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O calafrio na minha espinha fazia meu coração bater mais forte. Elain chegou mais perto do meu pescoço, cheirando-o como se houvesse um forte odor impregnado em meu corpo. Logo, ele deslizou a mão suavemente por debaixo dos panos do fino vestido que eu usava. Arfei, pois nunca havia experimentado tal sensação. Elain olhava com desejo para cada detalhe do meu rosto, se aproximou dos meus lábios e os beijou. Elain, com suas mãos próximas às minhas partes íntimas, apertou fortemente minha coxa, fazendo com que um sutil gemido escapasse de meus lábios. Subiu um pouco mais, afastando minha roupa íntima para o lado. Tentei empurrar sua mão e chamá-lo para que acordasse e saísse do que quer que fosse aquele transe . Ao mesmo tempo, tentei não falar muito alto para que ninguém visse a cena vergonhosa pela qual eu estava passando. Ele delicadamente deslizou os dedos entre minhas genitais. Arregalei os olhos, marejados de lágrimas, e meu corpo, já quente, não me deixava impedir que ele continuasse.

— Já está molhada?. Deixe que eu acabe logo com isso. Não tenha medo, serei delicado.

Não parecia o mesmo Elain que me chamava de patética. Não pude acreditar no que estava acontecendo. Elain se aproximou novamente do meu pescoço, beijando-o diversas vezes. De alguma forma, seus beijos me causavam pequenos beliscões, não muito doloridos. Elain me olhou, e seus olhos se encheram de luxúria ao me ver naquela situação.

Elain introduziu o primeiro dedo, fazendo-me arquear as costas. Nunca havia experimentado tal sensação. Olhei para os lados, desejando que isso acabasse logo. Novamente, a neblina viva apareceu. Elain olhou para ela e pareceu reconhecê-la. Aproveitei sua distração, tomei impulso e o empurrei para o lado. Corri pelos corredores e desci as escadarias, saindo do castelo. Corri até não enxergar mais por onde ia. Logo me deparei com um lago totalmente congelado. Olhei para trás e vi Elain correr em minha direção, parecendo obcecado. Aquele definitivamente não era ele.

Sem outra opção, olhei para o gelo, imaginando qual morte seria pior. Tomei coragem e saltei sobre a fina camada de gelo. Olhei para trás, e Elain saltou sobre o gelo como um lobo pronto para abater sua presa. Meu coração estava prestes a parar. Elain saltou novamente sobre mim, e caímos sobre o fiorde. Olhei para Elain, implorando que me soltasse. Ele, ignorando minhas árduas súplicas, se aproximou para um beijo gélido. Logo, com o peso de nossos corpos sobrepostos, o gelo se rompeu, me afundando em águas profundas e frias. Minha última visão foi o rosto de Elain.

Recuperei a consciência, abri os olhos e os fechei novamente. Quando os abri outra vez, reconheci o lustre do meu quarto. Olhei para o lado e vi algo que fez meu corpo tremer como uma lebre. Elain estava ao meu lado. Olhei, tentando verificar se realmente era ele. Não imaginei que o homem que acabara de atentar contra o meu corpo tivesse a decência de se preocupar com a minha saúde. Elain abriu os olhos, parecendo se recompor, como se o que estivesse fazendo fosse algo que não poderia ser descoberto. Olhei para ele e minhas mãos agarraram os lençóis. Elain apenas se levantou, foi até a porta e, sem muitas explicações, a abriu saindo do quarto. Fiquei um tempo deitada, sem conseguir dormir. Já era madrugada, prestes a amanhecer, eu não podia acreditar no que havia acontecido. A sensação de ter ele tocando meu corpo ainda me perseguia me tentando, mas deixei os olhos fechados, disposta a dormir, para depois buscar uma explicação de sua parte sobre o que realmente havia ocorrido.

Ao amanhecer, Lídia entrou no meu quarto. Levantei-me rapidamente, mal dei os cumprimentos do dia a ela.

— Senhorita, desculpe a inconveniência, mas... por que a pressa?

Não quis contar a Lídia o que havia acontecido; era vergonhoso até de se lembrar. Apenas respondi à pergunta de Lídia, a perguntando onde Elain estava. Lídia, ainda com dúvidas, me respondeu que ele estaria na copa para tomar seu café. Acenei com a cabeça e fui ao banheiro do quarto para me banhar. Logo percebi que alguém havia trocado minhas roupas. Lídia não parecia saber de nada, e meu rosto ficou vermelho de vergonha em pensar que ela havia trocado minhas roupas molhadas, abaixei a cabeça sem querer encarar a vergonha. Tomei um banho rápido e nem mesmo deixei que Lídia penteasse meus cabelos, apenas disse que eu mesma faria. Lídia, ainda confusa, mencionou que deixou um vestido em cima da cama e que, embora fosse luxuoso, as roupas que Elain havia pedido ao alfaiate ainda não haviam chegado. Parei rapidamente de pentear os cabelos e olhei para Lídia, confusa.

— Roupas? Elaine pediu roupas para mim?

Não pude acreditar no que estava ouvindo. Não era do feitio de Elain fazer tal ato caridoso. Lídia, percebendo minha surpresa, falou algo que talvez me fizesse mudar alguns pré-conceitos sobre ele.

— Bom, senhorita, embora Elain seja um pouco rude em seus atos, ele é um Grão Férico e um nobre. Ele não deixaria de cortejar uma dama em seu próprio palácio.

Olhei para ela e apenas concordei com a cabeça, mas essa resposta não justificava seus atos da noite passada. Sai do banheiro e vi um lindo vestido vermelho, volumoso como os de baile que Liza usava nas festas de papai. No corset, havia pedras vermelhas cravadas, que eu deduzi serem rubis. O decote no peito era bem definido. Embora o castelo fosse cheio de luxos, eu ainda me assustava com tamanha riqueza.

Parei de admirar o belo vestido e o vesti. Dei um adeus a Lídia, que arrumava as roupas de cama. Passei rapidamente pelo corredor e desci as escadas, indo em direção à sala de jantar. Parei quando ouvi vozes alteradas, o que me deixou curiosa. Pousei perto da porta e encostei meu rosto na parede para poder ouvir melhor.

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⏰ Última atualização: Nov 05 ⏰

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