medo e insegurança.

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Já havia se passado uma semana desde aquele dia, o advogado andou ameaçando a família do loiro enviando alguns capangas até o local insalubre onde moravam, não deixou o garoto voltar após aquela noite, ele não merecia aqueles que o machucavam.

Jeon também pediu que trouxessem as coisas do loiro, tudo o que ele tinha apego já que tudo material não era tão importante, o loiro havia se acomodado em um quarto ao lado do de Jeon, ele esteve com medo nos últimos dias, não se achava no direito de morar na casa de alguém que não conhecia, muito menos se achava no direito de receber tanta atenção e carinho como estava acontecendo.

O loiro não sabia que sua família estava sendo ameaçada frequentemente, ele não imaginava o qual louco Jeon poderia ser, até por que o homem que ele via todos os dias era um completo fofo e cavalheiro.

Nesse meio tempo de uma semana e poucos dias, o advogado conversou sobre a faculdade do loiro juntamente a ele, disse que ele poderia trabalhar de carteira assinada se não aceitasse que ele pagasse e então continuaria fazendo ela após se recuperar fisicamente.
Jimin gostou, queria trabalhar em um local que o pagasse bem já que não estava cogitando na ideia de deixar outra pessoa pagar pelo seu curso.

Eles estavam se entendendo bem, tudo acontecia com calmaria sem esforço algum, eles apenas se entendiam e se gostavam.

Mas ainda com todo esse conforto e acolhimento Jimin ainda sentia um incômodo horrível lá no fundinho, como se estivesse atrapalhando em algo, ou vivendo no local de um outro alguém, era como se não pertencesse aquele lugar.

Passava horas apenas pensando no que poderia fazer para mudar aquilo de sua vida, como faria pra retribuir tudo que Jeon estava o proporcionando, procurava formas de tentar agradar ele mesmo sem necessidade alguma.

A insegurança de ser jogado fora o corroía, tinha medo de ser despejado em alguma rua qualquer e acabar morrendo, não que alguém fosse sentir sua falta... é óbvio.

Jimin??

A voz do moreno ecoou pela casa grande, o que fez Jimin assustar já que pelo horário deduziu que o moreno não voltaria hoje.
Era uma terça-feira quase meia-noite, o relógio marcava 11:53 e o ar estava tão calmo e frio que as grandes janelas permaneciam fechadas desde o início do dia.

Jimin estava numa área ao fim do corredor do segundo andar, sentado na janela bay window, ali era cheio de almofadas e alguns livros, ele tinha a visão do grande jardim da casa e da rua cheia de luzes brilhantes, via algumas casas já com suas típicas decorações de natal e suspirou pedindo para que Deus o abençoasse por mais alguns anos de vida até sua morte.

—Estou aqui, Jungoo..

Chamou pelo maior e escutou os passos na escada de madeira, olhou pro início do corredor largo vendo a sombra do homem crescer e ele aparecer com uma pelúcia nas mãos.

Ele chegou animado até sua frente e o entregou o pequeno buquê de flores tulipas feitas de algodão, Jimin sorriu, tímido já que era sua primeira vez ganhando um buquê de flores.

—Lembrei de você assim que as vi! São lindas, né? Podemos ir até uma floricultura, estava pensando em colocar algumas flores lá fora no jardim!

Jimin sorriu mais uma vez, só que agora soltando uma gargalhada boba pela forma que ele falava, Jungkook poderia ser aquele homem gigante de quase dois metros, cheio daquelas tatuagens loucas e com um estilo de dar medo em qualquer um, mas jimin... Jimin vía o seu lado mais puro, o lado animado e adorável, o lado da criança interior que habitava no corpo grande do advogado.

—Do que está rindo? Falei bobagem?

Perguntou sentando ao lado do loiro que tinha suas pernas encolhidas e sendo cobertas por um edredom branco, Jungkook achou simples adorável vê-lo tão confortável.

—O que? Óbvio que não, Jun!! É que você falou tão animadinho sobre as flores eu achei muito fofo! obrigado.. eu vou dormir com isso todos os dias!

—Jimin... o que aconteceu? Você está tão quieto nos últimos dias, fiz alguma coisa pra te deixar assim?

O incômodo do advogado era explicito, ele não queria ter o loiro desconfortável, não quando estava fazendo de tudo para o deixar apaixonado por si.. não quando ele finalmente aceitou que amar era bom, bom pra um caralho.

Na verdade, Jungkook também sentia medo, um medo tão grande de parecer estar apenas se aproveitando daquela situação pra tentar se aproximar do loiro.
Mas independentemente dos acontecimentos da vida dele, o advogado já iria o chamar pra sair, já iria o elogiar e antes mesmo de saber seu nome, ele já sabia que estava apaixonado.

Jimin virou o rosto pra janela grande e encolheu as pernas perto do tronco de seu corpo, cheirou as flores macias e suspirou antes de tomarcoragem para falar.

—Não sou um peso pra você, Jeon?

A pergunta saiu em um tom baixo, frio e sem jeito.
Então era aquilo que Jimin pensava... que era um peso, um incômodo.

—O que? Não, meu anjo...

O moreno tirou seu sobretudo preto o colocando em um banquinho perto de Jimin e se aproximou dele, seus braços rodearam as costas do loiro o deixando no meio de suas pernas, agora era Jeon quem estava escorado na parede enquanto Jimin estava praticamente deitado em seu peito.

—Você não é assim... pare de pensar que está me incomodando, você não sabe o quão bom é saber que há alguém me esperando chegar em casa todos os dias... você não sabe o quão reconfortante é saber que você está aqui, seguro... e bem.

Tocou nos fios loiros e viu os olhos verdes
descansarem, acariciou ele com cuidado e o viu encolher as pernas e trazer as mãos até o peitoral forte e malhado que era coberto apenas pela camisa social preta.

—Estou com medo... eu sinto que... eu sinto que estou te atrapalhando, ou que sou um intruso na sua vida... me desculpe, jun.

Jeon soltou um riso fraco e segurou as bochechas vermelhas do loiro, apertou fraco até que um bico se formasse nos lábios tão bonitos e chamativos, esses que o advogado era completamente louco.

Ele não esperou mais nada, selou seus lábios com os do garoto e se afastou apenas para observar a reação que ele teria.
Sentiu a mão pequena puxar sua camisa é entendeu que era permitido a fazer aquilo, selou mais algumas vezes a boca delineada e esfregou seu nariz grandinho no nariz pequeno e vermelhinho do dançarino.

—Estou negando tudo o que você disse a segundos atrás, não aceito suas desculpas, até porque... o que você fez de tão errado pra se desculpar?

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⏰ Última atualização: Nov 18 ⏰

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Angel | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora