Conforto.
Foi essa a sensação que eu sentia quando abri meus olhos lentamente.
Por um minuto achei até que ainda era noite pelo escuro no quarto mas meu relógio biológico e também o relógio digital encima do criado mudo ao lado da cama da Brunna não me deixou acreditar nesse fato.
O quarto estava silencioso e totalmente escuro, as cortinas grossas e negras faziam um ótimo trabalho para imitar a escuridão noturna no quarto.
Me mexi para estralar minhas costas como era costume eu fazer pela manhã, mas não consigo pois braços possessivos me puxaram novamente para si.
Eu dormi no quarto da Brunna!
Faz tanto tempo que não durmo com ela!
Me lembro de nos primeiros dias nessa casa, eu estava com muito medo de dormir sozinha, eu tinha medo de algo entrar pela janela e me pegar, bobo eu sei mais eu tinha medo fazer oque, então no meio da noite eu corria pro quarto da Brunna, e ela me abraçava para dormir, até que eu resolvi enfrentar meus medos e dormir sozinha, foi nessa época que eu estava revoltada pela morte do meu pai e pensei em ser rebelde e me revoltar até tentar fugir tentei, então Brunna aplicou os castigos que a vó dela usava com ela, o velho trabalho físico, após uma noite no porão eu fui obrigada a obedecer.
Eu adorava quando ela me abraçava assim para dormir toda alinhada em mim, mas minha bunda dolorida me lembrou rapidamente do que ela fez me deixando puta novamente!
Tento me levantar pois já era 6:30 da manhã e eu precisava começar minha rotina não queria complicar as coisas ainda mais pra mim se bem que Brunna está tentando se desculpar por ter me batido...
Não mesmo se ela fizer não vou desculpar tô puta com ela.
Tento me levantar mas Brunna passa a perna por cima da minha novamente me prendendo, ela coloca a cabeça na curva do meu pescoço e murmura sonolenta:
- Onde você vai Ludmilla?
- Já são 6:30 brunna, me solta - digo com a voz rouca por ter acabado de dormir.
- Naummm, fica comigo, hoje você não vai fazer nada nem eu, vamos ficar juntas • ela diz manhosa, parecia que era ela a adolescente e não eu.
Tenho aula hoje e tenho várias coisas para fazer brunna - Digo tentando me livrar dela mais ela só me abraça mais forte grunhindo, infelizmente eu estava amando isso.
- Naummm vai ficar comigo! Me dá meu celular ali
- ela pede ainda sonolenta, pego o mesmo no criado mudo, onde estava as chaves do carro da brunna, um livro e um porta retrato da gente juntas, foi numa viagem que eu fui com ela para a casa da amiga dela passar o natal, na foto estávamos as duas abraçadas e brunna me dava um beijo no rosto com os olhos fechados, entreguei para ela o celular - Você está liberada, OK? Venha só segunda feira que vem - ela grava um áudio e depois digita algo e me entre o celular para mim colocar sobre o criado mudo novamente, me viro ficando de frente a frente com ela ainda deitada, Brunna só dá uma risadinha e envolve novamente os braços na minha cintura e coloca a cabeça no meu pescoço novamente como se nada tivesse acontecido.
- Brunna?! - chamo para ela me explicar.
- Você não vive reclamando que está lotada de coisas? Então essa semana você vai ficar livre - ela diz com a voz abafada por estar enfiada no meu pescoço - faz tempo que a gente não passa tempo juntas.
- A gente fica 24 horas por dia juntas! E eu não quero passar tempo com você brunna! Não estou nem um pouco legal com você se você não percebeu! não venha com essas achando que eu vou ficar "normal" de novo com você!- digo exasperada, tentando me esquivar dela.
- Aham, tá bom, vem cá, vem... Vamos dormir que ainda é cedo - ela me dá um beijinho no rosto e volta a dormir, me deixando com cara de tacho.
- Se ela pensa que eu estou sendo comprada com ela me tratando assim ela tá muito da errada!
- É, eu nem estou afetada com isso.