Era assim que estava minha expressão, Brunna me mandou sentar e como se eu fosse um robô sentei, segurei o máximo que deu minha cara de dor, minha bunda estava doendo muito, Brunna continuava com a cara fechada.
- Oque esse tempo sozinha te fez pensar
Lud? - ela pergunta com a voz neutra.- Que eu estou errada e que nunca mais devo desobedecer minha Dona - digo com a voz frivola.
Brunna revira os olhos.
- Não seja sarcástica.
- Me desculpe não vou fazer novamente -estava agindo no automático, queria atingir ela, e o pior era que eu sabia que funcionava, eu não ia deixar ela saber como eu estava com raiva, não ia dar esse gosto para ela, íamos ser estranhas apartir de hoje.
- Para com isso - ela diz agora suspirando.
Assinto com a cabeça.- Ludezinha, você sabe que eu fiz isso pro seu bem!
- ela rodeia a mesa e se senta na ponta de frente para mim parecendo cansada e frustada com os ombros baixos - Você tem que ter juízo nessa cabeça! Você mal conhece a garota! E se alguém lá tivesse se aproveitado de você bêbada?! Me diz, como você ia se defender?! A Vero ia correr o risco por você? Ou ela estava bêbada demais a ponto de não conseguir cuidar nem dela mesma quem dirá de você que ela mal conhece?!
Brunna tinha razão, mas eu era muito orgulhosa para admitir isso, meu ego não deixava, então apenas dirigi meu olhar em direção a parede de pedra vendo através da janela os seguranças rechonchudos caminhando pelo Jardim, ela não poderia me humilhar do jeito que fez me tratando como criança.
- Lud... olha pra mim - Brunna parecia desesperada, continuo olhando para a parede, ela não tinha o direito de me bater, ela não é minha mãe, não é nada minha! E agora quer me dar lição de moral, eu sei que estou errada, mais dane-se.
- Estou olhando - digo ainda fria olhando rapidamente para o rosto cansada e abatido de Brunna, ela sempre ficava assim quando a briga comigo era séria.
- Não, você não está, não de verdade -
Brunna passa a mão pelo rosto e logo volta a sua posse autoritária - você está de castigo mocinha! Para você aprender vai voltar a rotina antiga, quero todos os comôdos que você limpou semana passada limpos novamente! Além disso quero que você organize minha sala antes que eu acorde e volte de noite! Essa semana você vai conhecer seus novos professores, minha prima Camila veio da Espanha e está desempregada, então ela vai vir aqui duas vezes por semana dar aula uma hora por dia de empreendedorismo e lucas, também, ele vai dar aulas de gaélico irlandês para você, já que você já fala inglês fluentemente e espanhol, é fácil até, vamos ver se com mente fechada você para de pensar em aprontar, não?Me limito a olhar para ela e concordar.
Ela estava visivelmente incomodada com isso, foi um incentivo para eu continuar.
Ela coçou a nuca.
- Você acha que aguenta tudo isso? - viu, ela odiava que eu ficasse assim, fiz isso quando ela me obrigou a me mudar para cá, Brunna me encheu de presentes para mim voltar ao normal, ficou a semana toda me mimando, e eu conhecia ela o suficiente para saber que ela ia fazer o mesmo agora, ela sabia que eu fazia isso quando estava muito puta com ela, só que agora presentes não iam me comprar, concordo com a cabeça olhando pra a parede novamente, Brunna suspira passando as mãos no rosto novamente Lud, tá doendo muito? - ela pergunta parecendo arrependida, eu nego com a cabeça mesmo minha vontade sendo de abaixar minha calça para ela ver a merda que fez comigo e avançar nela falando que nem sentar eu consigo sem sentir dor.
Brunna engole em seco, ela parecia um cachorrinho sem dono, ela devia estar se sentindo super mal, ela nunca levantou a mão para mim, mesmo eu muitas vezes tirando ela do sério quando era mais nova.