"Esculpida pelos deuses"

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Nunca pensei que um dia iria ver uma criminosa do nível dela na minha frente. Tudo está tão confuso que começo a me perguntar se estou vendo coisas. É, deve ser isso, o cansaço do meu trabalho de segunda a sábado está começando a me afetar, junto com cansaço de hoje por passar o dia inteiro limpando a casa.

Antes que eu pudesse me dar de feita com o meu raciocínio, uma mão cuidadosamente repousa sobre meu ombro. Por impulso, me afasto da mão misteriosa e me viro para ver seu dono.

- Catra, e-eu...

Corto sua tentativa de fala.

- Não encoste em mim! Quem são eles? Quem é você de verdade para estar andando com esses tipos de pessoas?! Me fala!

Estou exaltada, com raiva de tudo e todos. Nunca tive uma experiência dessas, de poder ter amigos e ir em uma festa do pijama comemorar qualquer coisa que seja só para poder ter a companhia uns dos outros. Mas é claro, tudo oque acontece comigo sempre tem que dar errado.

Falo gritando com Scorpia. Minha garganta chega a doer depois da fala e sinto um aperto no coração por estar falando dessa maneira com a única pessoa que é gentil comigo no trabalho, e que não me diferencia pela minha originalidade. Ela me olha aterrorizada e com certa tristeza em seus olhos.

De repente, sinto um braço passar por minha cintura segurando firmemente o meu corpo, fazendo assim eu cambalear para trás e color o meu corpo com o do sujeito atrás de mim. Outro braço (que agora consigo identificar ser de cor branca) passa pelo meu rosto, tampando minha boca, me deixando sem direito de falar.

- Vamos Scorpia, fala logo, ela parece um gato selvagem sem vacina.

Ao ouvir a voz da adora, uma corrente elétrica percorre o meu corpo em sinal de perigo. Começo a me debater freneticamente para me soltar dos braços músculos que me prendem, mas todo o meu esforço e esperança se vão quando ela aperta mais ainda os seus braços em meu corpo.

- Precisa de tudo isso, adora? C..Catra eu só.. me desculpa!

Ela diz desesperada e rápido demais para que eu possa raciocinar o seu pedido no mesmo instante. Após alguns segundos relaxo o meu corpo para poder ouvir o resto, adora bem atrás de mim, afrouxa o seu aberto em meu corpo.

- A adora é minha amiga de infância, somos amigas há muitos anos, antes mesmo dela ir para esse ramo do crime. Isso não significa que eu também esteja envolvida nos trabalhos dela, ou que eu seja uma pessoa igual a ela.

Ela faz uma pausa e abaixa a cabeça, sua expressão se torna triste. Ela continua.

- Mas eu escolhi trabalhar para ela, igual a todos presentes nesta sala. Me desculpa, me desculpe mesmo se te assustei. Você é a primeira pessoa que aceita ser minha amiga, e eu quero muito que continue sendo depois de tudo isso.

Se eu pudesse sair correndo daqui e ligar para a polícia dizendo que a casa de frente a minha está repleta de criminosos sanguinários, eu não o faria. Se fossem para eles terem me matado, já teriam feito. Ou não.

Assentei com a cabeça e ela relaxou mais os músculos retraídos pela preocupação de antes. Ela suspira em forma de alívio e olha para a pessoa acima de mim.

- Adora, por favor, solte a Catra.

Sinto os braços que antes me prendiam de me mover se soltarem de mim, me viro rapidamente para olhar a loira. Por impulso, eu acho.
Ela é linda, esculpida pelos deuses. Nunca vi alguém tão bonita quanto ela. Seus cabelos loiros dourados são do tamanho de seus ombros, seu olhar é sério, mas não muda o fato de seus olhos serem tão azuis como o céu em um dia ensolarado. Seu corpo é atlético, seus músculos são tão grossos que chegam a ser maiores que minha cabeça. E ela é alta, bem alta.

O impossível de se amar Onde histórias criam vida. Descubra agora