Evelyn2

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SENHOR. D TEM UM (LITERAL) FILHO GATO




Evelyn estava agora guardando seus pertences na nova acomodação no chalé dez. Do lado esquerdo de sua cama havia uma enorme cômoda azul cheia de gavetas e com um espelho em cima, onde ela dividiria suas coisas com os pertences de Lacy, uma garota de 12 anos com maria-chiquinha loira.

Lacy não tinha tantos utensílios de beleza, então sobrou bastante espaço para Evelyn. Lacy também ofereceu um quite de Xuxinhas para cabelo como presente de boas-vindas.

Evelyn agradeceu e guardou em sua gaveta.

Piper se ofereceu para levar ela para dar um tour completo pelo acampamento. Ela aceitou e foi-se com a irmã. Ela lhe mostrou tudo, desde os campos de morango, as florestas, as diversas atividades até mesmo a praia.

— Mais que lugar lindo! — Evelyn correu animada para o mar, atirou suas sapatilhas longe e molhou seus delicados pés na água salgada.

— Tem certeza de que vai se molhar? — Piper falou, ainda na areia.

— Venha, irmã! Venha se conectar com suas raizes! — ela gritou enquanto jogava água para cima.

— Raizes? — Piper riu.

— Sim! Nossa mãe emergiu das espumas do mar, por que não nos lembrarmos de onde nós saímos?

— Quem emergiu foi ela. Além disso, os deuses não tem DNA, Eve.

— Mas ainda sim o mar faz parte de nos. — ela saiu da água e estendeu a mão para a irmã — Venha, por favor!

Por algum motivo misterioso, Piper não conseguiu dizer não a irmã. Ela tirou os tênis cor-de-rosa e pegou a mão da outra, saindo em disparada ao mar.

Elas pularam sob as ondas, jogaram água uma na outra e no fim se abraçaram, mostrando o amor de irmãs que pode ser feito em tão pouco tempo.

Se retiraram da água, Piper torcia o cabelo na tentativa de seca-lo, mas não obteve grandes resultados.

— Espere aí. — Evelyn se virou de novo para o mar, mas dessa vez não olhou para ele, olhou para cima, para o céu.

— Venha, ó doce vento, Zéfiro veloz. Vento primaveril que pôde assim levar minha mãe até Chipre, venha! — Do absoluto nada uma ventania doce e refrescante começou a soprar, pétalas de rosas voavam no ar.

— Mas como...? — Piper estava chocada com o feito da irmã, parecia nunca ter visto nenhum filho de Afrodite fazer aquilo, principalmente uma novata no acampamento.

— Um presente de mamãe, claro. — disse ela como se fosse algo óbvio. — Não recebeu um presente assim?

— Na verdade não... Afrodite não é de dar muitos dons.

— Que esquisito. Se bem que ela me deu esse dom porque queria compensar a morte do papai... — Evelyn, agora inteiramente seca, sentou-se na areia da praia e continuou observando o horizonte.

— Seu pai morreu? — Piper sentou ao lado da irmã.

— Já tem o que, 3 anos? — ela secou uma lágrima do rosto. — Ele morreu de coração partido, sabe?

O Narciso de Perséfone Where stories live. Discover now