Vidas Entrelaçadas • Agathario

Conflitos

POV's Kathryn.

Eu mal conseguia respirar, sentia-me sufocada pelas palavras de Jeff. Cada frase dele ressoava em minha cabeça como um eco distante, mas penetrante, e eu simplesmente não conseguia pensar com clareza. Olhei ao redor, mas não reconhecia o lugar em que eu estava. As lágrimas escorriam pelo meu rosto, sem que eu pudesse controlá-las, enquanto meu coração parecia um tambor dentro do peito. Eu estava sem forças, sem rumo. De repente, sem saber como, caí de joelhos no chão. Não importava mais o local, nem a vergonha. Só o peso daquilo tudo me esmagando. Eu realmente pensei que éramos diferentes. Eu acreditava que o que tínhamos era real, que estávamos construindo algo verdadeiro. Mas agora, tudo o que vejo são sombras, e é impossível não sentir que fui enganada.

Ela me disse tantas vezes que éramos especiais, que íamos ser para sempre. Eu acreditei nas palavras dela, no jeito como me olhava, nas promessas que compartilhamos. Eu me entreguei a isso, de corpo e alma, sem questionar. Mas agora acho que as mentiras, e as falácias sempre estiveram escondidas entre os gestos e os olhares. Não consegui perceber que, para ela, isso tudo talvez não tenha passado de uma fantasia, uma história que ela criou para me envolver. E eu, estúpida, fui consumida por isso. Agora, estou aqui, sozinha e despedaçada, tentando entender onde foi que tudo deu errado.

O que aconteceu com o "nós"? Com aquele amor que juramos ter? Eu achava que era real. Eu estava tão convencida de que tínhamos algo genuíno. Mas, agora vejo que era tudo um jogo, um teatro. E eu fui apenas a peça errada. A história que ela escolheu apagar, sem sequer pensar nas consequências. É claro que ela voltaria, para o marido, só que eu fiquei aqui, com o peso de um sonho destruído, tentando lidar com a dor de uma mentira na qual fui idiota o suficiente para acreditar.

Eu me sinto como se tivesse cometido um erro. A real é que eu nunca fui o suficiente para ela, e isso dói mais do que qualquer outra coisa. É irônico como a vida pode ser cruel. Como o amor pode ser uma ilusão, algo que você cria na sua cabeça e, de repente, vê tudo se despedaçar.

Eu me perdi em você. Me perdi na ideia de que nós éramos algo único, de que estávamos escrevendo nossa própria história. Mas no final, tudo não passou de um capítulo perdido, um erro que você escolheu reescrever. E eu... eu me tornei só mais uma página descartada, ignorada, substituída.

Sim, eu errei por ter acreditado. Mas, de algum jeito, não me arrependo. Porque, mesmo que tenha sido a maior mentira que eu já vivi, em algum momento, eu me encontrei nela. E, por mais que isso doa, eu sei que essa parte de mim não posso apagar.

Precisava reagir. Não podia ficar ali, naquele estado. Eu não sabia onde estava, mas precisava voltar para casa, precisava de um banho, de algo para me reerguer. Limpei o rosto, tentando apagar as evidências da dor, e me levantei com dificuldade. Senti mãos em meus braços, ajudando-me a ficar de pé. Olhei rapidamente, assustada, mas ao ver o rosto conhecido, por um momento, me senti um pouco mais tranquila.

(S/N): Oi, Kathryn, está tudo bem? - me olhava com um semblante preocupado. - Eu fiquei na dúvida se era você ou não.

Kathryn: Já tive dias melhores que esse. - passei as mãos pelos meus joelhos, limpando. - Mas vai passar, como tudo na minha vida.

(S/N): Quer conversar? Te prometo que sou um excelente ombro amigo. - Tinha algo nessa pessoa que me trazia uma certa tranquilidade.

Kathryn: Eu só quero ir para casa e tomar um banho, mas obrigada. - Por mais gentil que estivesse sendo, não queria ninguém por perto.

(S/N): Nossa, dois foras em uma noite só, acho melhor eu me retirar antes que completo o 3° e vou poder pedir música no Fantástico!

Kathryn: Pedir música onde? Mas não foi um fora, só não estou sendo uma boa companhia hoje.