capítulo 10

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Helena soltou um suspiro pesado e olhou para Ana com uma expressão firme e impassível.

— Vou ser direta com ela — disse Helena, sem rodeios. — Rachel precisa entender que o único motivo de eu insistir que ela foque nos estudos é para manter a vida dela simples. Eu não estou fazendo isso por afeto, Ana. Ela não significa nada para mim.

Ana franziu o cenho, surpresa pela frieza de Helena. — Nada para você? É realmente isso o que pensa?

Helena deu de ombros, o olhar fixo e impenetrável. — Sim. Eu só quero que ela estude, construa um futuro. O resto… nem me importa. Se alguém aqui está sendo boazinha demais com ela, esse alguém é você, Ana.

Ana cerrou os punhos, controlando a irritação que surgia. — Você acha que ser gentil é ser boazinha demais? Helena, eu só tento mostrar um pouco de humanidade. Rachel não é uma máquina que você programa para fazer o que quer.

Helena ergueu a sobrancelha, desafiadora. — E desde quando você se importa tanto com isso, Ana? Rachel é responsabilidade minha, e, sinceramente, eu já fiz mais do que o necessário para alguém como ela.

Ana respirou fundo, tentando manter a calma, mas seu tom era firme. — A diferença é que eu vejo Rachel como alguém que merece um pouco mais de consideração. E se você não consegue enxergar isso… então talvez você seja mais fria do que eu imaginava.

Helena estreitou os olhos, claramente incomodada. — Eu sou fria porque preciso ser, Ana. Rachel não faz parte da minha vida de verdade. Você deveria entender isso.

Ana não pôde mais conter sua frustração. — Talvez seja hora de você começar a se perguntar por que age assim. Se é por ela… ou pelo medo de se importar com alguém.

Ana cruzou os braços e lançou um olhar firme para Helena, o olhar carregado de uma irritação silenciosa.

— Hoje você vai dormir no quarto de hóspedes, Helena. — A voz de Ana era calma, mas inabalável, sem qualquer espaço para discussão.

Helena ergueu as sobrancelhas, surpresa e imediatamente irritada. — No quarto de hóspedes? Por quê? Tudo isso só porque eu não quero que Rachel se envolva? Porque não sinto nada por ela?

Ana manteve a postura, o olhar fixo em Helena. — Não, Helena. Isso é por sua frieza. Porque parece que você prefere se esconder atrás dessa máscara de indiferença do que se importar de verdade com alguém. E eu não vou fingir que está tudo bem enquanto você age assim.

Helena bufou, claramente incomodada. — Então agora você está escolhendo ela em vez de mim? Tudo isso por causa de Rachel?

Ana deu um passo à frente, a voz firme. — Isso não é sobre escolher, Helena. É sobre humanidade. Rachel já tem feridas suficientes, e você sabe disso. Mas a forma como você fala… como se ela fosse descartável. Não é só insensível, é cruel.

Helena balançou a cabeça, sua expressão endurecendo ainda mais. — Cruel? Você acha que é fácil tentar proteger alguém sem demonstrar fraqueza? Eu não vou me comprometer por uma garota que sequer entende o que está em jogo!

Ana suspirou, mas sua voz continuava firme. — Helena, às vezes proteger não significa afastar ou ignorar. Você diz que não sente nada, mas suas ações mostram o contrário. Se realmente não se importasse, não estaria tão incomodada agora.

Helena ficou em silêncio por um momento, tentando manter sua postura dura, mas claramente afetada. — Isso ainda não explica por que eu preciso dormir no quarto de hóspedes.

— Porque talvez seja bom pra você pensar, longe de mim, sobre por que realmente está tão irritada com Rachel. E quem sabe, tentar entender que se afastar de todos para manter o controle só vai te deixar mais isolada — finalizou Ana, os olhos firmes, mas ainda com um traço de compaixão.

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⏰ Última atualização: Nov 05 ⏰

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