Capítulo 11

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Narrador | Point of view

E assim, sentadas sob a luz suave do restaurante, era difícil saber quem estava mais encantada. Ah, mas claro que Lena não perderia uma única oportunidade para plantar as sementes da dúvida e da tentação. Como? Com aqueles sorrisos que ficavam presos nos lábios após cada frase, como se escondessem um mundo inteiro que Kara ainda não conhecia. Bastava uma pausa, uma troca de olhares, e Kara começava a se perguntar o que realmente estava acontecendo ali.

Lena tinha o dom de disfarçar a própria intenção como se estivesse sendo a anfitriã mais inocente e acolhedora do mundo. Mas, ao mesmo tempo, sabia manter os olhos fixos nos de Kara, como quem desafiava: então, vai fugir ou ficar?

— Sabe, Kara, eu posso parecer um pouco… insistente — Lena disse, apoiando o queixo na mão, fingindo humildade. — Mas eu acredito que oportunidades como esta não devem ser desperdiçadas.

Kara tentou manter o tom casual, mas sua voz não ajudava. — Quais oportunidades?

A Luthor sorriu, um sorriso de quem sabia exatamente o que estava fazendo. — Oportunidades de conhecer alguém com a sua… intensidade. Me fascina.

O que Lena queria dizer com isso? Bom, nem Kara sabia direito, mas ela estava ali, absorvendo cada detalhe, cada nuance do jeito de Lena, cada sílaba que se prolongava só um pouco mais, criando silêncios provocantes. E que mulher magnética, que parecia não hesitar em dizer tudo o que lhe vinha à cabeça.

— Me desculpe, Lena… às vezes é difícil entender o que você quer dizer — Kara riu nervosa, ajeitando os óculos.

— Talvez eu mesma ainda não saiba, Kara — Lena respondeu, como se suas palavras fossem um mistério lançado ao vento. Ela recostou-se na cadeira e começou a brincar com a borda da taça de vinho. — O que eu sei é que você me parece uma pessoa muito interessante. Mais do que eu imaginava.

Kara sentiu o rosto corar de leve, mas, ao mesmo tempo, uma onda de orgulho a envolveu. Lena a admirava? Havia algo de poderoso e perturbador em ser observada de tão perto, mas Kara não ousava afastar o olhar. Parecia que, naquela noite, ela e Lena estavam envolvidas em uma dança, uma dança silenciosa, uma provocação que ia e vinha, e que Kara, talvez, não estivesse tão pronta para recusar.

— Eu fico feliz que você pense isso — Kara murmurou, incapaz de conter um sorriso. — Eu também acho você… bem, fascinante.

Pronto, lá estava. Em apenas algumas palavras, Kara havia revelado mais do que pretendia. Ela pôde sentir um calor subir pelo corpo, mas não era vergonha; era algo diferente, como um interesse genuíno por cada pedaço daquela mulher tão calculista e tão enigmática.

Mas claro, Lena percebeu a confissão escondida ali, e abriu um sorriso que deixava clara sua satisfação.

— Fascinante, é? — Lena repetiu, inclinando-se novamente, com uma leveza sedutora na voz. — Agora você me deixou curiosa.

As duas riram, mas havia algo a mais por trás daquela risada. Era como se Lena estivesse prestes a roubar-lhe uma verdade que Kara nem sabia que guardava.

E o que era tão fascinante? Kara se perguntava. Seria a forma como Lena sabia onde pisar? Como cada sorriso e olhar era um passo calculado? Ou, quem sabe, a ideia de ter uma amiga tão perigosa em potencial lhe parecia um tanto… interessante? Seja o que fosse, Kara ainda estava ali, de braços abertos para a intensidade de Lena, mesmo que isso significasse desbravar uma curiosidade que ela sequer sabia possuir.

Mas, ah, como Lena já sabia disso antes mesmo que Kara admitisse para si mesma.

— Claro! — Kara reafirmou, corando levemente.

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⏰ Última atualização: 7 days ago ⏰

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