PROIBIDA | MATHEUZINHO

Vacilão

Matheus França
São Paulo 📍

Eu estava em uma situação que nunca imaginei antes, nunca mesmo. Ameaçando o ex da Yasmim na própria casa dele.

Fagner tinha plantado um detetive particular na cola dele durante os últimos dias então sabíamos dos horários dele.

Eu não era muito a favor de violência mas as vezes era necessário. E toda vez que eu lembrava que ele já tinha batido na minha mulher meu sangue fervia.

Olhei pro cara no chão vendo Fagner se inclinar sobre ele, não tinha sido nada demais, só um soquinho no nariz pra ficar esperto.

-Quero você longe dessa cidade - Fagner rosnou e o Murilo o olhou tapando o sangramento do nariz com a mão. - Você vai sair de São Paulo e não vai voltar a chegar perto da Yasmim

-Você tá doido? - Ele perguntou - Eu não vou sair de São Paulo! - Fagner ergueu as mãos pro céu.

-Escuta aqui vacilão - Peitei ele - Por enquanto eu só quebrei seu nariz, mas você tem vinte e quatro costelas pra quebrar e eu tenho um chute muito bom pra isso - Me agachei pra ficar na altura dele - Você vai embora da cidade, e isso não é um pedido.

-Eu tenho uma vida aqui! - Ele estava bravinho. - Tenho um emprego eu...

-Ah, não precisa se preocupar com isso - Fagner interrompeu - Mandei seu vídeo sendo uma agressor de mulheres pro escritório que você advoga, e o pessoal também está ciente dos outros crimes. Emprego você não tem mais se essa for sua preocupação.

-Você não fez isso! - Ele tentou se levantar mas eu o forcei a ficar no chão, o nariz do cara sangrava tanto que a camisa já estava ensopada.

-Fez sim - Falei devagar - E eu sou capaz de gastar muita grana pra fazer da sua vida um inferno - Avisei - Acredite em mim quando eu digo que você sair dessa cidade será só benefícios pra você.

-Eu por acaso - Fagner pegou o celular a desbloqueou a tela -Consegui o contato do seu papai - Ele arregalou os olhos - Seu pai não é o prefeito de Caxias do Sul?

-Como você descobriu isso? - Ele rosnou

-Isso importa? - Fagner perguntou girando a tela pra que ele pudesse ver - Eu vou contar das suas aventurinhas na cidade grande pra ele, ouvi boatos que ele tem tanto orgulho do filho advogado que foi trabalhar na cidade grande!

-Um amigo nosso - Comecei - Achou uns vídeos seus beeeeem suspeitos numa boate esses dias, o que era aquilo, era cocaína? - Ergui a sobrancelha - Além de tudo é um viciado de merda. - Ri sem humor.

-Você já pensou no fiasco que ia ser pro seu pai e pra sua família se tudo isso vazasse na internet? - Fagner perguntou - Principalmente porque suas drogas e saídas noturnas estão sendo financiadas com dinheiro público não é? Já que o papai te mantém aqui.

-Então o bagulho é o seguinte - Falei - Ou você some dessa cidade, ou vamos fazer da sua vida um grande inferno. - Estalei a língua no seu da boca - O que vai ser?

-Vocês são loucos - Ele murmurou visivelmente nervoso - Eu vou me mandar - Quase não saiu voz

-Não entendi - Fagner falou - Fala mais alto por gentileza.