O Jogo da Mente

10 10 0
                                    


 

A chuva batia forte contra as janelas do escritório de Claire, criando um som monótono que parecia combinar com a tensão que pairava no ar. Fraser estava sentado à sua frente, observando os papéis espalhados sobre a mesa. As últimas pistas deixadas pelo Caçador não faziam sentido algum — ou talvez fizessem, mas estavam além da compreensão deles, como um enigma projetado para se infiltrar na mente, um quebra-cabeça impossível.

Claire sentia o peso das últimas palavras do Caçador ainda reverberando em sua mente. "Você já me pegou. Agora, só falta entender o final."

O que ele queria dizer com isso? Estava se referindo ao jogo? Ou seria algo mais sinistro, mais pessoal? Claire não sabia mais em quem confiar. Seus próprios pensamentos estavam começando a se misturar com o caos que o Caçador havia criado.

"Eu não consigo parar de pensar em uma coisa," disse Fraser, interrompendo os pensamentos de Claire. "Ele está se divertindo com a gente, não está? Isso não é só um jogo de morte. Ele está jogando com as nossas mentes, tentando nos fazer acreditar que estamos mais perto do que realmente estamos."

Claire olhou para ele, os olhos cansados, mas focados. "Você acha que ele sabe algo sobre nós? Sobre mim?"

Fraser não respondeu de imediato, mas Claire sentiu que ele estava segurando alguma coisa. Ela já havia começado a perceber que não estavam lidando apenas com um assassino frio e calculista. Havia algo mais, algo psicológico. O Caçador não só queria matar, ele queria que eles se perdessem na busca por respostas, queria que suas mentes se fragmentassem até que ficassem tão distorcidas quanto as vítimas que ele deixava para trás.

"Olhe isso," disse Fraser, puxando um pedaço de papel da pilha. Era uma foto. Uma foto de Claire.

Ela piscou, surpresa e, ao mesmo tempo, arrepiada. A imagem mostrava Claire parada na rua, olhando para a fachada de um edifício. Era uma cena comum, um momento qualquer de sua rotina. Mas, olhando mais de perto, ela percebeu que alguém a estava observando naquele momento, alguém que tinha tirado a foto sem que ela percebesse.

"Ele nos está vigiando," disse Fraser, com a voz baixa e cheia de horror. "E não é de agora. Ele já sabe tudo sobre você, Claire."

A verdade estava começando a se desdobrar diante dela. Cada passo que dava, cada movimento que fazia, parecia ser antecipado, calculado. Era como se o Caçador estivesse sempre um passo à frente, planejando suas ações antes mesmo de ela pensar nelas.

Mas o que ele queria com ela? Não era apenas matar. Não era só caos. Ele queria algo mais, algo que Claire ainda não conseguia entender.

"Isso não pode ser coincidência," Claire murmurou, sentindo um calafrio na espinha. "Ele está se divertindo com a nossa ansiedade. Ele quer que a gente se sinta fraco, incapaz de escapar de sua teia."

"Então, o que fazemos agora?" perguntou Fraser, parecendo tão perdido quanto ela.

Claire olhou para a foto mais uma vez. "Eu não sei, Fraser. Mas sei que não podemos nos dar por vencidos. Se ele está nos observando, então temos que dar o próximo passo antes que ele faça o movimento dele."

Ela estava começando a entender a dinâmica do Caçador, embora a compreensão fosse angustiante. Ele não se limitava a ser uma ameaça física. Ele era uma ameaça psicológica, uma força invisível que mexia com a percepção deles, que deixava pistas para os desestabilizar. Cada movimento deles, cada erro que cometiam, era como um presente para o Caçador, um brinquedo com o qual ele gostava de brincar.

A única coisa que eles podiam fazer era jogar o jogo de volta, mas de uma maneira que o Caçador não esperava.

"Temos que ser mais rápidos que ele. Se ele está nos vigiando, então podemos usar isso contra ele," Claire disse, seus olhos começando a brilhar com uma determinação renovada.

A Trilha do CaçadorOnde histórias criam vida. Descubra agora