Primeira amiga a tempos

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Lado bom da vida.

Sempre fui positiva.

Sempre busquei o lado bom, vejo o lado bom em tudo.

Dormi até 15 horas, eu estava muito cansada, como Brunna me liberou de tudo aproveitei para dormir.

Meu plano era dormir o dia inteiro mas após um sonho um tanto "estranho" e comprometedor com minha madrasta, resolvi que já era hora de acordar e que meu cérebro estava mandando esses sonhos nojentos como sinais pra isso.

Tomei um banho longo e desci para aproveitar o dia, meus planos eram ir para a caverna escrever em meu diário, mas parei quando vi uma caminhonete vermelha estacionada onde geralmente fica o carro de Brunna, na frente da casa, busquei na memória e lembrei que hoje o encanador ia vir aqui resolver uns problemas no encanamento, fui até lá para comprimentar o homem mas o que encontrei foi uma menina emburrada no carro.

- Oi - disse timidamente, faz anos que não converso com ninguém da minha idade
- Oh, oi! Achei que só tinha macho aqui - a menina disse abrindo em seguida um sorriso largo - como é teu nome?
- Ludmilla, sou a enteada da Brunna - disse me apoiando na janela do carro com os antebraços.
- ingrid, filha do encanador - estendeu a mão para me cumprimentar.
- Você vai ficar o dia inteiro enfurnada ai?-pergunto curiosa, o encanador tinha muito coisa para fazer, provavelmente só terminaria de noite.
- Sim, meu pai me arrastou para cá porque esta tentando me deixar longe dos meus amigos má influência - ela diz diverdida.
- Nossa faz muito tempo que não vejo nenhuma menina da minha idade - digo rindo, não tinha nada mais aleatório para eu dizer, não? - quer dar uma volta pela floresta? Se quiser te apresento a floresta ou a casa, Os olhos dela se iluminaram.
  - Claro só deixa eu falar para o meu pai -      animada, ela saiu da caminhonete e foi até o pai correndo, não demorou muito para ela voltar com um sorriso de orelha a orelha - ele deixou, vamos!

No passeio descobri que ingrid, como passei a chamar ela, tinha 16 anos também, era um mês mais nova que eu e de leão, o meu aniversário de 17 anos era sagitariana esse ano oque me deixava muito animada, Ingrid era muito popular na cidade dela, viramos amigas, e trocamos números para a gente conversar de noite, na sexta após eu terminar meus afazeres ingrid me ligou, conversamos por horas e depois a gente se despediu, o engraçado era que de conhecíamos a pouco tempo mais já tínhamos uma intimidade incrível.

Brunna ia chegar no sábado de tarde, então no sábado de manhã fiz todos os meus deveres e passei uma vassoura na casa pra ajudar a Sarah e a Andrea como de costume.

Quando ela chegou eu estava lendo um livro enquanto estava preparando o café, ela chegou e sem nem olhar para mim ou me comprimentar subiu as escadas, achei super estranho, mas Brunna em si era estranha então tentei ignorar, quando estava indo levar café para os meninos ouvi a voz dela.

-Ludmilla, cadê você? - a voz dela estava ríspida, estranhei, e um tremor me subiu, oque eu tinha feito de errado?

Deixei as coisas na cozinha dos empregados e subi as escadas apressada, Brunna estava no último degrau me olhando, pelo seu olhar ela parecia que estava prestes a me jogar escada abaixo.
- Vem, quero te mostrar algo - ela pegou meu braço com violência e me levou até quarto dela, ele era duas vezes maior que o meu, e olha que o meu era razoavelmente grande, todo de paredes de vidro ou pedra com cortinas vermelhas, a cama era enorme de madeira rústica, cabia umas quatro pessoas para dormir ali, tinha uma fronha vermelha com preto e vários travesseiros, um closet, porque alguém precisa de um closet se mora no meio do mato? tinha também uma TV grande, poltrona com um pano de crochê lindo sobre ele, uma estante com livros, uma mesinha do lado da cama com umas gavetas pequenas em baixo, além de uma sacada duas vezes maior que a minha, que tinha uma escadinha para o telhado, e também tinham diversas fotos espalhadas pelo quarto que completavam a decoração, em algumas fotos tinha Brunna com seus avós, Brunna com sua melhor amiga, e a própria sorrindo para a câmera, mas a maioria das fotos ali eram composta por diversas fotos minha e de Brunna em diversas situações, a casa no total era rodeada de fotos, Brunna achava que momentos importantes deveriam ser mostrados para todos.

O quarto era bem claro e extremamente de bom gosto.

- Minha querida Ludmilla, venha ver isso! ela foi até a estante, passou a mão pelos livros e pelas prateleiras e depois, pegou um dos livros que tinha ali e jogou em mim.
- Ai!
- Por acaso foi você que recortou o livro?! - ela estava vermelha de raiva, eu tinha cortado esse livro porque sabia que era o favorito dela e eu estava com raiva por ela ficar com o esterco na minha própria casa! Fiquei em silêncio, a mulher estava vermelha de raiva, como eu pude esquecer de esconder as evidências?! Já fiz isso outras vezes, talvez seja por isso que ela está tão nervosa...
- PORQUE VOCÊ FICOU ATÉ 3 DA MANHÃ
CONVERSANDO COM A FILHINHA DO ENCANADOR ?! - ela estava como com as veias saltando da testa e olhos arregalados, como ela soube que eu estava falando com a ingrid? E oque isso tem haver? Não estávamos falando do livro? - FOI ELA QUE DISSE PRA VOCÊ FAZER ISSO?! - que coisa mais aleatória, faço cara de confusa mas Brunna não liga pra isso - por isso você vai limpar meu quarto todos os dias está me ouvindo?! Além de ficar mais duas horas na minha sala no final do dia! Até o final do mês! Você sabia que eu ganhei esse livro do meu pai, não devia ter mexido nele.

- Mas eu já estou super carregada Brunna! Não posso fazer tudo isso! Vou ficar tão podre de cansada que não vou conseguir prestar atenção nas aulas! Juro que nunca mais mexo nas suas coisas... eu estava com raiva não pensei... - tentei ser racional, mas a verdade é que eu estava ferrada, não devia ter feito isso mas estava com raiva, não pensei em nada.

- É uma questão de respeito, por isso vou mandar acabarem com aquela merda do seu lugar - ela se virou de costas para sair mas eu me agarrei a sua cintura por trás me curvando para colocar minha cabeça na curva do seu pescoço, ignorando a sensação maravilhosa de sentir o cheiro dela que era incrivelmente bom e me concentrei para convencer ela a não fazer oque ela disse que faria, vi ela ficar rígida sobre meus braços e tentando se esquivar mas eu somente a prendi mais forte contra mim.
- Por Favor Brunna! Não faz isso! Você sabe como aquele lugar é importante para mim! Eu faço isso todo dia, nem chego perto das suas coisas novamente, me desculpa! digo entre o choro, não podia perder lá, era como se fosse meu refúgio por isso não queria que ela descobrisse dele, minhas lágrimas molhavam o pescoço dela.
- Tudo bem Lud, mas que isso não volte a se repetir
- ela suspirou e se vira para mim e limpando as lágrimas dos meus olhos - agora vai, você limpa amanhã o quarto - acrescentou baixo, parecendo atordoada.

Dei um abraço forte nela, aliviada e deixei um beijo no rosto dela, fazendo Brunna ficar
surpresa.

- Obrigada Brunna! Juro que não faço mais!
Depois sai do quarto dela em disparado agradecendo a minha mãe e meu pai por Brunna não ter feito nada com o meu lugar.

Mas eu sabia que algo tinha acontecido para ela ficar tão nervosa, talvez algo da viagem, viagens são estressantes, não é? Era a única explicação...

A má-drastaWhere stories live. Discover now