Capítulo Quatro: Invasão Domiciliar

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Estamos rindo e nos divertindo naquele sábado ensolarado. Passaram-se três dias e meio desde que visitei o armazém e deixei Dora lá sozinha com o seu irmão e com aqueles ogros. Conheci o Professor e me despedi de Pedro no carrossel. Até então, nunca mais vi seus comparsas pela orla, uma vez que eu não pisava lá há quatro dias. Não sei se vou reecontra-los, mas espero que sim. Agora que sei que Pedro esperar me ver outra vez, fico ansiosa pelo dia de poder reecontra-lo novamente.

Eu me sento à beira da piscina, com as pernas para dentro da água gelada, me apoio no cotovelo e jogo a cabeça para trás, fechando os olhos. Quando uma onda de tremor atinge meu corpo seco abro os olhos e olho para trás vendo Valentina com um balde nas mãos rindo descontroladamente. Fiquei de pé e agarro sua cintura, eguendo-a para cima. Ela gritou, deixando o balde cair e se debatendo no meu colo.

⏤ Sua pestinha agora você vai ver. ⏤ ela agarra meu pescoço quando me aproximo da piscina, com medo. Ouço minha mãe gritar para que eu pare com essa brincadeira. Olho para Valentina. ⏤ Na próxima, você não me escapa. ⏤ a solto e ela corre para perto da nossa mãe, temendo que eu corra atrás.

⏤ Vá se secar. ⏤ manda a minha mãe com minha irmã no colo. Reviro os olhos e me embolo na tolha. Passo pela área de serviço, tendo acesso à cozinha.  Dou uma corridinha até a escada e subo depressa. Entro no quatro e vou direto para o banheiro. Deixo a tolha sob a pia e me olho no espelho, encharcada. Desaboto-o meu shorts jeans jogando sob o vaso. Apenas de biquíni passo para o quarto e abro o guarda roupa. Pego um novo shorts seco e um novo biquíni. Prendo a toalha no cabelo e paro sob a janela, observando a sacada da casa visinha. Um garoto me olhava sorrindo com malícia. Aproximei-me da janela e fechei a cortina. - esquisito.

Retornando à área de lazer, me sento na cadeira próxima ao meu irmão e pego alguns pedaços de carne. Olho para a vista perfeita da praia ao longe e levanto as pernas, batucando o dedo no  joelho. Ouço mais risadas vindo da cozinha tendo a certeza de que infelizmente o resto da família chegou. Cassandra, a tia chata que pergunta sobre os namoradinhos, seu filho Arthur, de dez anos, viciado em celular e seu marido infiel. Também estavam presentes meu tio Carlos, que passa a maior parte da festa com meu pai bebendo na churrasqueira e sua mulher de nariz impinado.

Comprimento cada um e quando tento me afastar de Cassandra, ela me aperta com mais forças contra seu corpo, me esmagando contra seus seios gigantescos.

⏤ Estava com saudades de você, bonequinha. ⏤ ela me afasta e eu sorrio falso. ⏤ Como anda a vida e os namoradinhos? ⏤ não falei.

⏤ Ela é muito nova para namorar, irmã. ⏤ meu pai toca meu ombro, aparecendo por trás.

⏤ Que isso, com treze anos eu já  ministrava aulas de como beijar para o seu tio. ⏤ rio sem graça. ⏤ Tá na hora de deixar ela se divertir um pouco, não acha?

⏤ Eu acho que você deveria parar de colocar ideias na cabecinha dela. Você não tem ideia de como ela anda ultimamente, rebelde que só. ⏤ ri. Arfo e me afasto. Se meu pai escutasse mais as pessoas ao seu redor, talvez eu seria mais feliz.

Quando o churrasco termina três hora depois, estou jogada no sofá da sala morta. Meus pais saírem com minha irmã e os outros me deixando em casa sob a supervisão do meu irmão, que acredito estar dormindo nesse exato momento.

Abro a porta da frente e me sento na escadaria de pedra. Um garoto parado no poste da frente fumava olhando para os lados, visualizei mais dois meninos mais adiante sob dois carros pretos. Será que eles planejavam invadir?Continuo observando a movimentação e estreito meu olhar quando finalmente alguém sai de lá de dentro. O menino da sacada anda mancando até o cara que fuma e o comprimenta então começam a andar. Os outros dois meninos o acompanham. Será que a dona Ester sabe que seu filho, além de observar garotas de biquíni no quarto, sai escondido quando ela não está?

Volto para dentro e passo pelo quarto de Rian. Dito e feito, ele está dormindo. Me deito na cama e apago também.

Duas horas depois, acordo com o alarme disparado. Me coloco de pé e, ao sair do quarto, vejo Rian abaixado perto da escada. Quando ele me vê, ele segura meu braço e me puxa.

⏤ Acho que tem alguém invadindo a casa. ⏤ falou. ⏤ Meu celular ficou lá em baixo. Cadê o seu?

⏤ O pai escondeu para que eu não usasse, já que estou de castigo. ⏤ falo.

⏤ Merda. ⏤ pragueja.

⏤ O que vamos fazer?

⏤ Escuta, meu celular está na área. Eu preciso descer e pegá-lo.

⏤ Espera, o alarme já deve ter assionado o papai e o guarda do condomínio, vamos esperar.

⏤  Não tem guarda, passei pela guarita hoje de manhã e, até o pai chegar, eles já vão ter levado tudo. ⏤ fala. ⏤ Entra para o quarto e não sai de lá. ⏤ assinto e corro para o quarto, fechando a porta me reecostando nela.

Pera. O que eu estou fazendo? Eu não estou com medo.

Respiro fundo abro a porta e desço pela escada, sem fazer barulho. Pego perto da lareira uma barra de ferro e a coloco na altura do meu ombro e olho pelos corredores.

Um estrondo vindo da cozinha, quero gritar pera saber se Rian está bem, mas não posso fazer alarde, confio que ele está e sigo em direção ao barulho. Muito diriam que está é a decisão mais burra que alguém pode se fazer e eu concordo, mas naquele momento, a emoção de encontrar alguém ali e nocautealo, do que simplesmente voltar para o quatro e me trancar lá até meu irmão voltar é mais emocionante.

Ergo a barra de ferro para cima quando estou preste a acertar a cabeça do ladrão que roubava alguns talheres folhado a ouro, uma mão agarra minha cintura e a outra tapa a minha boca me puxado para um quarto escuro e pequeno. Deixo que a barra de ferro caio quando a porta se fecha.

Meus gritos são abafados com sua mão e, quando vejo que gritar não adiantará em nada, eu apenas paro. Há uma luz em cima da gente, quando o indivíduo aperta o interruptor ao seu lado, eu me assusto.

⏤ Você? ⏤ falo perplexa. ⏤ O que você pensa que está fazendo?

⏤ Não está claro, estou roubando. ⏤  dou um passo e colido minhas costas na parede. O quarto era pequeno e eu não conseguia manter a distância que queria naquele momento. ⏤ O que foi você parece decepcionada.

⏤ Incrédula na verdade, não te vejo há três dias e, por acaso, encontro-o roubando a casa da minha família.

⏤ Não era sim que planejava o nosso reecontro, princesa. ⏤ sorri. ⏤ Princesa, faz todo sentido agora. Você é rica.

⏤ Eu não sou rica, meus pais são ricos.

⏤ Isso te faz uma herdeira, logo você é tão rica quanto.

⏤ Que seja, vocês tem que sair. ⏤ falo. ⏤ O alarme foi disparado e meus pais já devem estar chegando. Além disso, meu irmão já deve ter ligado para a polícia.

⏤ O que? ⏤ ele abre a porta do quarto e sai. Seus amigos já tinham vazado. Ele corre para a porta da frente  mas meu pai já havia chego com dois carro de polícia acompanhado com ele. Ele volta e para na minha frente. ⏤ Você tem que me ajudar...

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