Era uma sexta feira a noite e Gabriela se encontrava no aeroporto de Belo Horizonte, no Brasil. Estava esperando Rebeca desembarcar para que pudessem seguir viagem até a sua casa. Quando ainda estavam em Paris, fizeram planos de se encontrarem antes que a jogadora partisse para Itália, quase como uma despedida. Ainda assim, não paravam de fazer planos de se encontrarem no futuro, é o que acontecia quando duas pessoas queriam tanto permanecer juntas.
Gabriela, escondeu as duas mãos nos bolsos do moletom preto, tentando se livrar da sensação do frio da noite. Sua cabeça, coberta pelo capuz. Queria disfarçar sua pessoa em meio a multidão do aeroporto. Estava ansiosa pela chegada de Rebeca, a perna ficava se mexendo em impaciência, o clássico sinal de nervosismo.
Algumas pessoas começaram a sair do portão de desembarque e com rapidez, Gabriela se aproximou mais da grade, esticando o pescoço para tentar avistar a menor, que logo apareceu pôr no mar de pessoas. Vestia um enorme moletom azul, o capuz quase cobrindo os seus olhos. Foi ingênuo o sorriso que apareceu no rosto da jogadora, sua criança interior pulava mais que o tigrão de Ursinho Pooh. Queria pular a grade e abraçar Rebeca, mas se contentou, e esperou que a Ginasta atravessasse a grade e gentilmente pegou a mochila do ombro da menor.
— Oi. — Cumprimentou Rebeca com um sorriso no rosto, tinha que inclinar a cabeça levemente para cima devido ao caimento do capuz em seus olhos.
— Está confortável aí dentro? — Brincou a jogadora, esticando seus dedos para puxar o capuz azul ainda mais para baixo, fazendo Rebeca rir em divertimento.
— É que estou acostumada no calor do Rio de Janeiro — Se justificou fazendo beicinho, enquanto deixava ser puxada por Gabriela. — Minhas malas! — Gritou de repente, assustando a jogadora que parou imediatamente. — Preciso buscar as minhas malas. — Dissera enquanto ria da outra.
— Eu pensei que fosse só essa mochila. — Franziu a testa em confusão, as duas voltando a caminhar para buscar as malas.
— Claro que não. Sou totalmente precavida. — Respondeu em presunção, tendo que apertar o passo para acompanhar a jogadora.
— Mulheres... — Bufou Gabriela em brincadeira
— Você também é uma, idiota. — Riu Rebeca, arrancando um sorriso travesso da jogadora.
Assistindo a menor catar duas malas médias de rodinhas da esteira, Gabriela ergueu as sobrancelhas em surpresa. — Só são dois dias, mulher. — Exasperou risonha, arrancando risadinhas da Ginasta. A jogadora, encaixou as alças da mochila em seu ombro e pegou as outras duas malas uma em cada mão.
— Deixa eu ajudar! Parece que estou abusando da sua boa vontade. — Disse tentando pegar a alça de uma mala da mão de Gabriela, que puxou para longe do alcance de Rebeca negando com a cabeça.
— Relaxa, morena. — Respondeu tranquilamente, a voz rouca se arrastando.
Caminharam até o carro da jogadora conversando sobre os seus dias longe uma da outra e rindo para qualquer coisa boba dita. Rebeca, teve de reagendar vários de seus compromissos pós olimpíadas, todos queriam um pedacinho seu, mas queria reservar um pedaço seu todo somente para Gabriela. Então, veio. Veio com pedaços inteiros para lhe oferecer.
Guardando as malas atrás do carro, Gabriela abriu a porta do passageiro para Rebeca, sorrindo de lado e piscando um de seus olhos. A Ginasta, mordeu os lábios, segurando um sorriso, e abaixou o capuz de sua cabeça. Parou frente a jogadora, olhando fixamente em seus olhos castanhos e desceu os olhos até os seus lábios. O suspirou que saiu de seus lábios veio como um balde de água gelada descendo pela lombar de Gabriela, que foi desfazendo o sorriso aos poucos. Estava encantada pelo olhar, hipnotizada demais para perceber o próprio movimento de se inclinar até a menor. Rebeca, enterrou uma mão no abdômen da jogadora, parando o seu movimento.
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Cidade do Amor
Fanfiction"O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade."