A chuva fina ainda persistia em cair lá fora, os sons abafados das músicas tocando na Abertura, sendo possível escutar do quarto. Aos poucos aquela tarde ia se esvaindo, totalmente nublada, o céu branco com nuvens escuras escorrendo gostas de chuvas grossas. Ainda tinha aquele clima frio com brisas geladas, estava perfeito para passar o dia todo debaixo de um cobertor fofinho e quentinho.
Mas, dentro do quarto número dezoito, o ar estava pesado, intenso. O clima lá dentro carregado de desejo e excitação. As meninas agarravam-se como se nunca mais fossem se ver, morrendo de sede uma da outra. As palmas das mãos deixando uma marca invisível de uma queimadura ardente, deixando a sensação do toque perdurar por dias. Os beijos molhados disputando por espaço, garantindo quem dominava quem.
Rebeca, desceu sua mão do pescoço de Gabriela, arrastando pelo peito coberto. Assim que chegou ao fim daquele tecido, dando início ao abdômen, cravou suas unhas na pele macia e arranhou os gomos da barriga até que suas unhas chegassem no cós da calça. Aquela ação, atingiu no fundo do âmago de Gabriela, que gemeu de dor na boca da Ginasta. Separou as suas bocas para olhar para baixo e ver o estrago que a Ginasta tinha feito em si. Quando o seu olhar capturou aquelas marcas, começando a ficar na cor vermelha, de quatro unhas na extensão de sua barriga, voltou a erguer os olhos para Rebeca, que estava com o lábio entre os dentes e um olhar selvagem no rosto.
— É disso que você gosta? — murmurou, Gabriela. Sua voz rouca, a boca vermelha e olhos negros de tesão. Erguendo a mão, que estava do lado da cintura da menor, agarrou, em concha, o rosto da Ginasta para puxar para mais próximo de seu próprio rosto. O outro braço ainda por baixo da cabeça de Rebeca. Olhou no fundo dos olhos de Rebeca, queria que a Ginasta visse o controle quase se esvaindo de seus dedos. — Vai ficar a marca. — Dissera sobre os lábios da menor, tão perto ao ponto da outra sentir o movimento de sua boca.
Abrindo um sorriso todo pervertido. — Você quer que eu peça desculpas? — Rebeca, perguntou em alta e pura audácia, não sentindo nenhuma grama de culpa, e muito menos pena. Era umas das coisas que desejava fazer, apenas estava colocando em prática, aos poucos. Ela, perguntou sabendo que não faria questão de saber a resposta, e como para provocar a mais velha, deu-lhe um beijo de boca aberta, arrancando um suspiro prazeroso de Gabriela.
— Você está sabendo direitinho como me deixar na palma de sua mão. — Sussurrou, Gabriela, descendo os lábios para o pescoço da Ginasta, que elevou sua cabeça para dar-lhe espaço. A menor agarrou novamente a nuca da Capitã e molhou os lábios.
— Você é gostosa. — Respondeu entre suspiros ao sentir os beijos em seu pescoço, os dentes arranhando a pele morena. — Só estou fazendo o que tenho vontade.
Gabriela, subiu aos poucos distribuindo os seus beijos até o lóbulo da orelha de Rebeca, e mordicou o pedacinho de carne. Não conseguia tirar a boca de perto da Ginasta, mal provará da droga e já se sentia viciada. — É um problema para você se a gente for devagar? — Sussurrou no seu ouvido.
Golpe baixo. Aquela voz rouca, sendo sussurrada em seu ouvido, era golpe baixo para, Rebeca. Pegando um punhado de cabelos encaracolados de Gabriela, dando-lhe um puxão para direcionar o seu rosto de frente ao seu, fazendo a Capitã morder os lábios em vontade. — O que você quiser, eu quero. — Respondeu. Aquele olhar no rosto de Gabriela devia ser ilegal em todo o globo terrestre, um crime cometido sem direito a fiança. Era aquele olhar que fazia Rebeca, querer mais, mostrar-lhe visualmente o estado em que sua calcinha ficará.
Gabriela, sorriu pequeno e de olhos semicerrados, como se estivesse tentando raciocinar o que disse. Aquele puxão ainda fazendo efeito em seu corpo anestesiado dos toques de Rebeca. A nevoa cada vez mais densa ao seu redor, sequestrando seus sentidos para longe de si. Lembrou-se, por essa experiencia, com certeza feita antes. Sua mão solta escorregou novamente para a cintura da Ginasta e a apertou firme, e lhe beijou lento, intenso...
Afastando-se novamente, tornou a afirmar entre sussurros. — Eu quero exclusividade com você, não gosto de dividir com ninguém. — Confessou, Gabriela, com a voz carregada de malicia. Só de imaginar Rebeca, beijando outras bocas, lhe dava raiva, queimando-a em exasperação. A queria só para si, mais ninguém.
—Ciumenta... — Sorriu em perversão, mas concordando. Não podia discordar, compartilhava do mesmo pensamento. Tinha ciúmes para dar e vender.
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Cidade do Amor
Fanfic"O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade."