Detalhes

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— Você não quer nenhum pouquinho? — Perguntou Rebeca pela segunda vez, mostrando sua casquinha de sorvete.

— Não, Beca. — Respondeu a mais alta rindo. — Eu e Thaísa comemos uma tapioca com ovo no quarto.

— Eu tô desacreditada até agora que você não come nada com açúcar. — Lorrane, se encontrava indignada com o fato contado.

— Eu tô começando a me sentir mal de ter te chamado para tomar sorvete. — Lamentou, Rebeca. — Se tivesse falado antes poderíamos ter ido para outro lugar. — A capitã riu, e como forma de consolo apoiou uma de suas mãos na perna da Ginasta e lhe deu um beijo na bochecha. E mais uma vez as bochechas de Rebeca queimaram em vergonha, suas amigas ficavam olhando as suas interações e sabia que depois seria tirada para comédia.

— Deixem de ser bestas. — Bufou, Flávia. — Ela é uma atleta de elite. — Deu uma lambida na sua casquinha e voltou para completar: — Ela faz alguns sacrifícios, mas é a melhor! — Puxava o saco da mais velha sem vergonha nenhuma. Flávinha, abriu um sorriso ainda maior quando Gabi passou um dos seus braços pelos ombros da menor deixando um beijo em um sua cabeça. Rebeca revirou os olhos com aquela interação, achava que Flávinha estava roubando a sua mulher na cara dura. Lorrane estava de pé para as três, que estavam sentadas em um banco da praça localizada próxima a Vila já que não poderiam demorar por conta do toque de recolher. Vendo a cara fechada da amiga, chamou a atenção de Gabriela e indicou com a boca em direção a Ginasta.

A capitã, sorrindo, passou o seu outro braço por cima de seus ombros e a puxou para mais perto de si. — Vem cá, você está muito nervosa hoje. — Sabia o poder que aquelas palavras causavam nas mulheres, mas colocou sua conta em risco mesmo assim.

Rebeca, abrindo a boca em descrença, virou o rosto imediatamente para a mais alta, que demostrava a maior indignação já vista ali. As duas meninas, que seguravam vela, começaram a rir alto. — Eu não tô nada de nervosa hoje! — Respondeu, isso causou uma grande gargalhada em Gabriela. A Ginasta, sem hesitar, passou a casquinha para a outra mão enquanto erguia a que lhe restou para cutucar a costela da mais velha, que se encolheu agarrando sua mão em reação.

— Mas você gosta de me cutucar em. — Comentou rindo.

— Essa é a única arma que tenho como usar contra você. — Aquilo não era verdade. Gabriela pensará em tantas outras coisas que Rebeca podia usar contra ela. Esse pensamento indecente lhe veio na mente tão rápido quanto um foguete e antes que pudesse raciocinar disse:

— Tem outras coisas também. — No impulso da fala, arregalou os olhos e percebeu a besteira que dissera em voz alta com tantas pessoas presentes. Lorrane e Flávia soltaram um "iihh" em conjunto. Antes que pudesse concertar sua fala, foi interrompida.

— Vamos embora, Lorrane. A conversa está ficando muito adulta. — Flávia, levantou-se e puxou a amiga pelo braço. A capitã corou fortemente. Pela primeira vez vendo Gabriela tão desconcertada, Rebeca riu.

— Vocês só pensam em saliência, credo. — Tentou se redimir enquanto sorria sem graça.

— Saliência ou não. Não quero mais ser vela essa noite. — Resmungou, Lorrane. Antes de virar-se para voltar para a Vila, apontou para a Gabriela. — Responsabilidade sua agora. — Direcionou o seu dedo indicador para Rebeca que abriu a boca em revolta. — Vê se deixa ela antes do toque de recolher. — Pegou Flávinha pela mão e lhe arrastou rumo a Vila.

— Juízo, Rebeca! — Gritou uma Flávia olhando para trás, mas antes sorriu para a Capitã e acenou com as mãos dando-lhe tchau. A outra mulher apenas riu e acenou de volta,

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