Fourteen| Divine guilt

37 10 3
                                    

– O que você está fazendo aqui? – a voz de Billie me arranca dos meus devaneios

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

– O que você está fazendo aqui? – a voz de Billie me arranca dos meus devaneios. – Como veio parar aqui, afinal?

Apesar da expressão impassível, sua voz soava dura, mas carregava um toque de preocupação. Ela me olhava, esperando uma resposta. Quando percebe que estou perdida demais para conseguir falar, suspira. Billie se afasta, e, de um jeito estranho, sinto falta de seus braços ao redor da minha cintura.

Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, mas as palavras simplesmente não saíam. Era como se minha boca travasse antes mesmo de conseguir formular uma frase. A presença dela me deixava inquieta, e a lembrança do nosso último encontro ainda pesava. Queria pedir desculpas, explicar o que aconteceu, mas nada saía.

Olho ao redor, tentando pensar em algo, qualquer coisa, quando sou surpreendida por Billie. Ela segura meu braço e, sem dizer uma palavra, me puxa para fora. Passamos pelo bar, e vejo-a fazer um sinal para o atendente antes de sairmos, caminhando para o lado de fora.

A noite estava fria e silenciosa, mas ao lado dela, a tensão era tudo o que eu conseguia sentir.

Vejo a garota de cabelos azuis encostar-se na parede, com um ar despreocupado. Ela tira um maço de cigarros do bolso da calça jeans preta e gasta, leva um à boca e acende, soltando a fumaça devagar, enquanto seus olhos misteriosos se fixam em mim. Aquele olhar intenso me provoca arrepios.

O silêncio entre nós começa a me incomodar, e respiro fundo, tentando reunir coragem para falar algo, para quebrar aquela tensão.

– Eu... eu vim com uma amiga – murmuro, quase sem voz. Ela não reage, apenas continua me encarando. Sinto o coração disparar, mas, ainda assim, consigo forçar as próximas palavras – Eu... eu quero pedir desculpas.

Minha voz sai tão fraca que mal posso acreditar que ela me ouviu. Abaixo a cabeça, envergonhada, sentindo um nó se formar na garganta. Ela continua em silêncio, e cada segundo sem resposta me deixa mais insegura, me fazendo imaginar que talvez eu seja só uma boba para ela, uma lembrança sem importância. Quando decido que talvez seja melhor dar meia volta e sair dali, vejo-a se mover.

Billie joga o cigarro no chão e o apaga com o pé. Se desencosta da parede, caminhando na minha direção, os olhos fixos em mim.

– Desculpas pelo quê? – pergunta, a voz baixa e firme, enquanto se aproxima, cada passo tirando um pouco do ar dos meus pulmões.

Quando Billie chega perto demais, sinto meu coração disparar. Todo o meu corpo treme, e uma confusão inunda minha mente. Não entendo por que estou tão nervosa; meu corpo parece reagir de forma tão natural, enquanto minhas emoções escapam ao meu controle.

– Minha mãe... falou coisas muito duras para você – começo, tentando manter a voz firme. – Você não deveria ter ouvido tudo aquilo. Às vezes, ela passa dos limites, e eu juro que não queria que isso tivesse acontecido. Não concordo com o que ela disse. Só queria... queria que soubesse que sou grata pelo que fez por mim. Entendo se ficou chateada, mas... só queria pedir desculpas.

Bem AventuradasOnde histórias criam vida. Descubra agora