Prazer em conhecer

32 6 7
                                    

Yasmim Lemos
São Paulo 📍

Eu o vi antes mesmo de sair do carro, largado no banco no gramado do meu irmão. Todos pareciam curiosos com o carro, e ele arrumou a postura e ajeitou o boné na cabeça assim que ouviu o ronco do motor.

Eu tinha chegado da Espanha no dia anterior, e adivinha a surpresa ao saber que meu irmão dava uma festa e não tinha me convidado?

Claro que me mandei pra casa dele assim que soube.

-Fazendo festinha e não me chama maninho? - Reclamei quando ele se aproximou do carro. Fagner ignorou e me abraçou me girando no ar e me arrancando uma risada.

-Achei que estaria muito cansada da viagem. - Ele justificou.

Fagner me observou por um instante.

-Seu cabelo tá enorme. - Voltou a me abraçar. - Os meninos estão morrendo de saudade da tia.

Meus sobrinhos eram com certeza a melhor parte de mim.

-Onde estão? - Olhei em nossa volta rapidamente.

-Na minha mãe. - Falou. - Cê sabe, festinha de jogador não tem criança.

-Nem tem muita mulher aqui pô.

-Amanhã você pode ir buscar eles se quiser.

-Claro que quero. - Concordei.

Fagner era do tipo superprotetor. Ele só tinha filhos e irmãos homens então usava toda a superproteção dele em mim, mesmo eu tendo 25 anos nas minhas costas.

Somos filhos de mães diferentes, meu pai pulou a cerca e foi nos apresentar eu já tinha meus 12 anos.

O que não mudou nada. Fagner adorou a ideia de uma irmã, e me acolheu na família como se eu sempre tivesse pertencido.

E inclusive eu tinha um ótimo relacionamento com a mãe dele, era como se fosse minha mãe também. No começo foi um pouco difícil pra ela, mas acabou se acostumando com a ideia, e nem meteu o pé na bunda do meu pai que era o que ele merecia.

Mas a realidade é que as vezes essa superproteção dele enche o saco.
Pô, eu tive oportunidade de acompanhar o Corinthians toda a minha adolescência, eu visitava o CT, os estádios, conhecia todos os jogadores, mas nunca tinha ficado com nenhum deles. Isso porque meu irmão ameaçava todos eles.

As vezes nem oportunidade eu tinha, quando descobriam que eu era irmã do Fagner os caras caiam fora.

Mas eu estava disposta a fazer aquilo mudar, e quando me aproximei e vi Matheuzinho e aquela carinha de marrento dele, eu tive certeza. Eu ia fazer um gol no fim da temporada.

Matei a saudade do pessoal e conheci os que não tinha conhecido ainda, que saudade que eu estava disso aqui.

Matheuzinho me encarou a festa toda, tava querendo ir pra chapa o safado.

Aproveitei que ele me olhava, e me levantei indo até a cozinha que não tinha ninguém. Enchi um copo com água e foi questão de minutos até ele aparecer. O peguei de surpresa na porta e ele deu um pulinho de susto.

-'Tá assustado latera, que foi? - Perguntei me divertindo.

Na minha cabeça só tocava MC pipokinha.

Aquele bigodinho era sacanagem pô.

Matheus vestia moletom, tanto a calça quando o casaco, o que era uma pena. Pô queria avaliar melhor o material.

Já falei que o bigodinho dele mexia comigo?

O restante da barba estava crescendo, quase no ponto de ser feita, o que me fez imaginar a sensação dela no meu pescoço.

-Ouvi boatos que seu irmão põe pra correr quem se aproxima de você. Tô ligeiro. - Ele respondeu no mesmo tom.

-Dois laterais? Seria uma briga boa ein. - Umedeci meus lábios notando ele acompanhar o movimento e repetir meu ato.

Eu que adorava ver vídeo sobre linguagem corporal, sabia exatamente o que significava.

-Acha que vale a pena eu comprar a briga? - Ele perguntou, me olhando intensamente.

O olhar dele também é coisa de doido ein, puta merda.

-Me diz você. Vale? - Devolvi dando um passinho na direção dele.

Se eu esticasse a mão, poderia toca-lo.

-Como você é irmã do Fagner pô? - Perguntou. - Impossível uma gata dessas ter o mesmo sangue dele. - Eu ri.

-Pareço mais a família da minha mãe. - Comentei e estiquei a mão brincando com a cordinha do moletom dele.

Ele seguia milimetricamente cada movimento meu.

Mais um passinho e estávamos cara a cara, eu precisava olhar um pouco pra cima, mas conseguia sentir sua respiração contra a minha.

-Você vai me por em problemas. - Ele murmurou olhando diretamente pra minha boca.

-Tem problemas que precisam ser resolvidos lateral. - Murmurei de volta.

-Fagner tá vindo! - Bidu gritou de algum lugar e Matheus se afastou de mim na velocidade da luz. Juro, ele se teletransportou pra longe de mim num piscar de olhos.

Revirei os olhos.

-Que medo é esse que todo mundo tem do meu irmão? - Murmurei.

-Seu irmão é o FAGNER. - Matheuzinho frisou o nome dele. - Quem não tem medo tá maluco.

Cruzei os braços o encarando, Bidu entrou na cozinha morrendo de rir e quando Fagner se aproximou Matheus já estava longe o suficiente pra ele não questionar nada, e logo, mais dos meninos se juntaram e começou uma resenha boa demais.

Bem ali, no meio da cozinha, todo mundo bêbado, falando nada com nada e minha barriga doía de tanto rir.

Eu nasci pra isso aqui, pra viver no meio desses caras.

E eu fazia questão de manter contato visual com o Matheus, e ele não ficava atrás. Claro quando meu irmão estava distraído, Donelli , Bidu e Ryan ficavam rindo entre nós, notando o que tava rolando e enchendo o saco do Matheus.

Já era tarde quando o pessoal começou ir embora e eu também quis ir pra casa, me despedi do pessoal fazendo questão de deixar o Matheus por último. Apertei a cintura dele mas do que o necessário, só pra sentir o corpo dele e ele se remexeu inquieto, homem cheiroso da porra e me encarando por baixo da aba daquele boné.

-Foi um prazer te conhecer Yasmim. - Ele disse, um tom cheio de segundas intenções.

-O prazer foi todo meu jogador. - Sussurrei no ouvido dele. - Te vejo em breve. - Pisquei e saí.

Eu pego esse cara nem que seja a última coisa que eu faça na vida.

Esses dois vão pegar fogo kakakak

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Esses dois vão pegar fogo kakakak

CORINGAO MACETOU O VITORIAAAAA, TAMO NO G10 PORRA!

PROIBIDA | MATHEUZINHO Onde histórias criam vida. Descubra agora