❄️
Acordo com todo o meu corpo sendo apertado e agarrado tão forte que me sinto sufocado, não pela força em si, mas pela sensação sufocante.
Eu queria entender os motivos para detestar tanto isso, mas me lembro que eu amava ser abraçado por Sandra. Então, por que agora é diferente? Por que sinto minha pele formigando e uma ânsia de vômito subindo pela garganta sempre que alguém me toca?
Rapidamente, saio do casulo que ele formou ao meu redor, saltando para fora da cama antes mesmo dele perceber. Continua dormindo impassível, com os cabelos compridos cobrindo parte do rosto pálido e sereno.
Ele me abraçou a noite inteira...
Eu não poderia estar mais feliz!
Imagino o quanto deve estar feliz, parece um cachorro leal quando se trata dele.
Com muito orgulho! Se ele jogar gravetos para eu buscar, eu vou!
Você não tem um pingo de vergonha na cara.
Essa parte eu deixei com você!
Olho pela janela e ainda está tudo escuro, provavelmente ainda não amanheceu. A tempestade foi embora; não faço ideia de quando ela se acalmou, mas sou grato pelo que ele fez, mesmo que eu nunca vá admitir em voz alta.
Por que permiti que ele me tocasse? É o que não para de rodar em minha mente. Deixei que ele se aproximasse, que me envolvesse em seus braços pequenos e acariciasse meus cabelos. Dormi em seus braços enquanto ele fazia tudo isso.
Tem algo de muito errado acontecendo comigo, mas ainda não descobri o que é, só sei que não gosto. Saio do quarto, procurando não fazer barulho para não acordá-lo, e vou para a sala do alfa, sentando no sofá e encarando a grande e bonita lareira, já quase sem brasas.
Me levanto e pego o atiçador, começando a ressuscitar o calor, colocando mais alguns pedaços de lenha. Fico satisfeito ao sentir o calor voltando para a casa e me sento novamente no sofá.
Minha cabeça resolve usar esse momento para trazer todos os questionamentos que me perturbam. Entre todos, o que mais martela é a possibilidade de meus pais não serem meus verdadeiros pais.
Se eu parar para analisar, não nos parecemos em nada com eles. Esse tempo todo, Sandra e eu tínhamos pais de verdade em algum lugar dessa floresta há cerca de vinte anos. Tínhamos mãe de verdade e um pai de verdade, se o que esse alfa disse é verdade.
Vamos procurá-los?
O que você acha? Eles já devem estar mortos ou sumiram dessa floresta há anos.
Ou podem estar vivos em algum lugar, talvez esperando o dia em que os acharíamos.
Tenho medo de criar esperanças e depois perceber que foi tudo uma grande brincadeira, que tudo não passou de tempo perdido. E se procurarmos por eles e o que encontrarmos for pior do que o que tivemos com as pessoas que nos criaram? E se eles forem piores?
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FREEZING WINTER
FanfictionPARK JIMIN, um Alfa Lúpus puro, simples e rústico, vive pacificamente em sua cabana situada no coração da floresta de Taiga, um bioma de climas frios também conhecido como "floresta boreal", localizada perto da zona Polar Ártica no hemisfério Norte...