Os gerânios de tia Petúnia

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Hazel Potter estava deitada de costas, respirando com esforço como se tivesse corrido. Acordara de um sonho vívido, apertando o rosto com as mãos. A cicatriz em sua testa, que tinha a forma de um raio, ardia sob seus dedos como se alguém tivesse comprimido sua pele com um arame em brasa.

Ela tentou se lembrar do que estava sonhando antes de acordar. Parecia tão real... Gostaria de poder levantar, abrir a porta do quarto de seus pais e deitar entre eles. Um pouco de segurança cairia bem. Uma palavra confortável, um abraço protetor ou simplesmente a presença deles faria com que se sentisse menos... sozinha.

Tirou as mãos do rosto e contemplou o quarto à sua volta como se esperasse ver alguma coisa diferente ali. Mas tudo estava exatamente como havia deixado antes de adormecer. A gaiola vazia sem sua fiel coruja que, provavelmente, estaria caçando ratos do lado de fora. Rolos de pergaminhos com deveres de casa finalizados – Hermione ficaria orgulhosa. Um livro sobre quadribol onde homens vestindo laranja voavam em cima de suas vassouras – Aqui, Rony ficaria entusiasmado: havia alguns anos que o seu melhor amigo tentava convencê-la a torcer pelos Chudley Cannons.

A cicatriz estava incomodando Hazel. Não a dor em si, era bastante resistente à dor na maior parte do tempo. Enfrentou uma orda de dementadores, um lobisomem – que na verdade era seu antigo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas – e ainda sentia alguns espasmos com a lembrança de ter caído de mais de 15 metros de altura em uma partida de quadribol... Tudo isso apenas no seu terceiro ano na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

Mas não, não era sobre a dor.

O que estava preocupando Hazel era que da última vez que sua cicatriz doeu, Voldemort estava por perto...

Sacudiu levemente a cabeça como se quisesse espantar os pensamentos. Não havia mais ninguém em casa exceto o tio Válter, a tia Petúnia e Duda, e era evidente que eles ainda dormiam, embalados por sonhos tranquilos e indolores.

O abraço que precisava certamente não viria deles.

Pensou novamente em seus pais. Eles haviam sido assassinados pelo mais poderoso bruxo das trevas quando Hazel tinha apenas um ano de idade. Na ocasião, quase morrera também. Mas o feitiço que lhe tiraria a vida falhou e se voltou contra o bruxo que o lançou. Daquele dia, restou apenas a cicatriz.

A solidão a corroía por dentro. O aperto na garganta denunciava que por pouco derramaria algumas lágrimas. Mas Hazel não era de chorar. Ela odiava, na verdade. Fazia tanto tempo desde a última vez que o fez que mal se lembrava como foi que aconteceu – talvez quando Duda quebrou seu braço na escola primária com a desculpa de que estava ajudando-a a se levantar do chão.

Olhou o relógio de pulso e percebeu que ainda era tarde, passava das duas da madrugada. O barulho inesperado de uma porta de carro batendo, na Rua dos Alfeneiros, colocou-a em alerta.

Fire and Frost • Hermione Granger / OCOnde histórias criam vida. Descubra agora