e o peso daquele olhar fez um arrepio subir pela espinha.

Portia servia o chá com movimentos calculados, a expressão séria e intencionalmente intimidadora. Era evidente que ela não havia esquecido o passado, e Colin, mesmo sem encará-la diretamente, sabia que ela guardava aquela noite de dez anos atrás na memória. Ele recordou a imagem de Portia na porta de sua casa naquela noite chuvosa, pegando Penélope com os olhos cheios de lágrimas e acolhendo-a de volta com o coração despedaçado.

Felicity e Petúnia, alheias à tensão entre os adultos, comiam tranquilamente e falavam sobre os planos para o dia, enquanto Penélope, sentada ao lado de Colin, tentava evitar o olhar da mãe, que passava de Colin para ela com uma mistura de curiosidade e uma advertência silenciosa.

o preço da Fama (Oneshot Polin) Onde histórias criam vida. Descubra agora