❄️
Água...
Muita água...
Ela invade meus pulmões, sufocando-me como uma besta aquática colossal, tentando me devorar. Luto para alcançar a superfície, mas todo o esforço é inútil, e continuo a afundar.
Sou puxado para o fundo, arrastado de volta a ela. A Sandra.
Tento nadar em sua direção, mas algo me impede novamente, empurrando-me para longe. Meus braços queimam, e sinto meu cérebro lutando contra a ausência de oxigênio.
Um grito escapa da minha garganta, rasgando o silêncio, e eu acordo.
Minhas mãos se fecham ao redor do meu pescoço, procurando desesperadamente por ar, como se meu corpo ainda estivesse preso naquele pesadelo. Tento respirar, mas o ar não vem. Então, algo obscurece minha visão - olhos grandes e assustados.
— A-Alfa! R-respira! - A voz trêmula o acompanha, enquanto ele toca meu rosto. O contato é desconfortável, mas a sensação é forte o suficiente para que meu cérebro finalmente reinicie, e as funções básicas, como respirar, voltem.
Meu peito queima quando o primeiro sopro de ar entra pela boca, expandindo meus pulmões com dificuldade.
Demoro mais que das outras vezes para recuperar o ritmo normal da respiração.
— Alfa... - Ele murmura, e finalmente percebo o que está ao meu redor, especialmente o ômega indigente em minha casa.
O pior de tudo é a forma como o encontro: montado sobre mim, curvado, desesperado. Seu olhar de filhote assustado me paralisa. É o mesmo olhar dela antes de cair no lago, quando o gelo começou a rachar. O mesmo desespero. A mesma angústia.
Eu lembro exatamente das palavras que disse para acalmá-la: "Tudo bem, Sandy! Vai ficar tudo bem, não tenha medo."
Seus olhos tinham um profundo tom de azul, que foi se transformando em quase branco, como se a mesma magia que corre em mim fluísse nela. Mas naquela época, não sabíamos da existência disso em nosso DNA.
— Está tudo bem, ômega. - murmuro, ousando tocar seu rosto, parcialmente oculto pelos cabelos longos e negros.
Acho que enxergar Sandra em seus olhos me fez... me importar o suficiente para tentar acalmá-lo.
— Já passou, eu estou bem. - Passo meus braços em torno de seu corpo e o puxo para mim, oferecendo o abraço que eu gostaria de ter dado a ela.
Ele deita sobre meu peito, ofegante. Não sei o que me deu, mas eu queria tanto... tanto tê-la de volta, que não medi a força. Meus braços apertaram-no com tanta intensidade que ouço um grito esganiçado, e logo sinto um líquido quente escorrer pelo meu abdômen.
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FREEZING WINTER
Fiksi PenggemarPARK JIMIN, um Alfa Lúpus puro, simples e rústico, vive pacificamente em sua cabana situada no coração da floresta de Taiga, um bioma de climas frios também conhecido como "floresta boreal", localizada perto da zona Polar Ártica no hemisfério Norte...