Capítulo 26

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Caminhar vendada é uma experiência curiosa. Eu podia sentir a brisa suave de uma noite de primavera acariciando meu rosto, enquanto Alek guiava meus passos com segurança pelos campos do Alvorada Bit.

Após chegar do encontro das garotas, e passar por um perrengue horrível, nem tive tempo de descansar, Alek apenas me disse para se arrumar normalmente que iriamos sair. Por isso estou andando com sua mão tampando meus olhos pelo hotel-fazenda dos seus pais e sua outra me segurando pela cintura.

— Alek, onde estamos indo? — perguntei, um pouco curiosa.

— Calma, princesa — Ele riu, apertando levemente sua mão no meu corpo.

— Não está me levando para fazer uma trilha de noite, não, né?

Sua risada aumenta.

— Não sou nem louco.

O bom que ele sabia que iria cometer loucuras se fosse levada para uma trilha. Não era fã de mato e nem de mosquitos chupando meu sangue. Caminhamos por mais alguns minutos, cada passo, ficava mais curiosa para saber o que Alek tinha aprontado. Finalmente, ele para.

— Pronta? — Ele perguntou, sua voz sussurrando no meu ouvido.

Me arrepio pela sua proximidade.

— Sim, por favor, mostra logo. — Respondi, ansiosa.

Ele tira suavemente as mãos dos meus olhos e, quando os abro, fico sem estática no lugar, sem saber como reagir. Diante de mim, havia duas cadeiras de madeira reclináveis e confortáveis, colocadas na frente de uma tela de projetor, que estava pendurado na parte de trás de um salão.

No lado de cada cadeira, havia uma mesinha com pipoca, bolachas, chocolates e morangos cobertos com chocolate. Para beber, suco de maracujá, meu preferido.

Ao redor do charmoso encontro tinha velas sintéticas, decorando. Era o cenário perfeito, típico de cenas de filmes de romance dos anos 2000. Eu amei.

— Alek, você fez tudo isso para nós? — Perguntei, com a voz meio embargada. Aquilo me fez esquecer de todo o restante do dia.

— Fiz, sim. — Ele responde orgulhoso. — Gostou?

Alek me olha e vejo suas expressões mudarem.

— O que aconteceu? Você não gostou?

Nego sorrindo e secando as possíveis lágrimas que poderiam cair.

— Você está chorando? — Ele segura minhas mãos.

— Estou chorando porque, sei lá. Isso é tão lindo, íntimo e romântico.

— Fiz tudo para nós ter um momento de qualidade junto. Para você ficar relaxada e não ter tanto tumulto por perto.

Suspiro profundamente.

— Eu precisava meio que ficar em...paz, depois da tarde agitada que tive. — Alek posiciona a mão na curva do meu pescoço.

— Imaginei. Você gosta do silêncio, da paz e não bebe e tenho certeza que você não acompanhou minha vó e minha irmã na bebida para ficar alegrinha. — Ele ri. — Você não bebe bebidas alcoólicas.

— Você reparou nesse detalhe?

— Claro, sempre que te vejo você está com um copo de suco de maracujá nas mãos.

Seguro uma risada.

— É meu sabor preferido.

Ele aponta para o lado.

— Por isso que trouxe suco de maracujá da polpa fresquinho para você.

— Isso para mim é uma declaração. — digo, o acompanhando até as cadeiras forradas por um pano vermelho.

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