Ciúmes

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Yasmim Lemos
São Paulo 📍

Me mantive longe o suficiente pra ninguém desconfiar, mas perto o suficiente pra ficar de olho.

E vi o que eu não gostaria de ter visto.

Uma piranha ruiva toda se querendo pro lado dele, e ele quase enfiando a cara nos peitos dela.

Não esperei pra ver a cena se desenrolar.

Esperar o que de jogador de futebol né?

Donelli já tinha dado em cima de mim pelo menos três vezes. Ele não fazia muito o meu tipo, mas dava pro gasto. Meu tipo era cara de tralha, cara de vagabundo mesmo que tu olha e pensa esse aí vai desgraçar com a minha vida. Ou seja, a cara do Matheus.

Dei uma boa olhada no Donelli, e só aí me toquei que ele também era Matheus.

E Matheus por Matheus é tudo Matheus.

-Quer dançar? - Perguntei e ele quis na mesma hora.

Fomos pra onde o pessoal dançava e eu pousei os braços no ombro dele.

Ele também tinha bigodinho, mas não era a mesma coisa, não tinha o mesmo tesão.

Sei lá, era sem graça.

Mas pelo menos sabia dançar.

Olhei pro ponto onde eu tinha visto Matheuzinho por último e já não tinha mais ninguém lá. Deviam estar se agarrando por ai.

Até que ele passou por nós, vermelho, e nem me olhou.

Observei a cena se desenrolar.

O filho da puta foi conversar com o meu irmão, despretensiosamente, só pra colocar eu e o Donelli no campo de visão do meu irmão.

-Droga. - Murmurei.

-O que? - Donelli perguntou.

-Fagner. - Respondi e Donelli arregalou os olhos.

-Ainda da tempo de fugir? - Perguntou.

- Só se for bem rápido. - Falei. - Vai em direção ao bar.

Donelli me soltou mais do que depressa e sumiu no meio do povo bem a tempo do meu irmão me ver.

Acenei pra ele inocente e dei um gole na minha cerveja.

Mas que porra viu, eu não podia nem dançar em paz.

Comi um pouco e bebi mais um pouco (muito), dei uma olhada ao meu redor, procurando alguém pra me inturmar. Duas mulheres muito bonitas por sinal estavam na beira da pista de dança, ambas com copos de whisky.

Das minhas.

Mas antes de ir até lá fui puxada por um Matheuzinho muito puto.

Ele me puxou até o corredor que levava aos banheiros.

-Que porra é essa Yasmim? - Perguntou.

-Ué? - Franzi a testa.

-O Donelli? Jura? - Perguntou.

-É que eu gosto de Matheus. - Eu ri mas ele se manteve serio. -E olha quem fala, tava onde esse tempo todo? Se pegando com a ruiva?

-Eu estava tentando não enlouquecer te vendo agarrada com o reservinha. - Falou com nojo. - Ele tá te mirando desde que chegou.

-Fazer o que se eu sou bonita? - Ironizei mas ele continuava sem o menor humor.

E isso me dava tesão, ver ele bravo, sério, todo marrento.

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