Believe | Original

Tragédia.

Sábado 06:43 a.m.
Toc Toc Toc
Saco, quem será?
Olho meu celular e são 06:43 da manhã, como assim já estão a me perturbar?!?!
Toc Toc Toc
-Já acordou querida?
Droga!! É a Dona Julia.
- Acho que sim né.
Digo tentando não parecer rude, mas sinto que fui.
- Ohh meu bem desculpe - me só vim perguntar se vai querer que eu faça seu café.
- Ah.
Sinto-me um pouco culpada por ter falado daquele jeito com ela antes.
-Não precisa,  eu faço depois,  obrigada.
Estou farta de problemas o suficiente para me preocupar com isso agora. Sei que ela se foi embora porque ouço o som das suas pantufas pelas escadas.
Okay hora de levantar. Prendo meus cabelos, visto meu roupão, calço as pantufas e lavo o rosto.
                          [...]
Tomo meu café o mais rápido possível, não quero que ninguém venha se sente comigo e comece a comer comigo.
Mas como nem tudo é perfeito, os três descem juntos. Eu já tinha feito a mesa, então me levanto deixando-a como está.
- Bom Dia.
Me viro para as escadas e dou um passo.
- Ana, precisamos conversar.
O que será que aconteceu para que ele diga isso de um maneira tão séria?
Deve ter acontecido algo, ninguém retribuiu o meu "Bom Dia" e eles desceram juntos. O que tá acontecendo?
Tomo meu banho, e visto um vestido florido soltinho, sapatilhas vermelhas, pulseiras pratas e batom rosado.
Mando uma mensagem para Mary avisando que irei na casa dela.
'Oi Mary, então tô indo aí okay? Precisamos nos falar!'

'Quanto tempo?'

'15 minutinhos chego aí, beijinhos até'

'Até'

Saio do quarto e passo pela porta do quarto dos pais de Josh. Acabo ouvindo meu nome na  conversa e paraliso.
- A Joana tem que saber de tudo o mais rápido possível!!
- Eu sei mas tenho medo de mágoa - lá!
-EU SEI MAS JULIA NÃO FOI VOCÊ QUE MATOU O PAI DELA!!!!!
Assim que me dou conta do que acabo de ouvir fico tonta, e abro a porta do quarto deles.
-Quem o matou?
Digo já à chorar.
-Meu bem se sente aqui, vamos conversar.
-QUE CONVERSAR QUE NADA ME DIZ AGORA, EU TENHO DIREITO DE SABER!!!
Josh chega na porta e olha para mim, respira bem fundo olha para os pais dele e diz.
- Ana... Sabe aqueles caras que estavam na frente da sua casa, então quando o carro da policia estava saindo da nossa rua eles explodiram o carro.
-O que?!?!?!?! Por que não me falaram antes!?!?!
-A gente recebeu hoje a notícia.
Disse Josh.
- É meu bem, e foi porque sua vó que nos avisou se não nunca iriamos saber.
Sem dizer uma se quer palavra limpo minhas lágrimas e saio andando.
                         [...]
Chego na frente da casa da Mary e toco a campainha. Ela me vê com os olhos vermelhos e a cara inchada. Que vergonha!
- Ana tá tudo bem contigo? O que ouve?
- Oh Mary.
Digo e corro para os teus braços.  - Brigou com o Josh?
-Antes fosse.
Entro na casa e vamos direto para o quarto dela.
-Agora pronto, vai me conta.
- Mary ele... morreu!
-Ele? ele quem Ana?? O Josh???
-Não, o meu pai!!!
Ela começa a chorar por mim,  e isso sinceramente só piora as coisas mais ainda.
Resolvo passar a noite na casa dela, mas não aviso ninguém.
Me deito e começo a lembrar do dia em que estavam levando meu pai, a vizinhança já estava me olhando com dó,  mas imagine agora! Serei a pobre coitada "órfã".
Sei que não vou conseguir dormir,  então ligo meu celular e tenho três ligações de Josh e sete mensagens. Nem se quer leio - às, apenas apago tudo e respondo 'O cinema pode esperar? '
Ele deve estar dormindo, por isso não responde.
O dia já foi difícil o suficiente, bloqueio a tela do  celular e fecho os olhos.