Café

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Foi o cheiro do café que guiou Rebeca até a cozinha. Acordou naquela manhã de um sábado preguiçoso com um grande sorriso no rosto, apesar de ter acordado sozinha na cama. Queria, ainda, estar abraçada no corpo quente da jogadora, toda emaranhada nos braços e beijos da outra.

Abriu um sorriso quando avistou Gabriela encostada no balcão, ao lado da pia, de braços cruzados e sorriso no rosto, observando o seu caminhar. Rebeca, sentiu o seu rubor e o frio no estômago acompanhado de um leve ronco, motivo de sua fome.

— Você me deixou sozinha na cama, isso não se faz. — Acusou a mais alta que a puxou para dentro da concha dos braços fortes, segurando sua cintura fortemente, Rebeca apoiando as suas mãos na caixa torácica.

— Desculpa eu. — Pediu docemente, respirando o perfume da Ginasta enquanto lhe deixava um beijo no rosto. — Eu fiz café para a gente.

Semicerrando os olhos em desconfiança. — Você não pode me subornar com café. — Gabriela, riu e apertou a menina em seus braços.

— Eu tenho que usar as armas que tenho uai.

— Ok..., mas da próxima vez não tem desculpa. — Beliscou levemente a pele do bíceps da jogadora.

— Tudo bem, você é quem manda, princesa. — Respondeu se inclinando para bicar os lábios de Rebeca.

— Ainda bem que você sabe. — Murmurou contra os lábios de Gabriela, que sorriu bêbada com a presença da menor.

Existia algo nas batidas do coração de Rebeca que a fazia se sentir mais atraída por aquele corpo. Existia um sentimento totalmente correspondente aos dizeres do amor. Reconhecia que Gabriela lhe tratava com amor e gentileza. Nunca tinha conhecido alguém, romanticamente, que a tratasse como A pessoa. Que fazia questão de fazer suas vontades, que amasse estar na sua presença. Isso lhe fez entrar mais fundo no abismo de amor pela jogadora. Dentro dos braços de Gabriela, observando o brilho dos olhos, observando o carinho neles, beijou os lábios brevemente e encostou as pontas de suas narinas, os olhos fechados para lhe da a coragem de dizer as palavras que rugiam por dentro de seu coração.

— Gabriela... — Começou. Subiu as pontas dos seus dedos para acariciar o rosto da mais velha, sentindo a maciez da pele quente. Os seus lábios tocando-se dado a sua fala. — Seráque é tarde demais para dizer que estou apaixonada demais por você? — Sussurrou.

Sentiu o aperto em sua cintura se intensificar e sentiu o suspiro de Gabriela. Rebeca, mordeu os lábios tentando segurar o sorriso no rosto. O seu coração batucando muito mais que antes, então decidiu abrir os olhos, encontrando o sorriso doce da jogadora que bicou os seus lábios lentamente, soltando uma lufada de ar.

— Não... — Murmurou, então buscou a mão de Rebeca, colocando no centro do peito. Os olhos da Ginasta se arregalando brevemente ao sentir as batidas rápidas do coração. — Porque eu sinto o mesmo. — Cutucou com o nariz a narina de Rebeca, que sorriu boba. — E o meu coração, é a prova disso.

Então, para provar o seu próprio ponto, Rebeca pegou as mãos grandes de Gabriela e colocou no centro de seu próprio peito, logo procurando os olhos cobertos de carinho da jogadora.

— O meu também. — Respondeu baixinho.

Os corpos juntos, se demoraram nos olhares enquanto sorriam uma para outra. Rebeca, tinha isso consigo, de se perder nos olhos da outra e se apaixonar mais ainda. Eram todos os momentos que tornavam-se especiais com Gabriela, e era a própria Gabriela que fazia os momentos serem mais especiais. Da pra entender?

— Vamos tomar café? — Disse de repente, assustando Rebeca enquanto a pegava no colo, carregando o pequeno corpo pela cintura — Quero levar você para dar uma voltinha hoje. — Caminhava com a Ginasta no colo até chegar à mesa posta.

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